Oxford Murders The

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00:00:48 Vamos!
00:00:53 Vamos!
00:00:58 O que é aquilo?
00:01:00 É um homem!
00:01:02 Está morto?
00:01:04 Não, está escrevendo!
00:01:06 Repita!
00:01:07 Está escrevendo,
00:01:08 Senhor, escreve num caderno!
00:01:11 Aquele homem não era um louco.
00:01:14 Com as balas assobiando à sua
00:01:18 O conteúdo desse caderno era
00:01:21 para adiar a sua escritura.
00:01:23 Tinha que fazê-lo
00:01:26 não podia atrasar
00:01:29 O que era tão importante
00:01:33 O que escrevia, que lhe impedia de se levantar
00:01:42 O "Tractatus logico-philosophicus",
00:01:48 a obra filosófica
00:01:52 Aquele soldado chamava-se
00:01:55 o homem que pôs os limites
00:01:58 O enigma que tentava
00:02:01 era o seguinte.
00:02:07 Podemos conhecer a verdade?
00:02:12 Todos os grandes pensadores
00:02:16 algo que ninguém pudesse negar,
00:02:18 como "dois e dois são quatro".
00:02:21 Para encontrar essa verdade,
00:02:23 Wittgenstein utilizou a lógica
00:02:25 matemática. Que melhor meio
00:02:29 que uma linguagem imutável,
00:02:34 Avançou lentamente,
00:02:38 com um método impecável,
00:02:41 a uma conclusão aterradora.
00:02:45 Que não há tal verdade
00:02:47 fora das matemáticas.
00:02:50 Não há forma de encontrar
00:02:52 uma só certeza absoluta,
00:02:54 um argumento irrefutável
00:02:56 que possa dar resposta
00:03:01 A filosofia, portanto,
00:03:06 porque "pelo que não se pode falar,
00:03:10 é melhor calar-se."
00:03:29 OS CRIMES DE OXFORD
00:04:33 Não toque nisso, por favor.
00:04:36 É uma máquina enigma.
00:04:37 Uma cópia. A original está
00:04:41 Desculpe ter entrado assim,
00:04:44 Claro que estava.
00:04:47 com estas pernas,
00:04:49 Sou...
00:04:50 Martin, o novo inquilino americano,
00:04:57 - O homem que está na foto com você é...
00:05:00 É Turing, Alan Turing.
00:05:02 Decifrou o código Enigma.
00:05:05 Graças a ele ganhamos a guerra.
00:05:08 O pobre morreu
00:05:11 envenenou-se com uma maçã,
00:05:15 E o da esquerda...
00:05:16 Meu marido, Harry.
00:05:18 Harry Eagleton. Desenvolveu o conceito
00:05:22 Merecia o maldito Nobel,
00:05:25 com os políticos.
00:05:28 Nunca teve muitos amigos.
00:05:30 Ao menos teve um.
00:05:32 Pobre rapaz. Passava
00:05:34 o dia em casa,
00:05:37 Não comia, não jantava, todo o dia
00:05:41 Eagleton dirigiu a sua tese de doutorado
00:05:45 - Verdade?
00:05:48 Sei tudo sobre o Arthur Seldom.
00:05:51 De fato, Mrs. Eagleton, só estou aqui
00:05:55 Entendo. Seldom é... único.
00:05:59 Cada prêmio,
00:06:01 que recebeu foi para mim
00:06:06 Mãe, tome cuidado
00:06:08 Qual segredo?
00:06:09 Depois do pai morrer,
00:06:11 Como se atreve?
00:06:14 Sempre foi como um
00:06:16 Porque não tinha
00:06:18 Beth!
00:06:20 É um gênio, mas há uma coisa que
00:06:25 Gosta de meninas novas.
00:06:26 Beth, querida, poderia deixar
00:06:30 Perdoe-me, mamãe.
00:06:32 Não faça conta. Somos como
00:06:34 Obrigado, mãe,
00:06:40 Desculpe.
00:06:41 Você é?
