La Siciliana Ribelle The Sicilian Girl
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Tradução e sincronia: AnaLisb7 |
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Ao nosso pai, Nino. |
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Não abra, por favor. |
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Para onde estão me levando? |
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- Aquele revólver, deve me entregar. |
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Já não lhe serve mais. |
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Dê-me. |
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É uma lembrança. |
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Só tenho isto de meu pai. |
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Esse será nosso segredo. |
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A SICILIANA REBELDE |
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7 anos antes. |
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Sicília, 1985 |
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Rita? |
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Você pegou de novo o molho de tomate? |
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Rita? |
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- Rita, onde está? |
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O que está fazendo? |
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Venha aqui! |
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Você vai apanhar! Você vai apanhar! |
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Vai apanhar depois! |
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Rita, vai apanhar depois! |
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Venha aqui! |
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- Não me pega! Não me pega! |
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O que está acontecendo? |
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- Que está acontecendo? |
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O que fez? |
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Estou aprendendo a escrever. |
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Se aprender a escrever |
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Vá se arrumar, devemos sair. |
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- Essa sem-vergonha não vai sair assim. |
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Vamos fazer uma coisa, |
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- Segredo meu e de meu pai. |
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Estamos voando! |
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No céu tem milhões de estrelas, |
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cada uma esconde um pequeno segredo. |
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E uma dessas, a menor e mais brilhante |
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está realizando para mim |
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para chegar num lugar |
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Estamos voando. |
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- Que aconteceu? |
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- Quem é ele? |
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Foi assassinado. |
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Vito! Vito... |
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entre com a garota |
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Sorvete ou prova do funil? |
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- Quem fez isso? |
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- Mas essas terras são dele, não? |
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Sim. Vivemos aqui por 30 anos. |
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Olhe lá! |
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Nós informamos à polícia. |
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- Fizeram certo. |
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Mesmo porque esses guardas |
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Se não sairmos daqui |
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Dom Michele, estamos em suas mãos. |
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Faça-nos justiça. |
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Quem deixar o funil cair perde. |
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Vito me pediu para ser sua noiva. |
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Sabíamos todos que ele era |
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Ele agradava até a meu pai, |
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E ele queria ajudá-lo, para fazê-lo |
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Só minha mãe queria me manter fechada |
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Não sei porquê. |
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Não podia dizer logo "sim" para ele, |
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Para ficarmos noivos devia vencer |
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Que estão aprontando? |
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Você não mudará jamais. |
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Está gostando da festa? |
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Olá, Salvo. |
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- Olá, Michele. |
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- Boa noite, rapazes. |
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- Boa noite, Dom Salvo. |
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Olá, Tio Salvo. |
