N Io e Napoleone

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00:02:01 NAPOLEÃO EXILADO
00:02:04 Portoferraio, 4 de março de 1814
00:02:09 Aquele sonho de novo.
00:02:12 A besta imunda e sanguinária
00:02:16 reduzida a uma pilha de mortos...
00:02:20 e eu a mato!
00:02:24 Patrão Martino, bom dia.
00:02:25 Sua irmã me mandou
00:02:40 Me questiono sobre seu sentido
00:02:44 O que é?
00:02:45 - A sua irmã...
00:02:48 - Me mandou trazer...
00:02:53 ...que me atrai...
00:02:55 - o seu desjejum.
00:03:00 - Sim.
00:03:04 Feche a porta.
00:03:05 ...que me atrai ao objeto
00:03:11 Martino, vai se atrasar
00:03:14 O que está fazendo aí?
00:03:16 Venha me ajudar
00:03:24 Imbecil, vou voltar
00:03:30 Sr. Ferrante, ele disse
00:03:32 Vou ajudar a sua irmã
00:03:37 - O que ela disse?
00:03:40 Maluca.
00:03:43 MEU CASO COM O IMPERADOR
00:05:39 Bom dia, Professor.
00:05:57 Vamos, vamos!
00:06:04 Então, o ogre, que era
00:06:09 perguntou a Buchettino:
00:06:14 Buchettino, que era
00:06:18 respondeu, dois pontos...
00:06:22 abram aspas...
00:06:24 "Seria idiota se lhe dissesse.
00:06:27 Se você subir aqui, me come.
00:06:31 Fechem aspas.
00:06:33 - Pietro, traga essa folha.
00:06:37 Sim, mostre isso.
00:06:42 - Não fui eu que fiz.
00:06:45 O Exército de Elba, ele disse.
00:06:49 Bruno... o que é isto?
00:06:52 - O nosso novo rei, Professor.
00:06:56 Napoleão, será o rei de Elba!
00:07:00 Napoleão, para
00:07:04 vem para cá como exilado.
00:07:06 Exilado. Exilium, palavra latina...
00:07:12 que significa fora da cidade.
00:07:14 Porque foi expulso,
00:07:18 e como tal, será processado
00:07:21 Qualquer que seja a sua sorte,
00:07:24 - Por quê, Ferrucio?
00:07:27 Como o ogre de Buchettino, pior!
00:07:30 - Porque é um imbecil!
00:07:33 Um cocô mole.
00:07:36 - Sim! E você.
00:07:38 - Filho de porco!
00:07:40 - Peido fedido!
00:07:42 Pior! É um traidor,
00:07:47 Um assassino que matou milhares
00:07:51 Em uma só batalha
00:07:53 12 mil, a população de Elba.
00:07:56 Imaginem a nossa ilha deserta.
00:08:00 Rei uma ova!
00:08:05 Com vaias!
00:08:08 Com couve- flor podre na cara!
00:08:12 Com gatos mortos
00:08:16 Examinador, bom dia.
00:08:19 Já foi avisado, Prof. Papucci...
00:08:21 para deixar suas idéias políticas
00:08:25 - Não consegue fazer isso?
00:08:29 Não quero fazê-lo sofrer.
00:08:32 Fique lá fora com elas
00:08:36 que não mais o são.
00:08:38 - Alunos?
00:08:40 Vá embora, professor.
00:08:42 Para sempre?
00:08:44 In aeternis.
00:08:46 Está bem.
00:08:50 Eu agradeço.
00:08:52 Meus caros...
00:08:55 adeus.
00:08:57 Lembrem- se, cebolas podres!
00:09:01 Agora, crianças, mãos juntas.
00:09:04 Salve regina,
00:09:46 Venha, o tio Egisto vai
00:09:52 18 de maio de 1814,
00:09:58 Na alvorada, o navio
00:10:00 ancorou na costa de Bagnaia...
00:10:02 e esta manhã,
00:10:12 Queria também eu ver seu rosto...
00:10:14 e me misturei à multidão
00:10:20 com a bênção do Prefeito
00:10:23 Grande Cavaleiro dos Cretinos.
00:10:28 Mal consegui ver o seu rosto...
00:10:31 mais idiota do que o retratou
00:10:38 O povo se entusiasma
00:10:42 e isto aumenta a culpa
00:10:46 Quanto mais veneram
00:10:51 mais eu o odeio.
00:10:56 Bom dia.
00:10:58 - Falei bom dia.
00:11:03 A carga foi quase toda carregada.
00:11:07 - Você o viu?
00:11:11 Está pronto?
00:11:14 Estou confuso, irmão.
00:11:16 Vai partir ou não?
00:11:20 Deviam tê-lo decapitado...
00:11:22 mas o fazem soberano
00:11:26 O que isso tem a ver
00:11:28 Continua misturando
00:11:32 Por quê? Explique,
00:11:36 Considero filosoficamente
00:11:40 Faz política à custa
00:11:43 e se esquiva de seus deveres
00:11:47 Onde está, na venda?
00:11:49 Foi demitido do emprego
00:11:52 sem nem um traço de realidade.
00:11:54 - Largue o meu braço!
00:11:57 É uma pergunta ou uma ordem?
00:11:59 Se for uma ordem, saiba que
00:12:04 Está bem?
00:12:05 Minha nossa...
00:12:09 Sem barulho!
00:12:14 - Cuidado!
00:12:18 Até serviço de quarto agora!
00:12:21 Cuidado!
00:12:22 - Desculpe.
00:12:24 400 garrafas de vinho,
00:12:28 mais estes fardos de grão.
00:12:31 Quando seu irmão estiver
00:12:35 Martino não vai.
00:12:41 Eu sei, sua mulher está doente.
00:12:43 E minha filha vai dar
00:12:46 - Podemos conversar?
00:12:49 Então, não é possível?
00:12:52 Patrão, se me ordenar...