00:06:42 Mandei um fax
00:06:45 Ah, o estudante americano.
00:06:46 Vai lhe mostrar o quarto.
00:06:51 Se soubesse, teria alugado
00:06:54 - Tem um concerto, só isso.
00:06:58 Toco violoncelo
00:07:01 É uma orquestra amadora.
00:07:03 Sim, não somos a Sinfonia
00:07:05 Eu adoro violoncelo.
00:07:06 Eu também. Ultimamente é o
00:07:10 Beth,
00:07:11 vai assustar este jovem.
00:07:13 Mãe.
00:07:14 Os pretendentes da minha filha
00:07:16 não costumam durar muito.
00:07:17 Tem um feitio difícil.
00:07:19 Uma velha olhando pelo buraco
00:07:22 Está dizendo que eu te espio?
00:07:25 Não, mãe. Só quer
00:07:27 Claro.
00:07:29 Segundo a minha mãe, um homem
00:07:30 que não viveu
00:07:32 não é digno de confiança.
00:07:35 A minha filha pensa que sou
00:07:38 mas sabe que tenho razão.
00:07:41 dessa maldita máquina
00:07:44 variando o código, e nós
00:07:48 Naquela época
00:07:51 os cálculos eram feitos à mão.
00:07:54 Devia ser muito jovem.
00:07:56 Tenho que ir.
00:07:58 Gosta de jogar
00:08:13 Bom, este é o seu gabinete.
00:08:16 Espero que fique confortável.
00:08:17 É perfeito.
00:08:19 Também deveria pensar
00:08:21 a sua tese.
00:08:22 Já pensei à muito
00:08:29 Os seus pais?
00:08:31 Sim.
00:08:33 Muito americano.
00:08:36 Não. É o deserto, no Arizona.
00:08:40 Por acaso é a minha casa.
00:08:42 Verdade? Encantadora.
00:08:45 Bem...
00:08:46 Os espaços são compartilhados.
00:08:48 O seu companheiro é
00:08:51 Certamente nós
00:08:53 Desde já,
00:08:54 deveria saber que o professor
00:08:58 Eu sei, mas me disseram que poderia
00:09:01 Quem lhe disse isso?
00:09:03 Tenho aqui o fax.
00:09:08 Vejo.
00:09:10 Penso que Mrs. Keeman
00:09:13 exagerou no seu otimismo.
00:09:15 já não trabalha mais aqui.
00:09:17 E se falar com ele?
00:09:19 Fale com quem quiser,
00:09:21 mas devo avisá-lo
00:09:25 não é amigo deste tipo
00:09:28 Se me permitir um conselho,
00:09:29 eu focaria os meus estudos
00:09:32 Há excelentes professores
00:09:36 que entenderão a perfeição
00:09:58 - O muro não tem culpa.
00:10:01 É o único que há
00:10:05 Desculpa, estava
00:10:07 Ao menos também serve
00:10:11 Isto? Só tento economizar
00:10:16 Tento calcular para
00:10:17 quando a bola bate
00:10:22 Assim é mais fácil. Olha.
00:10:29 Vê? Funciona.
00:10:32 Sim. E se jogasse
00:10:37 Haveria mais variáveis,
00:10:39 mas sempre seria possível
00:10:43 Por favor.
00:11:20 Dê-me um tempo.
00:11:22 Tenho que voltar a
00:11:26 Está bem.
00:11:39 Obrigado pela surra.
00:11:41 Quer continuar soltando as mágoas
00:11:46 Na quarta-feira
00:11:49 Traga uma raquete de squash
00:11:52 Está bem.
00:12:04 Já se fez aos costumes locais
00:12:07 Faço o que posso.
00:12:08 Talvez possa te ajudar com a tese,
00:12:13 - Não há nada a fazer?
00:12:15 E se pensa que a minha mãe
00:12:18 Eu não ia sugerir nada.
00:12:20 Acha que eu acredito que
00:12:24 Não, por acaso, não.
00:12:26 Nada é por acaso.