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- Está tudo bem? |
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- Até logo. |
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Todos respeitavam meu pai em Balata. |
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Ele resolvia os problemas das pessoas |
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Até meu irmão Carmelo, pouco a pouco |
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Enfim, junto à de tio Salvo, éramos |
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Dom Michele. |
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Trazemos nossas homenagens. |
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Guarde essa arma. |
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Lave sua boca com vinagre, |
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Espere um momento. |
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O que está acontecendo? |
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Eu não queria fazer aquilo. |
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Estava com meu fuzil de caça |
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e disparou de repente. |
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Em todo caso, agora estou cuidando |
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O senhor viu? |
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Além disso, Dom Michele... |
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se quiser também pode se aproveitar, |
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ela ainda é virgem |
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Por que se preocupa |
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Não sabia que era |
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Graças a Deus, que a justiça |
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Os tempos mudaram, Dom Michele. |
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Vamos trabalhar juntos. |
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Agora eu vendo estas terras |
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e então vamos fazer |
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Agora estamos de acordo, Bellafiore. |
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- Agora vamos à Missa. |
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- Onde vai jogar sozinha? |
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Posso confiar em você? |
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- Um homem. |
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Pegue- me, se conseguir. |
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- O que estão fazendo? |
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Socorro. O que estão fazendo? |
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Puxe bem forte. |
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Amarre, puxem bem forte. |
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- Achei! Agora pode ser minha noiva? |
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Há muito tempo que não se usava |
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Visto de perto, faz um outro efeito. |
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O método do cabrito é uma mensagem, |
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Tem certeza? |
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Pegam uma corda |
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e amarram atrás das costas |
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prendendo os pés, |
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e a corda é colocada em tensão |
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enquanto a vítima está viva, |
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Pouco a pouco a corda vai apertando |
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e ele se sufoca sozinho. |
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Dom Michele. |
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Desculpe? |
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Está falando comigo? |
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- Foi o último a falar com Bellafiore. |
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Veio prestar-me homenagem. |
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Respeitado, certo. |
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- O senhor é novo por aqui? |
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Por que está perdendo seu tempo? |
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Em nosso cemitério |
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Os amigos não se matam entre si, |
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Os ratos grandes |
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Sr. Juiz, o senhor que é |
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melhor do que Deus, |
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mas o que sabe sobre a Sicília? |
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que tem fome, |
00:15:14 |
que tem sede, |
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que tem medo, |
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O Estado paga para se vestirem bem, |
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Volte para sua bela vida em Palermo. |
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Os guardas não fazem nada. |
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Já temos alguém que nos protege |
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Onde estava o senhor |
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- Pedaço de merda. |
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Está bem, continuem, |