00:12:54 Se ordená-lo...
00:12:57 Ficou maluco?
00:12:59 Vá, nos vemos no píer.
00:13:02 Tenho que ir eu,
00:13:06 Tente entender, quero ficar para
00:13:11 Estão brigando?
00:13:13 Diamantina, seu irmão não quer
00:13:18 Eu também o odeio,
00:13:21 Não quero ficar fora três meses.
00:13:24 Sinto uma angústia, uma ânsia,
00:13:28 Marselha, Gênova, Barcelona,
00:13:32 - Há quem pagaria por essa viagem.
00:13:36 Não quer ser escritor?
00:13:38 Novos mundos, hábitos, costumes.
00:13:41 Um escritor não viaja
00:13:44 mas deve ser a voz
00:13:49 É preciso ficar aqui, ver
00:13:52 e testemunhar.
00:13:54 Eu sei por que não quer partir,
00:13:58 O que você sabe?
00:13:59 É porque aquela velha
00:14:02 - Quieta, imbecil!
00:14:05 Você diz que é Jacobino, mas
00:14:09 e pior ainda, vagabunda!
00:14:10 O que está dizendo, ignorante?
00:14:13 - Não é Condessa, é Baronesa.
00:14:16 Como se atreve, solteirona?
00:14:18 Solteirona?
00:14:20 Não se atreva
00:14:24 Desgraçados!
00:14:28 - Cretinos!
00:14:34 Trégua!
00:14:38 - Que vergonha, somos irmãos!
00:14:44 O que o papai disse
00:14:46 - Eu sei.
00:14:48 - "Seja uma mãe para ele."
00:14:51 As duas coisas.
00:14:53 Nós o amamos...
00:14:54 por isso falamos para não ficar
00:14:58 como se fosse Dante Alighieri
00:15:02 Dois torrões de terra.
00:15:05 Por isso, seja ajuizado, arrume
00:15:16 Não.
00:15:22 Mirella, ponha num saco o que
00:15:26 e ponha tudo para fora,
00:15:29 mas aqui você não fica.
00:15:32 - Ferrante...
00:15:34 Faça o que ele mandou.
00:15:39 Eu mesmo faço.
00:15:40 - Adeus!
00:15:46 Ferrante!
00:15:53 Que confusão!
00:16:07 Pare de chorar!
00:16:10 Não piore as coisas.
00:16:26 Adeus, irmão.
00:16:32 Perdoe-me.
00:17:51 - Bom dia, Professor.
00:17:55 Mesmo assim, bom dia.
00:18:03 Emilia?
00:18:07 - A senhora está no quarto?
00:18:09 O Notário Baccelli
00:18:12 - Ela nos disse palavras ofensivas.
00:18:16 É melhor voltar depois.
00:18:20 Outra vez?
00:18:23 A viagem de barco foi um inferno,
00:18:29 Como dizia a minha avó...
00:18:30 "Para nós moradores de Castello,
00:18:35 Não quero ver ninguém,
00:18:41 Vou deixar a bandeja aqui e saio.
00:18:44 Meu Deus!
00:18:47 Não acredito!
00:18:50 Seja bem- vinda.
00:18:52 - Está bravo comigo?
00:18:55 Porque não avisei que vinha.
00:18:58 Mas é bom esteja aqui,
00:19:02 Eu também.
00:19:04 - Vim dizer que aceito.
00:19:08 A proposta que me fez
00:19:13 Lembra?
00:19:15 Disse que eu podia me ocupar
00:19:19 mesmo na sua ausência.
00:19:24 - Eu aceito.
00:19:27 - Me ajuda?
00:19:30 Só o que gosto deste império
00:19:33 anágua larga que esconde
00:19:35 enquanto na frente
00:19:39 O que queria me dizer?
00:19:41 É tão charmoso
00:19:44 O que queria me dizer?
00:19:47 Meu caro Martino,
00:19:51 não podemos mais.
00:19:52 Por quê?
00:19:54 Porque quando uma relação
00:19:58 Acaba?
00:19:59 Desculpe ter jogado
00:20:03 "Ela chegou, vou até lá,
00:20:08 rolamos na cama
00:20:15 Eu gostava tanto quanto você.
00:20:18 "Ele chega, me lê sua poesia
00:20:21 e nos beijamos inteiros...
00:20:24 e volto a Nápoles em 15 dias...
00:20:26 ao meu marido Bourbon
00:20:33 Venha aqui.
00:20:36 Vamos vender tudo:
00:20:40 - Vender, quando?
00:20:44 O Prefeito de Porto Longone,
00:20:47 vai comprar em nome
00:20:49 Para ele, Napoleão é o máximo.
00:20:52 - Outro sinal?
00:20:56 - Nada.
00:21:00 Não faça essa cara feia,
00:21:05 - Vamos brindar com champanhe?
00:21:08 - Eu não esperava isso.
00:21:12 Vou mandar trazer.
00:21:17 Se para você, sou só...
00:21:19 - Um capricho quinzenal?
00:21:25 E como é boa e gentil,
00:21:31 Claro.
00:21:33 Então, não sofra.
00:21:39 O que eu penso?
00:21:41 E por motivos muito sérios,
00:21:46 - Chamou?
00:21:52 - Sinceridade é maravilhoso.
00:21:55 - Porco!
00:21:57 Aproveitou a oportunidade!
00:21:58 Sua sinceridade é falsa,
00:22:02 - E a sua?
00:22:05 Aliás, uma mentira penosa,
00:22:10 Que vergonha!
00:22:12 - Vá embora!
00:22:15 Esclarecer o quê, Casinoski?
00:22:17 Tive um empregado russo que
00:22:22 Já me contou.
00:22:23 Esclarecer o quê?
00:22:27 Tenho 21.
00:22:28 Pensei: "No ano que vem meus seios
00:22:32 E o que eu faço, me mato?