00:12:28 Queria conhecer a sua mãe, com certeza,
00:12:31 Não precisa se desculpar.
00:12:34 Eu gosto de gente
00:12:36 Seria bom se houvesse
00:12:38 Não perde nada,
00:12:40 Verdade?
00:12:41 Vem de outro país, sozinho,
00:12:44 e quando chega, faz
00:12:47 Espero que com duas, isso era
00:12:50 Não é só isso.
00:12:52 É feliz,
00:12:54 se vê pela sua cara.
00:12:56 Tento ser.
00:12:57 Como faz?
00:13:00 É fácil,
00:13:01 Terá que se deixar levar.
00:13:02 E se sair mal?
00:13:08 Prefiro me enganar
00:13:10 Prefiro pôr a pata
00:13:13 Funciona comigo.
00:13:15 Devia tentar.
00:13:28 Um momento!
00:13:33 Isto vai te interessar.
00:13:35 Seldom vai dar uma conferência sobre
00:13:38 É a sua oportunidade.
00:13:42 Não há forma de encontrar uma só
00:13:45 certeza absoluta, um argumento
00:13:48 as perguntas do homem.
00:13:51 A filosofia,
00:13:56 "porque do que não se pode falar,
00:14:00 melhor é calar-se."
00:14:18 Oh, parece que alguém
00:14:22 Pelo visto, não está
00:14:25 Isso significa que, ou encontrou
00:14:29 do Tractatus, ou tem uma certeza
00:14:33 Eu acredito no número Pi.
00:14:40 Desculpe, não o entendi.
00:14:42 No que é que disse
00:14:44 No número Pi, na proporção áurea,
00:14:48 A essência da natureza
00:14:51 Há um sentido oculto
00:14:53 As coisas estão organizadas seguindo
00:14:58 Até um minúsculo
00:14:59 floco de neve inclui na sua
00:15:02 Portanto, se chegarmos a conhecer
00:15:06 conheceremos o sentido
00:15:16 Impressionante.
00:15:18 Traduzindo as suas palavras
00:15:23 temos uma emocionante apologia
00:15:27 fossem idéias presistentes
00:15:31 Isso não é nada novo.
00:15:33 Ao ser incapaz de adequar
00:15:36 o homem tende a conferir
00:15:39 porque não suporta a idéia
00:15:43 não exista mais que
00:15:48 A beleza e a harmonia
00:15:56 Que bonito.
00:15:57 A borboleta.
00:15:58 Que agita as asas e causa um furacão
00:16:03 Levamos décadas ouvindo falar
00:16:06 mas quem foi capaz
00:16:16 Ninguém.
00:16:22 Diga-me uma coisa.
00:16:24 Onde está essa beleza
00:16:28 O que faz uma célula
00:16:30 decidir de repente reproduzir-se
00:16:34 e destruir o resto das células
00:16:38 Alguém sabe?
00:16:42 Não.
00:16:44 Porque preferimos pensar
00:16:46 ou em borboletas do
00:16:49 na guerra,
00:16:51 ou nesse livro.
00:16:54 Por quê?
00:16:56 Porque precisamos acreditar
00:17:00 que tudo se rege
00:17:03 e não por mero azar.
00:17:06 Se eu escrever 2 e logo 4 e logo 6,
00:17:11 que depois virá o 8.
00:17:12 Podemos prevê-lo,
00:17:14 não estamos nas mãos
00:17:16 do destino.
00:17:19 Desgraçadamente,
00:17:22 isto não tem nada a ver
00:17:27 não estão de acordo?
00:17:31 É só medo.
00:17:39 Triste.
00:17:42 Mas é o que há.
00:17:55 Você deve ser o Martin,
00:17:57 por fim nos conhecemos.
00:17:59 Mas não entendo,
00:18:01 Sim, vou. Foi um erro.
00:18:06 As coisas não são
00:18:09 Não. Certamente que não.
00:18:12 Espero que essa decisão não tenha
00:18:17 As notícias voam em Oxford.