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continuem a se deixar explorar |
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Não posso fazer nada por vocês. |
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É o que vocês merecem. Vamos. |
00:16:03 |
Canalha. |
00:16:07 |
Vá embora, guarda sujo. |
00:16:13 |
- Como você se chama? |
00:16:17 |
Muto bem, Rita. Continue assim |
00:16:40 |
Rita, venha aqui! |
00:16:42 |
Venha agradecer |
00:16:49 |
Vá, continue a pedalar. |
00:16:59 |
- Então, vem comigo à Palermo? |
00:17:05 |
Não me interessa, Salvo. |
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Continue, pedale. |
00:17:11 |
Está bem. |
00:17:13 |
Não tem problema. Eu vou. |
00:17:17 |
- Até logo. |
00:17:26 |
Preste atenção, Rita. Não suje |
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Senão, o que vai dizer à sua mãe? |
00:17:33 |
Melhor não dizer, senão ela me mata. |
00:17:38 |
Olhe para o chão. |
00:17:48 |
Papai! Papai! |
00:17:59 |
Papai! Ajudem-me! |
00:18:03 |
Não morra, papai. |
00:18:05 |
Por favor, papai, abra os olhos! |
00:18:07 |
Ajudem-me! |
00:18:14 |
Ajudem-me! |
00:18:17 |
PAPAI! |
00:18:21 |
Não morra, papai. Não me deixe. |
00:18:24 |
Papai, eu amo você. |
00:18:25 |
PAPAI! |
00:18:32 |
Ajudem-me! Ajudem-me |
00:18:52 |
- Rita, vamos. |
00:18:55 |
- Deixe-me entrar. |
00:18:59 |
Quero ficar sozinha. |
00:19:27 |
- O que faz com este revólver? |
00:19:31 |
Venha aqui. |
00:19:37 |
Venha aqui. Calma. O que tem? |
00:19:41 |
Você gostava de meu pai. |
00:19:45 |
Claro, claro, com o tempo |
00:19:50 |
O autor sabe disso. |
00:19:52 |
Mas agora acalme-se. |
00:19:55 |
De hoje em diante |
00:19:59 |
Um beijo. |
00:20:14 |
- O que você tem? |
00:20:17 |
Vá para casa, |
00:20:22 |
Você não deve vê-lo nunca mais. |
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Tio Salvo vai fazer justiça. |
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Não deve nunca mais dizer |
00:20:30 |
Não quer vingar papai? |
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Tio Salvo não pode nos ajudar. |
00:20:36 |
Sim. Tio Salvo me prometeu. |
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Algumas coisas não posso te dizer, |
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Não fale mais disso |
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Papai sempre me falava tudo. |
00:20:50 |
Não lhe posso dizer. Não posso lhe dizer |
00:20:55 |
Porque foi ele quem matou papai. |
00:21:02 |
E então porque lhe beijou as mãos. |
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Rita, venha cá! |
00:21:11 |
Venha aqui. |
00:21:16 |
Devemos ter paciência. |
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Temos que ser fortes como eles |
00:21:21 |
Se eles descobrem que sabemos, |
00:21:25 |
Confie em mim, Ritinha. |
00:22:02 |
Na cidade os homicídios se repetiam. |
00:22:05 |
Os anos passavam |
00:22:08 |
Até os tomates tinham |
00:22:10 |
Rita, onde está? |
00:22:13 |
Vito, meu amor, às vezes me pergunto |
00:22:18 |
Só nós dois. Sem os problemas |
00:22:22 |
Gostaria muito de fugir para longe, |
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Onde não existisse nada mais |
00:22:28 |
Faço mil projetos para meu futuro, |
00:22:31 |
mas quando saio do meu quarto |
00:22:34 |
por causa das pessoas que estão |
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Como você é bonito! |
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- Venha cá! |
00:22:56 |
Agora te pego! |
00:23:08 |
Sorria, minha irmã. O momento |
00:23:14 |
Coma fruta. |
00:23:20 |
Domingo, Dom Salvo tem um encontro |
00:23:23 |
para um tráfico de drogas. |
00:23:25 |
É o momento... |
00:23:28 |
- Terminou o pão? |
00:23:38 |
Tano está comigo |
00:23:41 |
- Tem certeza? Pode confiar nele? |
00:23:48 |
Eu lhe disse para comer fruta. |
00:23:55 |
Faz anos que estou |
00:23:58 |
Querem que eu pegue |
00:24:01 |
O tempo de Dom Salvo acabou. |
00:25:09 |
Um corpo no porto! |
00:25:38 |
Carmelo! |
00:25:49 |
Que estão olhando? |
00:25:55 |
Parem de olhar assim! |
00:25:58 |
Não quero esse canalha aqui. |
00:26:08 |
Cale-se! |
00:26:12 |
Meu amor. |
00:26:31 |
Que fazem aqui? |
00:26:35 |
- Não têm respeito pelos mortos? |
00:26:40 |
- Onde é o quarto de seu filho? |
00:26:49 |
Canalha. |
00:27:15 |
Ei, Vito. |
00:27:21 |
Não sei mais o que fazer com Rita. |
00:27:25 |
Não se acalma. Há semanas anda pela casa |
00:27:30 |
Ela jurou se vingar a qualquer preço. |
00:27:34 |
Gostaria de lhe prevenir. |
00:27:50 |
Estou lhe falando de Rita |
00:28:00 |
Mais uma razão |
00:28:04 |
senão ela terá problemas |
00:28:10 |
Eu também gosto muito dessa garota. |
00:28:18 |
Você é um bom rapaz, Vito. |
00:28:22 |
Comigo poderá ir longe. |
00:28:29 |
Deus te abençoe, Dom Salvo. |
00:28:31 |
Diga a Ritinha, |
00:28:37 |
da polícia no velório, |
00:29:38 |
Eu preciso sair daqui. |
00:29:41 |
Sair desse lugar imundo. |
00:29:46 |
Palermo |
00:30:23 |
Sr. Procurador, devo lhe falar. |
00:30:33 |
- O que há, Bruni? |
00:30:37 |
Filha de Michele e irmã de Carmelo, |
00:30:41 |
O Senhor a encontrou |
00:30:45 |
na noite do assassinato |
00:30:48 |
Sim, me lembro, |
00:30:52 |
- Agora, tornou-se uma moça. |
00:30:56 |
- Que falar com o senhor. |
00:30:58 |
Quer falar somente com o senhor. |
00:31:12 |
Senhorita, o momento não é oportuno. |
00:31:15 |
Não, devo falar com o senhor agora. |
00:31:22 |
Está bem, sente-se. |
00:31:32 |
- Largou a escola para vir aqui? |
00:31:37 |
Começamos bem. |
00:31:41 |
Então, o que quer? |
00:31:44 |
Dizer-lhe quem matou meu pai |
00:31:48 |
- Escrevo? |
00:31:52 |
Espere. |
00:31:54 |
Você está pedindo ajuda |
00:31:57 |
Não. Ajuda, sou eu que darei a vocês. |
00:31:59 |
Fazer justiça significa |
00:32:04 |
Se entendi bem, |