00:22:35 Então, vou largá-lo eu
00:22:39 Ano que vem nada!
00:23:01 Há pessoas me esperando.
00:23:20 "Fugistes em companhia
00:23:25 e me abandonastes
00:23:29 e a um futuro mortificador."
00:23:47 Durmo aqui.
00:23:53 Incomodo alguém se durmo aqui?
00:23:57 Durmo aqui.
00:23:59 Está bom.
00:24:04 "Atenção, nesta data...
00:24:07 resolução do Maire Lonzi Tognarini,
00:24:12 convoca o Professor
00:24:16 a apresentar-se expeditamente
00:24:20 na sede da Prefeitura
00:24:24 É o senhor o Professor Papucci?
00:24:29 Cosimo Bartolini, ficou maluco?
00:24:32 Desculpe, fui nomeado arauto
00:24:36 O Prefeito o espera.
00:24:39 É verdade que seu irmão viajou
00:24:42 - O que você tem com isso?
00:24:47 Agora que Ferrante viajou,
00:24:50 e Diamantina está sozinha,
00:24:53 Com todo respeito,
00:24:58 Ser o bibliotecário e secretário
00:25:02 Sua Majestade deseja
00:25:06 que possa anotar suas reflexões.
00:25:09 E o Prefeito pensou no meu irmão?
00:25:11 O salário é generoso...
00:25:13 fora o privilégio do contato diário
00:25:18 Não conhecem Martino,
00:25:23 Eu o encontrei,
00:25:26 Venham.
00:25:29 Monsieur le Maire,
00:25:32 Vamos entrar!
00:25:34 Prefeito, espero aqui,
00:25:39 Caríssima Diamantina, viu?
00:25:42 O Prefeito e eu agora...
00:25:45 Quem diria, não?
00:25:47 O momento é propício...
00:25:49 temos um Imperador,
00:25:52 É uma boa hora
00:25:56 O que está dizendo?
00:25:58 Se eu não fosse eu
00:26:00 "Como vê a Papucci
00:26:02 Eu diria:"Muito bem eu os vejo".
00:26:06 Fazendo o quê?
00:26:07 Lembra na festa de Santana
00:26:11 e pisei no seu vestido
00:26:15 "Devia morrer, seu maldito!"
00:26:17 - E daí?
00:26:21 Muito, muito...
00:26:24 muito bem, Professor.
00:26:26 Vamos dar a boa notícia
00:26:32 - Bom General?
00:26:34 O Professor Papucci aceita
00:26:43 Agradeço, senhor, por esta
00:26:46 Como vê, aqui em Elba não há
00:26:51 e camponeses.
00:26:53 Muito bem, começa amanhã.
00:27:03 Espere, Martino!
00:27:09 Espere!
00:27:14 - Você disse "sim"?
00:27:21 - Não vai para casa?
00:27:29 Que desgosto!
00:27:32 Lembrei que quando
00:27:35 atirou uma pedra no meu nariz
00:27:38 Foi quando percebi
00:27:47 Faz bem em não responder
00:27:49 É uma decisão importante
00:27:53 Que mulher!
00:28:07 Professor Fontanelli?
00:28:10 Argus, onde está o seu dono?
00:28:17 Está traduzindo Shakespeare.
00:28:22 Professor.
00:28:25 - Professor, como vai?
00:28:28 - Precisamos conversar.
00:28:31 Jacopo se mata...
00:28:33 por ter acreditado
00:28:36 Acho que Jacopo devia
00:28:40 o grande paladino da liberdade
00:28:44 Então, corrigimos os livros?
00:28:47 Podemos mudar o título também:
00:28:53 Parece perturbado,
00:28:56 Foi expulso de casa,
00:28:59 sonha toda noite
00:29:04 O que veio me dizer?
00:29:06 Perturbado?
00:29:09 Esse sonho recorrente, o fato
00:29:14 - e finalmente...
00:29:20 Por exemplo, 9 de setembro,
00:29:23 é a mesma de Harmodius,
00:29:25 o senhor mesmo lembrou.
00:29:28 Harmodius! Por favor!
00:29:33 Não ria, são sinais
00:29:36 os deuses querem me dizer algo...
00:29:40 Se os deuses existissem,
00:29:43 de dar sinais a Martino Papucci
00:29:47 Sua cabeça está cheia
00:29:50 O senhor é que as colocou lá.
00:29:55 Não deve amar só a liberdade,
00:29:58 seja lá quem for,
00:30:01 "Já que amo a liberdade, estou
00:30:06 Está me parecendo
00:30:11 Explique melhor essa bobagem,
00:30:16 Morte ao tirano...
00:30:19 é uma idéia que
00:30:21 As idéias se pensam, as ações
00:30:26 Maldição!
00:30:28 Estou surpreso com o senhor,
00:30:32 perdeu um filho em Marengo
00:30:36 e não tem sequer uma tumba
00:30:38 Não tem vergonha
00:30:43 Acha que estou orgulhoso...
00:30:45 porque o Imperador nos dá
00:30:49 Pense o que quiser, me parte
00:30:52 Você viveu só 20 anos,
00:30:56 para jogá-los sobre a pilha
00:31:00 Volte para a sua casa
00:31:03 A porta é ali, saia!
00:31:07 - Estou decepcionado com o senhor.
00:32:15 É você? Que susto me deu!
00:32:18 Só vim pegar uns livros.
00:32:21 Espere!
00:32:23 Por favor, não me deixe sozinha!
00:32:26 Não me deixe sozinha!
00:32:30 - Por que está chorando?
00:32:38 "Cara irmã, caro irmão distante...
00:32:41 o papai acertou.
00:32:44 Vocês foram para mim mais
00:32:49 Já eu não fui nem filho devoto
00:32:54 O destino me guardou
00:32:58 que conhecerão
00:33:02 Não espero o seu perdão,
00:33:09 Está aqui, que bom!