00:18:19 Somos um pequeno
00:18:23 De qualquer maneira, acredito
00:18:26 Foi o melhor no seu
00:18:28 Agora só quer vender livros.
00:18:32 Vejo que aprecia o Seldom.
00:18:34 Tenho a sua foto numa
00:18:36 Também te disse que não.
00:18:39 Preferia me atirar da janela,
00:18:42 Não quero saber nada dele
00:18:46 Prefiro o Reader's Digest.
00:19:39 Temos o livro que queria.
00:19:45 Aqui tem.
00:21:26 Inferno do caralho!
00:21:29 O que você faz aqui?
00:21:30 Vivo aqui, e você?
00:21:33 Venho visitar
00:21:36 Desculpe esta manhã.
00:21:38 Não se desculpe, só disse tolices.
00:21:41 Queria chamar a sua atenção.
00:21:44 Conseguiu.
00:21:55 24 de setembro,
00:21:56 1993. Inspetor Petersen,
00:21:59 Investigação: o assassinato
00:22:03 Segundo o relatório,
00:22:06 descobriram o corpo...
00:22:09 Sim, entramos juntos
00:22:12 Você é aluno do
00:22:15 Não.
00:22:17 - Trabalha para ele?
00:22:19 Pode explicar porque
00:22:22 Não.
00:22:25 Para falar a verdade,
00:22:27 Também fiquei surpreso
00:22:30 Então foi pura casualidade?
00:22:32 Tudo parece indicar
00:22:37 Era a primeira vez que tinha
00:22:41 Não. Estive numa conferência
00:22:46 Lhe fiz algumas perguntas.
00:22:48 Que tipo de perguntas?
00:22:49 Sobre matemática.
00:23:00 Não me encontrava em casa
00:23:02 de Mrs. Eagleton
00:23:04 Fui porque o assassino
00:23:06 O assassino o avisou?
00:23:08 Sim. Recebi um bilhete
00:23:11 O que dizia no bilhete?
00:23:13 Só uma frase:
00:23:15 "O primeiro da série",
00:23:17 escrito em grandes letras
00:23:20 a morada da Mrs. Eagleton
00:23:22 e a hora.
00:23:24 Pode nos mostrar
00:23:26 Não.
00:23:28 Por quê?
00:23:30 O joguei fora.
00:23:32 Jogou fora uma prova vital
00:23:37 Sim, deixe-me explicar.
00:23:40 Depois da conferência,
00:23:42 assinei alguns exemplares
00:23:46 Foi então quando percebi
00:23:50 me era familiar.
00:23:52 Sinceramente,
00:23:54 nunca pensei que uma coisa
00:23:59 Quando cheguei lá,
00:24:14 Deveríamos chamar
00:24:16 Tem razão.
00:24:18 Chame-os.
00:24:22 999.
00:24:24 Olá,
00:24:25 Estou ligando para
00:24:28 No 3 Cunliffe Close.
00:24:31 É uma velha.
00:24:34 Obrigado.
00:24:36 O que acha que aconteceu?
00:24:38 Não sei.
00:24:40 Deveríamos sair sem tocar em nada.
00:24:44 Tente gravar na sua memória
00:24:47 Este momento é essencial.
00:24:49 Estava jogando o Scrabble
00:24:52 Jogava sozinha?
00:24:53 Sim, tem ao seu lado
00:24:56 Acha que a mataram?
00:25:00 Não me ocorre
00:25:05 Quem fez isso devia querer asfixiá-la
00:25:09 mas ela despertou e resistiu.
00:25:13 lhe quebrou o nariz, daí o sangue.
00:25:16 Ou podia ter sido uma mulher
00:25:18 que usou o joelho
00:25:21 Quando retirou a almofada,
00:25:24 a deixou cair sobre o tapete
00:25:27 Provavelmente se assustou.
00:25:32 No meu livro, desgraçadamente,
00:25:35 comparo as séries lógicas
00:25:39 Desde a sua publicação, recebi
00:25:42 dúzias de cartas absurdas.