00:32:08 |
para permitir-lhe de cumprir |
00:32:11 |
Sim. |
00:32:15 |
Sabe de onde venho? |
00:32:18 |
Do funeral do Marechal Campisi, |
00:32:21 |
e que seus amigos da máfia |
00:32:26 |
Uma vez, disse ao meu pai que os ratos |
00:32:30 |
E vocês, o que são? |
00:32:31 |
Entraram em minha casa, desonrando |
00:32:36 |
O Marechal era um grande canalha. |
00:32:39 |
Saia daqui, não é lugar para você. |
00:33:02 |
- Senhorita, senhorita, volte. |
00:33:11 |
Deixe-me! |
00:33:13 |
Venha aqui. |
00:33:16 |
- Perdi a cabeça, me desculpe-me. |
00:33:25 |
O que é isso? |
00:33:28 |
Não sabe ler? Coisas. |
00:33:32 |
Coisas. Coisas. |
00:33:35 |
- Faremos um comparativo. |
00:33:38 |
Sabe o que quer dizer? |
00:33:41 |
Que devemos pegar uma dessas coisas e |
00:33:46 |
Eu não escrevo tolices. |
00:34:35 |
Está aqui, está aqui. Eu a encontrei! |
00:34:44 |
Quem foi o infame? |
00:34:48 |
- Quem nos delatou? |
00:34:52 |
Na última reunião |
00:34:56 |
Todo mundo concordou |
00:35:04 |
Desculpe-me, Dom Salvo. |
00:35:07 |
Eu tenho uma idéia. |
00:35:10 |
Rita me disse que tinha que ir à Palermo |
00:35:15 |
Mas ela foi ver o juiz, |
00:35:23 |
Eu aprecio sua lealdade, Vito. |
00:35:27 |
Mas isso lhe diz respeito diretamente. |
00:35:30 |
Você deverá resolver. |
00:35:32 |
Por bem, ou por mal. |
00:36:09 |
Vito, você me assustou. |
00:36:12 |
Esperava que viesse. |
00:36:21 |
Vito, o que você tem? |
00:36:26 |
O que há? |
00:36:30 |
Eles sabem de tudo. |
00:36:32 |
Que você disse ao juiz? |
00:36:35 |
Aquilo que eu devia dizer. |
00:36:38 |
- Dom Salvo está furioso. |
00:36:43 |
- Rita eu devo lhe parar. |
00:36:47 |
Você não entende. Ele me disse |
00:36:52 |
Não entendeu? |
00:36:55 |
- Deve ir embora imediatamente, Rita. |
00:36:58 |
Mas aonde? Aonde devo ir? |
00:37:13 |
Rápido, vá! |
00:37:16 |
Dê o fora! |
00:37:19 |
Estamos de acordo? |
00:37:29 |
Alô! |
00:37:30 |
É você, Rita? |
00:37:35 |
Não esperava assim cedo. |
00:37:37 |
Vá embora imediatamente. |
00:37:39 |
Deve desaparecer |
00:37:42 |
Escute, eu lhe digo o que deve fazer. |
00:37:45 |
Vá pelos campos |
00:37:48 |
e espere lá que mandaremos lhe pegar. |
00:37:49 |
Eu não vou sem me despedir |
00:37:54 |
Mas é por eles |
00:38:00 |
- Mas que está fazendo? |
00:38:03 |
Então é verdade. Você não vai. |
00:38:06 |
Você é minha vergonha. |
00:38:09 |
Faço isso por nossa família. |
00:38:12 |
Eles não são mais sua família. |
00:38:15 |
Sou sua mãe e não vai a lugar nenhum. |
00:38:20 |
Eles querem me matar. |
00:38:23 |
Você já está morta, já está morta, |
00:38:27 |
Não. |
00:38:29 |
Dessa vez não, não farão comigo. |
00:38:32 |
Pobre idiota. |
00:38:36 |
Sempre fizeram. Com todos fizeram. |
00:38:40 |
Pobre idiota. Louca, louca. |
00:38:43 |
Você é louca, é louca, é louca. |
00:39:02 |
Devo ir, mamãe. |
00:39:04 |
Dê-me um beijo. |
00:39:13 |
Sim, Bruni, encontre um modo |
00:39:22 |
Você não terminou |
00:39:29 |
Desculpe-me, |
00:40:00 |
Nada. Não está em casa, |
00:40:03 |
- Procuramos em toda parte. |
00:40:06 |
Eu tinha avisado...Dom Salvo... disseram |
00:40:11 |
Ela nem deve estar |
00:40:14 |
Dom Salvo, os guardas do cemitério. |
00:42:36 |
Por favor. |
00:42:39 |
São colegas. |
00:42:43 |
Mas o senhor não me acompanha? |
00:43:42 |
Agora, Srta., faz parte do serviço de |
00:43:50 |
Queira assinar. |
00:44:06 |
Aqui estão as chaves |
00:44:09 |
De hoje em diante |
00:44:13 |
- Não me agrada "Silvia". |
00:44:17 |
Este é o dinheiro para a 1ª semana. |
00:44:21 |
E não fale com ninguém, |
00:44:25 |
Mantenha a porta fechada à chave |
00:44:28 |
Mesmo que digam |
00:44:31 |
Me entregue sua antiga |
00:44:35 |
A carteira de identidade. |
00:44:49 |
Este é seu novo passado, estude-o. |
00:44:54 |
Até logo. |
00:45:24 |
Eu me chamo Silvia, Silvia Bonura. |
00:45:28 |
Meus pais têm uma loja de sapato. |
00:45:31 |
Meus pais têm uma loja de sapato. |
00:45:38 |
São comerciantes. |
00:45:40 |
Comerciantes. |
00:45:42 |
Eu me chamo Silvia Bonura. Meus pais |
00:45:54 |
Tive uma infância linda. |
00:46:46 |
Lembrei que quando fugiu |
00:46:50 |
- Trouxe umas roupas. |
00:47:13 |
- Quem comprou essas coisas? |
00:47:18 |
Me pareciam roupas boas, |
00:47:23 |
Achei que ao invés |
00:47:26 |
talvez um pouco de cor ficasse |
00:47:30 |
Devo vestir essa coisa vermelha? |
00:47:33 |
Eu nunca comprei roupa de mulher. |
00:47:36 |
Claro, um tira como você, |
00:47:42 |
Não tem problema, vou trocá-las. |
00:47:55 |
Espere, não me deixe sozinha. |
00:48:00 |
Eu troco e volto. |
00:48:03 |
Tudo preto então? |
00:48:22 |
Vamos ver outro em San Giovanni. |
00:48:50 |
Roma, 12 de Novembro de 1991. |
00:48:54 |
Começo a escrever novamente |
00:48:58 |
Tenho certeza de que não terei |
00:49:02 |
Serei assassinada pelos que denuncio |
00:50:27 |
- Que quer? |
00:50:31 |
Então por que me segue? |
00:50:36 |
Na verdade, sou um pouco tímido. |
00:50:38 |
Acho você bonita. |
00:50:41 |
Me parece um bom motivo, não? |
00:50:44 |
Não. |
00:50:48 |
Tem razão. |
00:50:50 |
- Então vou embora. |
00:51:00 |
- Silvia. |
00:51:03 |
- Você não é daqui, não é? |
00:51:06 |
Eu teria jurado, toda vestida de preto |
00:51:11 |
Que faz em Roma? |
00:51:14 |
- Eu fugi de casa. |
00:51:18 |
Problemas com os seus pais? |
00:51:21 |
Sou de família nobre. Meu pai é conde |
00:51:25 |
Mas queria me casar |
00:51:31 |
- Nossa! Então você é condessa? |
00:51:34 |
Doutor! Doutor! |
00:51:37 |
Veja isso. |
00:51:39 |
- Fomos denunciados. |
00:51:42 |
Sim, senhor, por sequestro de menor. |
00:51:44 |
Rita tem 17 anos e meio, não poderemos |
00:51:48 |
que naturalmente assinou a denúncia. |
00:51:50 |
Magnífico. |
00:51:51 |
Me desculpe, mas acabaram de nos ferrar, |
00:51:55 |
- Contente. Feliz. Não percebe? |
00:51:57 |
Mas é a prova evidente de que Rita |