00:33:12 Estou saindo.
00:33:19 - Então, bom dia.
00:33:34 "O que levou a decisão tão firme
00:33:38 que pela firmeza não primava...
00:33:40 foi o desdém
00:33:43 pelo banho de sangue
00:33:47 por haver imposto
00:33:50 à veneração ou ao ódio
00:33:52 e por fim, os patriotas
00:33:58 Por tudo isto, eu, hoje...
00:34:01 ergo minha mão vingadora
00:34:06 Que belas palavras!
00:34:11 "Aos seus filhos,
00:34:15 peço que digam que o tio Martino
00:34:21 Com amor, do seu irmão Martino."
00:34:25 Imaculou-se como a Virgem Maria.
00:34:30 Não... imolou- se.
00:34:36 Luigina, o que quer dizer
00:34:41 Não tenho tempo
00:35:01 Bom dia.
00:35:04 Sou Martino Papucci.
00:35:16 Sua Majestade está
00:35:41 Pode entrar.
00:35:57 Sou Martino Papucci,
00:36:07 Anunciado, jovem.
00:36:12 Trata-se de reordenar
00:36:16 documentos e lembretes...
00:36:19 e anotar reflexões.
00:36:22 É um trabalho tranqüilo
00:36:26 com a sua ajuda, Marchino.
00:36:30 - Belo nome.
00:36:32 Tenha sempre papel
00:36:39 Está me olhando?
00:36:42 O que achou de excessivo?
00:36:47 E o que me falta?
00:36:50 Fale.
00:36:56 Barriga de mais,
00:36:59 Olhos... ainda tenho
00:37:07 Em confidência, os olhos de águia
00:37:16 Basta! De manhã devo tratar
00:37:25 À tarde, trabalharemos aqui
00:37:29 Passa do meio-dia, tenho fome.
00:37:36 O limão estimula o apetite
00:37:45 Assim, o ventre não incha.
00:38:04 Martino é o meu nome!
00:38:07 Até o chapéu eu tirei!
00:38:10 Poderia me anunciar?
00:38:13 Imbecil, cretino!
00:38:16 Retardado!
00:38:19 Maldito!
00:38:31 Não "elaminou" e não se imolou.
00:38:55 Prato do dia, por favor.
00:39:00 Hoje tem lingüiça e brócolis
00:39:03 um prato delicioso.
00:39:06 - Então?
00:39:08 - Você o viu?
00:39:10 Ele! Como ele é?
00:39:13 - Como acha que ele é?
00:39:16 Dizem que ele quer
00:39:19 Podia me dar uma indicação...
00:39:22 Não precisa, ele aceitará
00:39:25 Vai ter trabalho para todos...
00:39:27 ele quer construir
00:39:31 Dizem que quer implantar
00:39:36 Já que vamos virar
00:39:40 precisamos nos gabar.
00:39:42 Potência imperial?
00:39:47 Lá também é uma ilha!
00:39:52 Vão ver quanto dinheiro virá
00:39:58 - É um milagre!
00:40:05 - Não vai comer?
00:40:09 Está delicioso.
00:40:12 Subiu à cabeça dele!
00:40:46 Maldição!
00:40:49 Diamantina?
00:40:55 Diamantina?!
00:40:56 Onde está a chave
00:41:00 É essa sua obsessão
00:41:58 - O que ele disse?
00:42:02 Por que esta estrada
00:42:06 Realmente...
00:42:08 sempre foi assim.
00:42:11 Talvez porque embaixo
00:42:14 e aqui em cima o solo é ameno.
00:42:16 A pedra pode ser extraída,
00:42:21 Pode-se retificar o traçado.
00:42:23 Genial!
00:42:28 Vamos economizar meio dia
00:42:32 - Extraordinário.
00:42:34 Por que nunca pensamos nisso?
00:42:36 Pois é.
00:42:39 Inspetor, geômetra, topógrafo...
00:42:43 desçam, avaliem...
00:42:45 meçam e retifiquem a estrada.
00:42:48 Rápido!
00:42:51 Vocês não vão?
00:42:54 Sua Majestade, já vou descer.
00:43:55 Lá está, estou vendo!
00:43:58 Se estivesse mais claro,
00:44:04 Córsega.
00:44:10 Meus irmãos e eu catávamos
00:44:33 Cuidado, saia daí...
00:44:36 este vento é perigoso.
00:44:39 Estava procurando um lápis.
00:44:47 É verdade que nossos únicos momentos
00:44:53 mas recordá-los é muito triste.
00:45:01 O dia em que perdemos
00:45:06 instala-se a paixão
00:45:10 o que nos leva
00:45:14 até a morte.
00:45:28 Vamos ouvir o compêndio de hoje.
00:45:32 - Compêndio?
00:45:40 - A pedra se extrai com pólvora...
00:45:46 "Um trono não passa
00:45:50 A próxima.
00:45:52 "A França será sempre
00:45:57 Quem deseja forte
00:46:01 Chega, obrigado.
00:46:06 O que aconteceu?
00:46:08 Não sei, há uma multidão.
00:46:12 A rua está fechada...
00:46:15 vamos abrir imediatamente.
00:46:17 É dia de feira.
00:46:19 Feira!
00:46:22 Então, vamos à feira também.
00:46:48 Viva Napoleão!
00:46:51 Não há quem o iguale!
00:47:23 - Posso?
00:47:27 Na França se chama "renette".
00:47:32 - Duas moedas de prata a caixa.
00:47:38 Para o senhor, é de graça.
00:47:42 Para ele é de graça.
00:47:44 Ele é Napoleão!
00:47:47 Fora os ingleses,
00:47:50 Olhe nos olhos destas pessoas.
00:47:54 Eles vêem o reflexo
00:47:57 e do seu anseio de redenção.
00:48:19 Em resumo, Napoleão é
00:48:23 ou as multidões é
00:48:56 - Então?