00:25:45 Tem certeza
00:25:48 Não sei, na realidade
00:25:51 Onde?
00:25:55 Perto de Sheldonian.
00:25:57 Scott, vá procurar,
00:26:00 Já passaram por lá
00:26:01 Mandamos parar os caminhões de lixo
00:26:05 Havia mais alguma coisa?
00:26:09 Em baixo do texto
00:26:12 tinha desenhado um círculo,
00:26:16 um círculo perfeito,
00:26:19 também em negro.
00:26:22 Mais ou menos...
00:26:25 deste tamanho,
00:26:29 aproximadamente.
00:26:32 Um círculo?
00:26:34 Como uma assinatura?
00:26:35 Eu diria que é um símbolo,
00:26:41 Desculpe a minha ignorância,
00:26:43 devo ter faltado à escola no dia
00:26:46 lógicas.
00:26:49 São elementos que se sucedem
00:26:52 Pode ser 1, 2, 3, 4...
00:26:53 Ou números pares, 2, 4, 6, 8...
00:26:56 Ou a série de Fibonacci, claro.
00:26:59 Fibonacci?
00:27:01 Um matemático do século XII.
00:27:02 Cada término é a soma dos dois
00:27:07 - 8, 13...
00:27:10 a relação entre o crime
00:27:13 Desculpe. No meu livro tenho uma
00:27:16 por motivos intelectuais
00:27:20 Em geral, os padrões que seguem
00:27:23 são ásperos, monótonos e repetitivos,
00:27:27 casos analisáveis psicologicamente,
00:27:30 Então o assassino mata para
00:27:34 Sim, infelizmente,
00:27:38 Quer demonstrar que estou enganado,
00:27:41 e que pode ganhar
00:27:43 no meu próprio terreno.
00:27:46 com a Mrs. Eagleton
00:27:49 E o círculo?
00:27:52 É uma boa maneira de começar
00:27:55 não há símbolo mais indeterminável,
00:27:58 Quer dizer que depois
00:28:02 Temo que sim.
00:28:05 E se não o descobrirmos a tempo,
00:28:08 pode haver muitos mais.
00:28:09 Vamos, vamos mudar
00:28:11 algumas notas.
00:28:14 Sabíamos que podia morrer
00:28:17 mas nunca desta maneira.
00:28:19 Os médicos lhe deram 6 meses
00:28:22 Graças aos cuidados da Beth
00:28:26 como um presente dos deuses.
00:28:28 Possivelmente por isso
00:28:31 O que quer dizer?
00:28:33 Se quer demonstrar algo intelectual,
00:28:38 Talvez pretenda fazer
00:28:41 Escolheu alguém que ia morrer.
00:28:43 Talvez soubesse que
00:28:45 Ia todas as semanas
00:28:48 Descobriu a sua doença
00:28:51 na sua vítima perfeita.
00:28:53 Siga.
00:28:55 Se não lhe tivesse partido o nariz,
00:28:59 Nesse caso,
00:29:02 A polícia não teria se
00:29:03 Teria sido um desafio privado.
00:29:06 Um crime que quase não é.
00:29:08 Isso faz sentido.
00:29:10 O que acha
00:29:13 Acho que tentará ser
00:29:15 Cometerá outro crime que
00:29:19 Um crime imperceptível...
00:29:27 Desculpe.
00:29:33 Desculpem.
00:29:35 Para lhe dar a má notícia.
00:29:37 À senhora Eagleton.
00:29:46 Você tem si,
00:29:47 dó e si maior.
00:29:50 Desculpe, posso entrar?
00:29:52 Sim, pois
00:29:55 tem si, si menor
00:29:56 e sol maior.
00:29:59 Não, não, não. Tem si,
00:30:03 Bem,
00:30:05 Vamos fazer um intervalo,
00:30:40 A polícia me disse você foi
00:30:42 Perdoe-me. Querem que me
00:30:46 Calma, deixe-me.