00:52:00 |
e que Dom Salvo, o intocável, |
00:52:03 |
Mas tem o fato da minoridade. |
00:52:04 |
- Quem disse isso? |
00:52:07 |
- Mas quem os expede? |
00:52:09 |
E nós o que somos? |
00:52:12 |
Doutor, não está pensando |
00:52:16 |
Roma |
00:52:23 |
- Veja, encontrei a comprovação. |
00:52:28 |
É isso! É incrível! É incrível! |
00:52:32 |
Essa mocinha sem se dar conta, |
00:52:36 |
Só ela, para nos ajudar a |
00:52:40 |
Se conseguirmos provar que esse bando |
00:52:43 |
pertencem na realidade |
00:52:45 |
e conseguirmos colocá-los |
00:52:47 |
então sim, teremos |
00:52:54 |
Sim. Entre. |
00:53:03 |
- Então não nos cumprimenta? |
00:53:10 |
- Achei que ficaria contente em me ver. |
00:53:15 |
Rita ou Silvia? |
00:53:18 |
Sentem-se ali, todas as duas. |
00:53:26 |
Tem uma pergunta que me faço. |
00:53:29 |
Mas por que escreveu todas |
00:53:33 |
por todos esses anos? |
00:53:36 |
Meu irmão. |
00:53:39 |
Recordo que me disse que, |
00:53:43 |
deveríamos ser forte, |
00:53:48 |
Comecei a ver as pessoas do lugar |
00:53:53 |
Tentei entender como se faziam |
00:53:58 |
De onde obtinham o dinheiro. |
00:54:01 |
Dom Salvo, Tano... |
00:54:03 |
E iniciei a escrever tudo isso. |
00:54:07 |
Tem até fotos. |
00:54:09 |
Aquele, é meu noivo. |
00:54:11 |
Encontro secreto |
00:54:15 |
- Tem também uma data. |
00:54:19 |
3 dias antes da adjudicação da cidade. |
00:54:23 |
Uma adjudicação de milhões. |
00:54:27 |
Eu não sei do que está falando. |
00:54:29 |
Não se preocupe, já fez a sua parte. |
00:54:33 |
Um belo rapaz, o seu Vito. |
00:54:36 |
- Ele faz parte do clã de Dom Salvo? |
00:54:39 |
Dom Salvo é um assassino. |
00:54:41 |
Vito é bom e gosta de mim. |
00:54:46 |
Mas senhorita, a distinção |
00:54:50 |
mas entre quem respeita a justiça |
00:54:54 |
Como Dom Salvo e seu noivo Vito, |
00:54:59 |
Meu pai era um homem de justiça |
00:55:02 |
policiais de uma justiça de merda! |
00:55:04 |
A minha justiça de merda não prevê |
00:55:10 |
- Seu pai era um assassino. |
00:55:14 |
Meu pai era o melhor homem na terra. |
00:55:18 |
O senhor fala assim |
00:55:21 |
para lhe mostrar o que significa |
00:55:23 |
Você tem a máfia no sangue, |
00:55:27 |
- Não há nada a fazer. |
00:56:03 |
Me chamo Rita Mancuso. |
00:56:05 |
Nasci no dia 12 de Agosto de 1974, |
00:56:11 |
Sou estudante. Tenho 17 anos. |
00:56:15 |
Sou filha de Dom Michele Mancuso |
00:56:17 |
e irmã de Carmelo Mancuso, |
00:56:21 |
assassinados em 1985 e 1991, |
00:56:27 |
E estou aqui para dizer-lhes |
00:57:00 |
Roma, 31 de Dezembro de 1991. |
00:57:04 |
Querido Vito, penso sempre em você. |
00:57:07 |
Não posso dizer onde estou. |
00:57:11 |
Essa será minha vida. |
00:57:14 |
Me deram também um outro nome. |
00:57:18 |
Quem sabe se um dia poderemos |
00:57:22 |
Escrevo à minha mãe, mas não responde. |
00:57:27 |
Que ela pode combinar |
00:57:30 |
Diga-lhe para me escrever, |
00:57:34 |
Na metade de 1980, entre 84 e 85, |
00:57:39 |
Dom salvo quis mudar a atividade do clã |
00:57:44 |
Meu pai era contra. |
00:57:46 |
As outras famílias sicilianas estavam |
00:57:51 |
Depois Dom Salvo decidiu |
00:57:54 |
obrigando as outras famílias mafiosas |
00:57:58 |
E o que acontecia, |
00:58:02 |
Se recusassem? |
00:58:06 |
Ele matou centenas de pessoas |
00:58:09 |
A guerra da máfia dos anos 80, |
00:58:12 |
Foi assim que Dom Salvo |
00:58:23 |
Ninguém jamais poderá entender |
00:58:26 |
Aquele enorme vazio |
00:58:31 |
Acreditava que o tempo |
00:58:35 |
O tempo as abre sempre mais, |
00:59:10 |
Não se movam! Polícia! |
00:59:28 |
Tano Rizzuto e Ciccio Malacarne |
00:59:32 |
Dom Salvo, |
00:59:35 |
o assassinato de de Peppino Masi, |
00:59:42 |
Não se movam! Polícia! |
00:59:57 |
Abaixo dele estão |
01:00:03 |
- Quem são vocês? |
01:00:07 |
Ande! Ande! |
01:00:17 |
Nós vamos pegar todos vocês. |
01:00:23 |
- Não sabem o que estão fazendo. |
01:00:36 |
Até o prefeito de Balata |
01:00:42 |
Faz 10 anos que sou prefeito. |
01:01:20 |
Começamos o telejornal com uma notícia |
01:01:24 |
Numa grande operação |
01:01:26 |
foram presas cerca de 25 pessoas. |
01:01:29 |
Entre eles, o prefeito de Balata, |
01:01:32 |
e Dom Salvo Rimi, |
01:01:36 |
e um dos chefes supremos da "Cosa Nostra". |
01:01:38 |
A operação parece surgir das declarações |
01:01:43 |
de quem os inquisidores |
01:02:49 |
- Olá! |
01:02:55 |
- Me leva à praia? |
01:02:58 |
Sim. |
01:03:00 |
Está frio e é muito longe. |
01:03:03 |
Sabia que era cagão. |
01:03:04 |
Não, não. Está bem. |
01:03:09 |
- Venha, lhe levo à praia. |
01:03:24 |
É um motor velho, entende? |
01:03:30 |
Em longas distâncias, morre. |
01:03:32 |
Mas claro, se tivéssemos ido |
01:03:39 |
- O importante é que goste. Você gosta? |
01:03:44 |
Obrigada. |
01:03:48 |
De nada. |
01:04:07 |
Ela é maluca! |
01:04:10 |
É maluca de verdade. |
01:04:15 |
Não mergulhe. |
01:04:45 |
- Você é doida! |
01:04:47 |
Quem é cagão? |
01:04:52 |
Te pego. |
01:04:56 |
Palermo, |
01:05:04 |
Doutor, interceptamos um telefonema. |
01:05:08 |
Desculpem, deixe-nos sós, por favor. |
01:05:17 |
Oi, Vito. Tudo certo. |
01:05:20 |
Avise a todos que eles estão de olho. |
01:05:23 |
Dom Salvo disse, lá da prisão, |
01:05:27 |
- Quantos quilos? |
01:05:30 |
Escute, para o juiz e aquela puta |
01:05:35 |
- Certo. |
01:05:39 |
Não fale disso com ninguém. |
01:05:41 |
Quando terminar essa blindagem, |
01:05:44 |
Devemos nos apressar. |
01:06:57 |
Roma, sala de segurança máxima |
01:07:05 |
Doutor. |
01:07:15 |
Sabe que não pode sair sem escolta. |
01:07:18 |
Não se aventure a fazer |
01:07:20 |
Não está de férias. |
01:07:24 |
Agora quer bancar a minha mãe? |
01:07:26 |
Não era |
01:07:28 |
Liberdade não é motivo |
01:07:30 |
significa fazer uma escolha |
01:07:35 |
Agora, para iniciar o processo, |
01:07:41 |
Chegou o momento de falar |