00:48:58 - Abra a porta!
00:49:02 Passa o dia todo
00:49:07 e nem pensa mais na família.
00:49:10 Está bem, fique em jejum.
00:49:15 O que está acontecendo comigo?
00:49:18 Eu hesito e as oportunidades
00:49:21 e agora até os objetos somem.
00:49:23 É como se os deuses,
00:49:26 se divertissem a espalhar
00:49:29 Ou talvez queiram pôr
00:49:31 Eu consigo...
00:49:36 Minha nossa!
00:49:37 Ou querem decidir eles
00:49:40 e preciso só estar preparado
00:49:44 desta vez inequívoco e definitivo.
00:00:16 - Aonde vamos?
00:00:18 reconhecimento e caça de javali.
00:01:01 Peguem as panelas de bacalhau
00:01:05 Batedores e caçadores por aqui!
00:01:17 Cara Majestade, notre soleil!
00:01:20 Notário Bonci Baccelli, chefe
00:01:23 Estou ao seu dispor.
00:01:26 Vamos por aqui.
00:01:30 Vamos por aqui!
00:01:32 Vossa Majestade costumava
00:01:37 Infelizmente, é verdade.
00:01:40 Os únicos momentos felizes
00:01:44 mas recordá-los é muito triste...
00:01:48 pois é quando se instala
00:01:52 que somos levados
00:01:56 até a morte.
00:02:00 Em poucas palavras,
00:02:05 Estou sem palavras.
00:02:09 Em posição para a caça!
00:02:11 A caminho, boca fechada que
00:02:16 Como se os javalis o esperassem!
00:02:19 - Dois fuzis não pesam? Dê-me um.
00:02:24 Melhor, não?
00:02:29 Em posição!
00:02:31 Vamos começar a caça,
00:02:39 Cá entre nós,
00:02:42 - Os javalis estão vindo?
00:02:45 Outra noite nos mandaram
00:02:50 Cinco baús pesados,
00:02:54 Colocamos numa carreta
00:02:58 Aposto que é qualquer coisa
00:03:03 Armas?
00:03:06 Nunca houve tanto tráfego
00:03:08 dia e noite, já notou?
00:03:10 Já.
00:03:12 Vou dar uma olhada.
00:03:15 Cuidado com as cobras.
00:03:52 O que está fazendo aqui?
00:03:55 Javalis...
00:03:57 Não tem nenhum aqui.
00:04:04 Posição, ali e ali.
00:04:08 Javalis ali embaixo,
00:04:12 A caça acabou.
00:04:15 Entregue o fuzil.
00:04:19 Porque...
00:04:23 É incompetência minha,
00:04:26 Há sempre caça
00:04:29 Paciência, respiramos ar fresco
00:04:32 Não estão com fome?
00:04:37 Ordeno a tropa
00:04:43 Que engraçado!
00:04:50 Vossa Sumidade, o nomeamos
00:04:54 toscanos rudes e valentes
00:04:59 Se Vossa Sumidade permite,
00:05:03 sobre esta paixão de bater
00:05:09 Ouça, é lindo.
00:05:11 "A cada minuto nós todos,
00:05:14 Um olho aberto, o outro fechado,
00:05:19 Ouvidos atentos
00:05:24 - Quando de repente...
00:05:28 Continue escrevendo.
00:05:34 - Ele gostou.
00:05:40 Majestade, é inacreditável!
00:05:44 Os javalis comeram tudo!
00:05:46 Nada funciona nesta maldita ilha!
00:05:49 Pão, salame, queijo, galantine.
00:05:52 Enquanto estavam lá em cima,
00:06:01 Fuzilem- no!
00:06:06 Depois o assamos e o comemos.
00:06:19 Falou isso para brincar.
00:06:22 Ele me faz rir!
00:06:32 Delicioso...
00:06:34 coma comigo.
00:06:37 Que curioso! Atribuímos
00:06:43 e ferocidade ao leão...
00:06:46 mas ambos devoram seres vivos,
00:06:52 Qual é a diferença?
00:06:58 Não está escrevendo?
00:07:01 Devo escrever que o passarinho
00:07:06 Se não se importa.
00:07:08 Estava falando
00:07:13 As duas questões estão ligadas.
00:07:16 A natureza ensina que o mais forte
00:07:23 Anote...
00:07:25 No ponto crucial da batalha,
00:07:29 é certo que ganhe...
00:07:31 sem considerar
00:07:36 O que foi?
00:07:38 Como é possível?
00:07:40 Acabei de dizer.
00:07:42 Posicione as tropas para que
00:07:45 Como é possível não considerar
00:07:47 Como é possível?
00:07:54 Não se trava uma guerra
00:07:59 O que nos impede de considerar
00:08:03 O medo! O medo nos obriga
00:08:11 Mas desgraça se escrever isso!
00:08:16 Nem pode imaginar o orgulho...
00:08:19 e a alegria desesperada
00:08:24 - É, milhares e milhares.
00:08:27 Não se meta na minha angústia...
00:08:29 como se atreve?
00:08:41 Tudo bem, obrigado, Ali.
00:08:46 Sinto muito...
00:08:50 mas não posso ouvir
00:08:56 à minha dor.
00:09:00 Diga a Marchand
00:09:10 Você me perdoou?
00:09:13 Claro!
00:09:18 Ouvi boatos sobre você...
00:09:21 sobre o nosso professor...
00:09:24 - Seu safado!
00:09:31 Soube que é muito bonita.
00:09:39 Somos apenas amigos.
00:09:44 É um cavalheiro também.
00:09:48 Então, é professor na classe
00:10:37 Sua mãe e sua irmã Paolina
00:10:41 Elas têm muito estilo.
00:10:43 Quieta!
00:11:05 Senhor Papucci.
00:11:08 Isto é para o senhor, é urgente.
00:11:14 Podíamos ir comer
00:11:17 Chega, não vamos exagerar.