00:30:52 Foi muito duro
00:30:55 Duas horas respondendo
00:30:57 é lógico,
00:31:00 Lhe disseram isso?
00:31:01 Não, nem era necessário.
00:31:05 Viram que sou eu quem
00:31:08 Mas cuidou dela durante anos,
00:31:13 Cinco anos...
00:31:15 Cinco anos esperando
00:31:18 Sou cruelmente sincera, mas se alguém
00:31:26 Sabe o que é levantar todos os dias sem
00:31:31 Não podia abandoná-la,
00:31:34 Tinha um tumor, era provável
00:31:40 Quer que essa pessoa
00:31:43 E depois sofre por pensar assim.
00:31:48 Odeia a si mesmo
00:31:52 É como estar podre
00:31:53 Beth, não tem com
00:31:57 Seldom recebeu um bilhete.
00:31:58 Alguém o avisou
00:32:00 - E ameaçou fazer outra vez.
00:32:03 Ninguém sabe.
00:32:12 Me obrigaram a ver o corpo
00:32:15 Ainda tinha os olhos abertos.
00:32:17 Não pense nisso.
00:32:24 Não acredito que possa dormir
00:32:27 Posso ficar aqui contigo?
00:32:40 Desculpa.
00:32:41 Não peça, está tudo bem.
00:32:44 O que pensará de mim...
00:32:47 Por favor, Beth, não vá!
00:33:04 Parabéns. Saiu em todos
00:33:08 Foi preciso a velha
00:33:11 Não vá tão depressa!
00:33:13 O seu amigo tem sorte.
00:33:15 Sempre tão perto da morte,
00:33:20 Não sabia?
00:33:22 Há trinta anos, viajavam.
00:33:23 - Os quatro juntos.
00:33:26 O marido da Mrs. Eagleton
00:33:30 E adivinhe
00:33:32 E agora que a velha morreu,
00:33:35 já são três. Só resta um.
00:33:40 Esta é a senhora Papoila
00:33:42 e está na sala de jantar.
00:33:45 a matou na sala de jantar.
00:33:46 E que foi morta
00:33:48 mas como não temos almofada,
00:33:54 Agora me atrevoa dizer que o assassino
00:33:59 O que lhe parece?
00:34:01 "Clue" não era uma disciplina
00:34:03 Cluedo.
00:34:05 Estudam-no na polícia.
00:34:08 Nos jornais,
00:34:10 Beth está como a
00:34:13 Mas a polícia conhece
00:34:16 Esqueci que falo com o campeão
00:34:20 Obrigado.
00:34:22 Você e a polícia acreditam que se
00:34:26 Com algumas pistas e um raciocínio certo pode-se
00:34:31 Tão certo como hoje
00:34:34 E se disser "Que os britânicos
00:34:38 Verdadeiro, falso,
00:34:41 Está bem. Existem fórmulas
00:34:43 que não se podem provar ou negar
00:34:47 - Formulas incompletas.
00:34:51 Assim mesmo no seu mundo
00:34:53 há coisas que nunca
00:34:56 Sim, mas não é o caso aqui.
00:34:58 Existe uma brecha,
00:35:01 um abismo entre o verdadeiro
00:35:05 Nunca vamos ter certeza
00:35:06 de todos os dados de um fenômeno,
00:35:10 Embora saibamos que o crime
00:35:12 se cometeu na sala de jantar,
00:35:14 e que a Sra. Papoila estava ali
00:35:17 e que as suas impressões estão
00:35:19 na faca, não podemos
00:35:21 afirmar com certeza absoluta
00:35:24 Vamos, a probabilidade
00:35:28 Isso não é certeza absoluta,
00:35:32 Podemos ter a certeza absoluta se
00:35:35 Ou se a vemos só com os nossos
00:35:40 Sem comentários.
00:35:41 As coisas estão aqui,
00:35:44 Estas pedras... existem!
00:35:46 Ou nega também?
00:35:48 Tem certeza? Heisenberg
00:35:51 O físico?