01:07:45 |
- Sente-se. |
01:07:55 |
Não, não, as fotos. |
01:07:58 |
Pelo que sabemos, seu pai era um homem |
01:08:03 |
Preferia resolver os problemas |
01:08:06 |
do que a golpe de fuzil, de caça, |
01:08:09 |
enfim, quando podia. |
01:08:11 |
Infelizmente para ele, a máfia antiga, |
01:08:15 |
havia acabado. |
01:08:16 |
Chegou o dinheiro fácil, |
01:08:18 |
os clãs mafiosos se massacravam |
01:08:21 |
Meu pai era contra as drogas. |
01:08:23 |
Isso nós sabemos. |
01:08:26 |
Meu pai estava fora |
01:08:29 |
Ou talvez ele tentasse manter você |
01:08:33 |
- Que quer dizer? |
01:08:36 |
era normal que quisesse lhe fazer crer |
01:08:40 |
Reflita bem. |
01:08:44 |
Por exemplo, no dia da procissão, |
01:09:32 |
Não quero ver essa coisa. |
01:09:36 |
Não recuse a realidade, |
01:09:37 |
ou seu belo processo se tornará |
01:09:41 |
que quer vingança |
01:09:43 |
Os advogados da defesa, verá, |
01:09:46 |
E Dom Salvo retornará à sua cidade |
01:09:52 |
Chega. Daqui alguns dias, |
01:09:55 |
você vai encontrar alguém que aceitou |
01:10:01 |
Vá repousar, Bruni. Boa noite! |
01:10:20 |
Quem são vocês? Quem são... |
01:10:25 |
- Quem é você? Quem são vocês? |
01:10:31 |
Onde ela está, tira de merda? |
01:10:33 |
Diga ou morrerá, entendeu? |
01:10:36 |
- Onde ela está escondida? |
01:10:37 |
Onde ela se esconde, bastardo! |
01:10:39 |
Onde é! |
01:10:40 |
Fale ou lhe mato! |
01:10:43 |
Fale! Onde é? |
01:11:07 |
Se se apresentar no processo |
01:11:11 |
É inútil que o esconda, |
01:11:17 |
E agora, depois de Bruni? |
01:11:21 |
Pare! Dobrei a minha escolta. |
01:11:26 |
Sei como esconde seu medo. |
01:11:32 |
Onde está Paula? |
01:11:34 |
Está na casa de minha mãe. |
01:11:38 |
Eu escolhi essa vida, mas ela não. |
01:11:44 |
O que pretende fazer? |
01:11:48 |
Tesouro, sabe |
01:11:53 |
Não me sinto investido |
01:11:56 |
Não alimento a esperança |
01:12:01 |
Estou apenas preparando um processo |
01:12:05 |
E deveria renunciar a tudo? |
01:12:07 |
Abandonar tudo? |
01:12:26 |
Sabe o estão fazendo nossos amigos, |
01:12:30 |
Estão recolhendo assinaturas |
01:12:37 |
Eles têm medo. |
01:12:56 |
NOVO ATAQUE CONTRA O ESTADO. |
01:13:22 |
Roma, |
01:14:18 |
Todos os dias me fazem ver |
01:14:23 |
Eu me digo que é tudo falso, |
01:14:28 |
de quando eu era pequena, com papai. |
01:14:31 |
Coisas que naquela época não entendia. |
01:14:43 |
É claro. |
01:14:45 |
Um homem chega em casa |
01:14:48 |
com a camisa toda suja de sangue, e diz |
01:14:52 |
que alguém lhe deu um tiro, |
01:14:58 |
Mas por favor, Ritinha não deve saber |
01:15:03 |
A garotinha do papai! |
01:15:05 |
E seu irmão, hein? |
01:15:08 |
Que escondia os lotes de droga em casa. |
01:15:11 |
Ele também se preocupava com Ritinha. |
01:15:15 |
Pobre iludida, que ainda acredita |
01:15:19 |
Mas como pode? |
01:15:24 |
- O que mais eu podia fazer? Mais nada. |
01:15:28 |
Olhe-me. Eu sou livre. |
01:15:33 |
Livre? Livre assim? |
01:15:37 |
Ainda não se deu conta de que está |
01:15:42 |
Convivendo com esses guardas, |
01:15:46 |
logo que você não lhes servir mais, |
01:15:54 |
Eu tinha razão de não querer |
01:16:00 |
Eu queria abortar você. |
01:16:03 |
Seu pai me impediu. |
01:16:09 |
E agora está indo sujar seu nome |
01:16:14 |
Ele estará contente de sua garota. |
01:16:27 |
Palermo, |
01:16:56 |
Senhor, algum comentário? |
01:17:16 |
Pode durar dias... |
01:17:18 |
Convocaram a frota toda. Fique atenta |
01:17:31 |
Rita nos preparou |
01:17:34 |
Sim. Mas estamos querendo |
01:17:37 |
Fazê-la admitir diante de todos |
01:17:40 |
Se os advogados a fizerem desmoronar, |
01:17:47 |
- Cruzemos os dedos. |
01:17:51 |
Seguirei a audiência |
01:17:55 |
Mostremos aos mafiosos |
01:18:01 |
Devemos cegá-los, ofuscá-los. |
01:18:24 |
Entra a corte. |
01:18:51 |
Acolhendo o pedido do ministério |
01:18:55 |
que esta audiência terá lugar |
01:18:59 |
pela tutela e interesse |
01:19:02 |
É Mancuso, Rita , Sr. Presidente. |
01:19:05 |
Façam entrar a testemunha. |
01:19:27 |
Tudo bem. Deixem-na. |
01:19:41 |
Filha da puta. |
01:19:48 |
Terminará exatamente como seu pai. |
01:20:18 |
Senhorita. |
01:20:30 |
Sente-se. |
01:20:42 |
Você é Rita Mancuso, 18 anos, |
01:20:46 |
Não, Sr. presidente, nesse ponto |
01:20:50 |
Pode continuar. |
01:20:51 |
Nos encontramos diante |
01:20:53 |
A testemunha não tem 18 anos, |
01:20:56 |
E isso está demonstrado na denúncia |
01:21:00 |
a única exercendo |
01:21:01 |
Denúncia apresentada |
01:21:04 |
- A testemunha tem 17 anos, é menor. |
01:21:08 |
Segundo todos os documentos |
01:21:11 |
a maioridade da testemunha |
01:21:13 |
- Mas Meritíssimo... |
01:21:16 |
para apresentar em tempo e lugar |
01:21:20 |
Mas isso não afetará |
01:21:47 |
O conteúdo do diário da testemunha |
01:21:50 |
e somos capazes de atestar |
01:21:53 |
entre o que foi reportado |
01:21:55 |
Então pedimos à corte que este diário |
01:21:57 |
que nossa testemunha |
01:21:59 |
seja juntado aos autos |
01:22:02 |
Protesto! |
01:22:04 |
Mas por amor de Deus, Meritíssimo, |
01:22:06 |
o senhor viu a data desse diário? |
01:22:09 |
Ela começou a escrever |
01:22:12 |
Aqui estamos diante |
01:22:16 |
com o psiquismo perturbado. |
01:22:20 |
Senhores, querem realmente julgar, |
01:22:24 |
e talvez condenar à prisão perpétua |
01:22:27 |
em nome do povo italiano |
01:22:29 |
pais de família? |
01:22:31 |
Gente honesta! |
01:22:33 |
Mas baseado em quê? |
01:22:37 |
Nos devaneios de uma menina fanática. |
01:22:42 |
Desses "devaneios" temos |
01:22:45 |
Doutora, temos dezenas de provas, |
01:22:50 |
é uma mentirosa, |
01:22:55 |
que quer fazer justiça por si. |
01:22:56 |
- Nós ouviremos esses testemunhos. |
01:23:25 |
Me recordo, Sr. Juiz, |
01:23:28 |
que no dia do homicídio |
01:23:33 |
Dom Michele Mancuso |
01:23:42 |