00:11:20 Fique contente de ter
00:11:25 Aonde vai o maluco?
00:11:29 Biscoitos com vinho doce,
00:11:42 Onde ela está?
00:11:56 - Que surpresa!
00:12:00 Acabei de desembarcar
00:12:03 Como não podemos nos ver mais,
00:12:07 a sua cama...
00:12:08 seus livros, seus soldadinhos...
00:12:12 seu pião de madeira!
00:12:16 Com seu urso de pano, que amor!
00:12:20 - Como ele se chama?
00:12:24 - Posso ficar com ele?
00:12:28 Vou chamá-lo de Martino.
00:12:31 Com licença.
00:12:43 Pode ir, tesouro.
00:12:47 Feche a porta!
00:12:51 Que amor!
00:12:54 - Quem?
00:12:57 Mirella? Até parece!
00:13:00 Escute o que me toca
00:13:04 "Na guerra, o melhor cálculo
00:13:09 O exército é uma espada
00:13:13 - Leia, é divertido.
00:13:18 É absurdo, eu o odeio.
00:13:21 Esta é bonita. "O amor é
00:13:27 Ele é um profundo conhecedor
00:13:30 não só um estrategista
00:13:32 é também um conhecedor
00:13:36 de como se faz cappellini na sopa.
00:13:39 Vamos fazer esta bobagem,
00:13:43 Fazer amor?
00:13:45 Sim.
00:13:52 O que se passa aqui?
00:13:55 - Madame me fez uma surpresa.
00:14:00 Surpresa? Vocês é que
00:14:03 - Que modos são esses?
00:14:05 Como entra assim
00:14:08 Outros um corno!
00:14:09 Se não percebeu, cara Madame,
00:14:13 Como dona de casa,
00:14:17 - Olhe só que vagabunda!
00:14:21 Quem, eu?
00:14:24 - A quem?
00:14:27 A ele!
00:14:31 Eu mudei de idéia.
00:14:33 Não é grande coisa,
00:14:36 Sobretudo depois que casam.
00:14:38 - Obrigada.
00:14:41 - Por quê?
00:14:44 Ele queria pôr o retrato da mãe
00:14:47 ela parece uma bruxa.
00:14:50 Adorada Diamantina...
00:14:52 essa notícia me deixou
00:14:57 Fique quieto,
00:15:00 me espere lá embaixo.
00:15:02 Eu espero e depois vamos
00:15:05 Espere lá embaixo, imbecil!
00:15:09 Desculpe. Sente-se.
00:15:13 - O que dizia do seu marido?
00:15:17 Agora que tem 80,
00:15:19 E a mãe ainda faz a sopa
00:15:24 - Que nojo? Por que não larga dele?
00:15:28 É melhor um marido pobre,
00:15:31 Ou um jovem bonito
00:15:35 Mas é tarde para mim,
00:15:39 Você é um broto!
00:15:42 E emagreceu tanto.
00:15:44 De tristeza, vendo
00:15:49 Tiraram quase toda a mobília.
00:15:52 Chega de lamúria,
00:15:55 Por que não passa a noite aqui?
00:15:58 La aproveitar a hospitalidade
00:16:02 Vai até Marciana a esta hora?
00:16:05 Os lençóis foram trocados hoje
00:16:10 - Obrigada.
00:16:13 É uma grande honra tê-la
00:16:18 Meus respeitos.
00:16:21 Martino, modos
00:16:25 O que faz aqui?
00:16:27 Esperava para termos
00:16:31 quando se tomam
00:16:33 Saia daqui, cabeça oca!
00:16:38 Me ajuda?
00:16:50 Beije-me, é a nossa última vez.
00:16:56 Última vez...
00:17:08 Esta e esta.
00:17:13 A Baronesa vai precisar disto?
00:17:16 Leve, em todo caso.
00:17:19 - Quer uma mão?
00:18:14 Quer que eu leve as malas?
00:18:23 Não se preocupe,
00:18:27 Obrigada.
00:18:30 Seja forte.
00:18:53 Cuidado com o quadro
00:19:03 Pascalina, depressa,
00:19:10 Sabia que Martino e eu
00:19:12 Pare!
00:19:15 Depois que eu voltar a Nápoles,
00:19:19 Pare, por favor.
00:19:22 Como é gracioso!
00:19:25 - Sabe por quê?
00:19:28 Porque despreza Napoleão.
00:19:31 - Chega, o que interessa a ela?
00:19:37 Pascalina é corsa e foi
00:19:43 O que posso dizer?
00:19:46 Eu o amava como a um filho.
00:19:53 Vamos, sente, conte como
00:19:59 Como ele era?
00:20:02 Um garoto obediente, educado...
00:20:08 e muito triste.
00:20:13 Tantas vezes à noite
00:20:18 pois que chorava dormindo.
00:20:20 - Quantos anos ele tinha?
00:20:26 E com o passar dos anos,
00:20:31 Quando seu pai, para ser
00:20:35 por ter apoiado a independência...
00:20:37 decidiu mandá-lo para
00:20:43 ele ficou desesperado.
00:20:47 Tinha 16 anos...
00:20:51 e não queria ir.
00:20:55 Tinha medo de ir
00:21:00 E se envergonhava
00:21:06 Coitado!
00:21:18 Vou trazer mais água.
00:21:36 Cabeça oca!
00:21:38 Desgraçado!
00:21:42 - O que aconteceu?
00:21:44 Como pode dizer isso
00:21:49 Cebola, não!
00:21:53 - O que aconteceu?
00:21:56 Não se sabe com certeza,
00:21:59 Com esse sorriso de idiota!
00:22:03 uma tempestade, esperamos
00:22:06 - E ficou rindo, o cretino.
00:22:10 - E não disse que todos morreram.
00:22:14 Bacalhau, não!
00:22:16 Largue esse bacalhau!
00:22:20 Fique calma.
00:22:22 Aquele homem trouxe
00:22:25 - Eu?
00:22:29 - N?
00:22:33 Como chegou a notícia?
00:22:35 Marinheiros de Livorno
00:22:37 Encontraram o Santa Maria
00:22:41 Mas a chalupa não estava.
00:22:45 - Rindo.
00:22:48 Uma desgraça atrás da outra,
00:22:52 Por quê?
00:22:54 Ela disse que não quer ficar,
00:22:59 esta madrugada.
00:23:01 - Por quê?
00:23:05 Calma.
00:23:07 Pobre Ferrante!
00:23:15 É culpa minha, devia
00:23:18 - Teria sido a mesma coisa.
00:23:21 Viu, ele está rindo!
00:23:24 É só para animá-los,
00:23:27 Agora que estamos noivos,
00:23:30 Noivos uma ova!
00:23:34 Mudei de idéia!
00:23:36 Agora ria, imbecil!
00:23:41 Ela me deu o fora?
00:23:45 Ela me deu o fora.
00:23:47 Meu coração...
00:25:04 - Não, pode continuar.
00:25:07 É melhor não, vou estragar.
00:25:12 Como fiquei orgulhoso quando
00:25:16 a havia composto para mim.
00:25:18 - Realmente...
00:25:24 Depois mudou de idéia,
00:25:29 Tantos...
00:26:04 Escreva.
00:26:07 O quê?
00:26:09 Napoleão chora.
00:26:13 Escrever isso?
00:26:16 Sim, filho, façamos
00:26:20 Escreva...
00:26:23 "Em 23 de janeiro de 1815,
00:26:30 arrependido, contrito...
00:26:33 não, escreva arrependido
00:26:37 Mas não escreva "mais nada".
00:26:54 Você me faz ser sincero.
00:26:58 Ad posteritati notum facere.
00:27:02 Exato!
00:27:05 O latim traz de volta
00:27:11 Na secretaire tem um caderno.
00:27:25 "Estou sempre cercado de homens.
00:27:28 Eu me abandono...
00:27:30 à força da minha melancolia.
00:27:36 Em que direção ela se volta?
00:27:38 Em direção à morte."
00:27:42 Em direção à morte!
00:27:45 Eu tinha 17 anos
00:27:50 Era odioso.
00:27:54 Era ridículo
00:28:00 E os odiava todos.
00:28:04 Odiava a França.
00:28:08 - Escrevo isto?
00:28:12 Não, escreva:
00:28:23 Estou com fome,
00:28:28 Puxa!
00:28:30 Ainda sou o traidor a quem
00:28:34 agora que estou convencido
00:28:44 O arrependimento não conta?
00:28:48 Deve se contentar
00:28:53 Vejo que está pensando
00:28:57 Fale.
00:28:59 O arrependimento não pode
00:29:05 É verdade...
00:29:09 meu amigo.
00:29:12 - Não está com fome?
00:29:17 Olhe.
00:29:27 Desculpe.
00:29:33 Muito bem.
00:29:36 Creio que sua Majestade gostaria de
00:29:42 Por favor, acompanhe- me.
00:29:45 Por favor.
00:29:53 Como adoro meu guardião!
00:29:57 Coronel Campbell,
00:30:03 Pegue o trabalho de hoje.
00:30:19 Soube do seu irmão...
00:30:22 mandei enviarem despacho
00:30:26 Puxa, obrigado.
00:30:28 Vai dar tudo certo.
00:30:31 Espero.
00:30:32 Escreverei duas linhas
00:30:36 Tenho mulher
00:30:41 Ela não, mas meu filho...
00:30:46 É lindo, loiro.
00:30:49 Em que língua deve ter começado
00:31:03 Até amanhã, Majestade.
00:31:30 O que foi?
00:31:32 Achei que vi passar...
00:31:34 Quem está aí?
00:31:50 O que queria fazer?
00:32:28 Chega, não faça assim.
00:32:32 Não pense mais nisso.
00:32:36 Desculpe, Emilia.
00:32:38 Fiz ele ser preso.
00:32:44 Meu professor!
00:32:48 Maldito!
00:32:53 Temos uma visita...
00:32:58 Meu amigo!
00:33:01 Estava à sua procura.
00:33:05 - Ali me contou.
00:33:08 É só madrepérola, mas vale
00:33:12 esta velha carapaça de um rei.
00:33:17 Céus!
00:33:19 Trago quinquilharias a uma casa
00:33:27 Perdoe a invasão...
00:33:30 é um velho hábito meu...
00:33:38 Estou honrada
00:33:44 Majestade...
00:33:48 Conheço a pessoa
00:33:52 Eu sei...
00:33:54 e que o quer muito bem.
00:33:57 É uma pessoa excepcional.
00:34:00 - Perdeu um filho em Marengo.
00:34:05 O que fará com ele?
00:34:08 Coitado, o que lhe farão?
00:34:11 Nada. A guerra acabou.
00:34:15 Chega de morte, chega de sangue.
00:34:17 - Não é?
00:34:23 Obrigado.
00:34:26 Meu Deus!
00:34:38 Como vai?
00:34:40 Bem, graças a Deus.
00:34:44 Sempre pensei no senhor.
00:34:47 Querida Pascalina...
00:34:50 sempre esteve no meu coração.
00:35:23 Devagar!
00:35:25 Estávamos tão preocupados.
00:35:28 Você me destroncou.
00:35:33 Irmão!
00:35:36 - Irmãozinho!
00:35:39 Mas ficou muito bem de barba.
00:35:42 Vamos para casa.
00:35:44 Caro Ferrante, estávamos
00:35:49 - Bartolini, por que me beija?
00:35:53 Acha que agora é hora?
00:35:55 Vamos para casa.
00:35:57 - Quer que eu carregue?
00:36:02 - Por que agora é de casa?