Assim como fez tantas outras vezes. |
01:23:45 |
Meritíssimo, isso não procede! |
01:23:47 |
Doutora, isso diz respeito |
01:23:55 |
Prossiga. |
01:23:58 |
E isso depois de ter prometido |
01:24:01 |
e de sua filha aqui presente, |
01:24:04 |
Mentiras, Sr. Juiz, só mentiras. |
01:24:08 |
Aquele homem celerado |
01:24:11 |
à sua mulher, |
01:24:13 |
E à sua filha, que de fato |
01:24:16 |
Uma família sem honra. |
01:24:19 |
Você é uma puta! |
01:24:24 |
Você é uma difamadora! |
01:24:25 |
Puta! Puta! |
01:24:27 |
Te esmago com minhas mãos! |
01:24:32 |
Silêncio! Silêncio! Silêncio! |
01:24:39 |
Puta! Você sabe, |
01:24:44 |
Silêncio! |
01:24:48 |
Senhorita. |
01:24:50 |
Silêncio! Silêncio! SILÊNCIO! |
01:24:53 |
Não tome a palavra |
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E não use mais este linguajar |
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A audiência está suspensa por 1 hora. |
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Quanto à senhora, |
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se esse processo |
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Espero, realmente, |
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Estão vencendo, não é mesmo? |
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Estou lhe decepcionando. |
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Não aguento. |
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Não aguento ouvir |
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Lhe pedimos demais. |
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Nós exageramos. |
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Eu já pedi à Dra. Parsi e ao juiz |
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Interrompemos tudo. |
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Lhe entendo. |
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Tem direito de esquecer. |
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De ter uma vida normal |
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A LEI É IGUAL PARA TODOS |
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Peço desculpas, Sr. Juiz. |
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Por favor. |
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É verdade. |
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O diário pode ter algumas fantasias |
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como dizem seus advogados. |
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Mas um revólver |
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pode conter apenas balas. |
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Esse era o revólver de meu pai |
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e depois de meu irmão. |
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Sei que os senhores |
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que as balas |
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mataram cristãos. |
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Eu me dei conta |
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não eram melhores |
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É verdade. |
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Eu vim aqui |
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para ter vingança. |
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Mas agora peço justiça. |
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Entendi que não é a mesma coisa. |
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Diga-me uma coisa, |
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porque queria falar somente comigo? |
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Porque aquela vez |
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eu disse: esse tira |
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mas poxa! Ele é corajoso! |
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Poxa! Agora devo ir. |
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Nos vemos na próxima audiência. |
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Lhe disse que tenho uma filha |
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Não. O senhor sabe tudo sobre mim, |
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mas eu não sei nada do senhor. |
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Eu não escrevo um diário. |
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Como é sua filha? |
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Braba! Muito braba! |
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Até amanhã. |
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Roma, |
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Por que uma outra casa? |
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Porque é mais seguro. |
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Não tem zelador. Uma decisão do juiz, |
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Depois aqui é mais agradável, |
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Tem plantas. |
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Assim passa o tempo. |
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Aqui estão as chaves, |
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Elena. |
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Agora que o juiz morreu, |
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o vazio que deixou dentro de mim. |
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Todos têm medo. Mas eu, a única coisa |
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que esses pobres estúpidos que combatem |
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Alô. Bom dia, senhora. |
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Fique tranquila, senhora. |