00:36:06 - Não está nada certo.
00:36:12 A certa altura, vemos
00:36:15 ficamos em pé e gritamos
00:36:18 Nada, ficamos desesperados.
00:36:21 E quando não esperávamos mais,
00:36:26 Ficaram todos contentes,
00:36:28 Eram piratas!
00:36:30 Aconteceu igualzinho
00:36:34 Nos colocaram no porão e após
00:36:39 chegamos à Argélia. Devia
00:36:42 Bonito!
00:36:44 Foi terrível,
00:36:48 e nos venderam
00:36:51 um bom homem.
00:36:52 Nos fazia descarregar fardos
00:36:56 mas comíamos juntos e bem.
00:36:58 Às vezes vinham músicos
00:37:01 Uma beleza!
00:37:03 As famosas odaliscas, não é?
00:37:05 - Fique quieto, você!
00:37:10 - Quem decidiu que ele é de casa?
00:37:14 Irmão, uma experiência
00:37:18 - Escreva!
00:37:28 Significa, "Meu amor, eu te amo".
00:37:31 O que você aprontou?
00:37:36 Fique quieto!
00:37:41 O que está acontecendo lá fora?
00:37:42 Estão todos correndo
00:38:37 Os filhos de Beppe, o moleiro.
00:38:40 - E você, como se chama?
00:38:44 Não têm vergonha?
00:38:46 O condenado não pode falar!
00:38:49 Ele disse que devíamos
00:38:51 Começam como lambe- botas
00:38:56 Olhe quem fala, Professor!
00:38:59 Não me chame de professor!
00:39:02 Não devíamos matar ninguém,
00:39:09 Olha o bem que fez a mim!
00:39:12 O senhor pediu isso!
00:39:15 Ele tem razão,
00:39:18 Diga isso a esses covardes.
00:39:20 As idéias justas lhes foram
00:39:24 mas vocês têm a cabeça
00:39:33 Acha que gostamos
00:39:36 Mas se for necessário, matamos.
00:39:39 Obedeçam logo o comandante,
00:39:43 Escravos!
00:39:47 Façam o que lhes mandam,
00:39:51 Atirem, animais, bestas!
00:39:54 Lambe-botas!
00:39:58 Atirem!
00:40:06 Está contente agora?
00:40:32 Malditos!
00:40:35 Assassinos!
00:40:40 Traidor!
00:40:42 Assassino!
00:40:44 Assassino!
00:42:24 Morte ao tirano!
00:42:27 Viva a liberdade!
00:42:33 Ele fugiu...
00:42:35 Ele fugiu!
00:42:37 Ele fugiu!
00:42:42 Onde ele está?
00:42:44 Onde ele está?
00:42:47 Desgraçado!
00:42:50 Maldito! Fingiu que ia construir
00:42:56 Champanhe para dois! Quiçá
00:43:50 "Caríssimo Martino...
00:43:53 todos os dias queria escrever,
00:43:57 Agora já se passou tanto tempo...
00:43:59 e não sei quanto tempo me resta
00:44:06 Eu me deixei conquistar
00:44:09 porque estava convencida
00:44:12 Até você acreditou, não negue.
00:44:15 Mas aquele homem só é
00:44:17 - Chega, estou ficando ensopado.
00:44:21 Você é empregado,
00:44:24 - Desça do salto!
00:44:29 Patrão, tudo a postos,
00:44:35 - Vá, então.
00:44:37 - Então, se molhe.
00:44:40 - Vá logo!
00:44:45 Depois que fugimos de Elba...
00:44:47 em 100 dias
00:44:50 Venceu, incendiou, matou...
00:44:52 foi derrotado e despachado
00:44:57 Esperamos que desta vez
00:45:00 Mas nesse ínterim,
00:45:02 A carga para Porto Longone
00:45:05 Bom trabalho.
00:45:08 Acabo de finalizar
00:45:11 a chegada na Argélia.
00:45:13 - Até que capítulo leu?
00:45:17 18 páginas.
00:45:19 Esta noite escrevi a passagem
00:45:23 Está me fazendo perder
00:45:25 Me diga tudo depois.
00:45:28 Aqui está.
00:45:31 Faça este favor,
00:45:34 Já escrevi 300 páginas
00:45:39 Será preciso outra viagem
00:45:42 Cuide disso,
00:45:45 Pego o texto depois.
00:45:49 "De repente, surgiu à nossa
00:45:55 Navio imponente."
00:45:58 A minha Waterloo aconteceu
00:46:02 Se me encontrasse agora,
00:46:07 Tenho alguns cabelos brancos
00:46:12 Eu levo isso.
00:46:15 Dê-me ele, vai assustá-lo.
00:46:19 Ele é meu também.
00:46:22 Ele não é idêntico
00:46:26 - Ficou maluco? Retardado.
00:46:30 Quando fico triste, torço para
00:46:35 meu querido Martino.
00:46:36 Espero que esteja perdendo
00:46:41 Se me responder,
00:46:45 Aliás, não me responda.
00:46:48 Não pensemos mais um no outro
00:46:54 Adeus, Emilia.
00:47:05 Que beleza! Café na cama.
00:47:08 Obrigada.
00:47:14 - Dormiu bem.
00:47:19 Ainda dá para sentir.
00:47:21 Ele não vê a hora de sair.
00:47:24 Que estranho!
00:47:26 Onde disse que estava?
00:47:29 Sua irmã encontrou
00:47:33 Estranho!
00:47:36 Estou tão feliz!
00:47:39 Tanto mesmo!
00:48:32 Adeus, Professor.
00:49:22 Ele sentiu que o destino
00:49:25 desta vez definitiva.
00:49:27 Despediu- se da família
00:49:30 Mas quando chegou,
00:49:34 Era 6 de maio de 1821.
00:49:41 "...um homem não é
00:49:44 mas por quantos escalpos
00:49:46 S.E. V Raspini