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Não queria nada de seu filho, |
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Não o procurarei mais. Eu lhe juro. |
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Alô. |
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Mamãe? |
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Mãe! |
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Alô, é você? Vito? |
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Rita? |
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Sei que não devia lhe chamar. |
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Nâo devia saber onde estou. |
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Mas eu amo você. |
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Eu também. |
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Vito, |
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Agora só me restou você. |
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Você é a única pessoa |
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Lhe devo a vida, você sabe. |
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Só estou aqui esta noite, |
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para lhe salvar novamente. |
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- Que quer dizer? |
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Que amo você de verdade, |
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Um dia lhe encontrarão. |
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Agora que não tem mais aquele |
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eles lhe matam. |
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E você o que poderia fazer |
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Posso fazer mais do que lhe salvar. |
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Levo você de volta para casa |
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Faço você viver uma vida rica, |
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Belo conto de fadas. |
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E o eu deveria fazer, |
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É simples. Na próxima audiência |
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Diga que no seu diário |
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Que eram bobagens. |
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E que o juiz lhe pressionava. |
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Eu entendo. |
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Assim o processo acaba, |
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e todos voltam para casa. |
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Quem me diz |
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Dom Salvo em pessoa. |
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Que me acontece se lhe digo que não? |
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Já estão lá embaixo, seus amigos, |
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Ou me matará você mesmo? |
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Que está dizendo, meu amor? |
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Não entende? |
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Eu gosto de você. |
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Certo. E Dom Salvo também. |
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Porque se eu morro, |
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as provas ficam, o processo vai adiante |
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Sabe de uma coisa? |
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Dessa vez a máfia perde. |
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Dessa vez venço eu, meu amor. |
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Vence Rita, |
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a louca, a puta, a menina fanática. |
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Rita, onde vai? |
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Rita, o que faz? |
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RITA! |
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À Rita Atria |
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que sacrificaram suas vidas |
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- Não tem nada melhor a fazer? |
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- Quero fazer um primeiro plano, olhe! |
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Talvez um mundo honesto, |
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Mas quem nos impede de sonhar? |
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Talvez se cada um de nós |
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talvez conseguíssemos. |
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Rita Atria. |
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COM TODO NOSSO AFETO |
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RITA ESTÁ ENTRE NÓS |
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CHEGA DA MÁFIA: QUEREMOS VIVER |
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BORSELLINO E FALCONE |
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RITA |
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Rita Atria se suicidou |
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7 dias após a morte do juiz Borselino. |
01:44:55 |
Os textos do diário foram extraídos |
01:44:59 |
adquiridos dos autos do processo. |
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A maioria dos mafiosos acusados por ela |
01:45:09 |
O prefeito da cidade foi absolvido das |
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Tradução: AnaLisb7 |