00:35:53 Tentou fabricar a bomba atômica para
00:35:56 É um exame? O princípio
00:36:00 Bingo! A Sra. Papoila
00:36:03 E você a observa pelo buraco de uma fechadura
00:36:07 Pois bem, cada vez que a olha,
00:36:12 ou de posição.
00:36:14 Porque o fato de a observar altera o
00:36:18 Não tente me confundir
00:36:20 Beth não é um eléctron
00:36:23 A investigação criminal é mais confiável
00:36:28 Fez pistas e
00:36:30 Pelo amor de Deus,
00:36:32 Podem desligar isso
00:36:40 Infelizmente, a polícia
00:36:43 Portanto, agora não temos
00:36:46 Não temos nada!
00:36:48 Imagine que esse psicopata
00:36:53 Beth seria declarada culpada.
00:36:59 Eu gostaria de saber
00:37:03 A mim mesmo.
00:37:05 Li a notícia no jornal,
00:37:09 A pior coisa é...
00:37:11 Me envergonha,
00:37:13 Mas graças à morte
00:37:15 Acabo de comer com o Seldom.
00:37:20 mas agora...
00:37:23 Tenho pena pelo que aconteceu,
00:37:27 Nunca me diverti tanto
00:37:31 Uma hora com o Seldom é como uma vida
00:37:34 Não tem que estar envergonhado
00:37:39 Está certa sobre isso?
00:37:46 Passa uma hora comigo!
00:38:16 Quer beber alguma coisa?
00:38:18 - Não.
00:38:54 - Está bem?
00:39:07 O que está acontecendo?
00:39:09 Nada, é... Desculpa.
00:39:11 É o Seldom.
00:39:12 É curioso que tenha lido este livro, uma
00:39:17 Não especialmente.
00:39:19 Me interessava o autor,
00:39:22 - Conhece o Seldom?
00:39:24 - O vejo quase diariamente.
00:39:28 Vai visitar um
00:39:30 um doente terminal.
00:39:33 Um dia começamos a falar e...
00:39:35 E o quê?
00:39:37 Me deu um livro.
00:39:39 - Só isso?
00:39:41 Poderia ser seu pai...
00:39:45 Sim.
00:39:48 Eu gosto de histórias de crimes,
00:39:50 esteve aqui um pouco, lhe dei um par
00:39:55 - É algum crime?
00:40:01 Quer deixar de pensar nele,
00:40:04 por favor?
00:40:06 Só não entendo por que não me
00:40:10 O que quer?
00:40:12 Uma lista de toda a gente
00:40:14 - Não.
00:41:19 Tudo o que dizem os jornais
00:41:24 Sabia disso?
00:41:26 Não lhes dou muita atenção.
00:41:27 - Já leu a Bíblia?
00:41:30 Jesus morreu crucificado
00:41:34 Mas em corpo e alma.
00:41:36 é isso que dizem.
00:41:38 Comeu peixe e falou com Pedro.
00:41:40 Esteve assim durante
00:41:43 Quarenta dias!
00:41:44 Estaria podre, cheiraria mal.
00:41:48 Ei, espere, espere!
00:41:50 Jesus era um terrorista.
00:41:54 Foi toda a sua vida.
00:41:56 Um revolucionário que jogou dinheiro
00:42:02 Sabe por que ressuscitou?
00:42:03 - Não, em teoria...
00:42:06 Voltou para a vida para se vingar
00:42:09 como num filme
00:42:12 Mas claro, isso não é bonito.
00:42:17 Pode entrar, a sua filha
00:42:19 - Está a sua espera.
00:42:25 O que faz aqui?
00:42:26 Estava com vontade de te ver, nada mais.
00:42:30 Está mentindo.
00:42:31 Como é que sabe?
00:42:33 Não sabia, mas agora sim.
00:42:35 Veio ver o amigo
00:42:37 Devia ter visto a sua cara
00:42:40 E como explicará
00:42:43 Direi que vim te ver.
00:42:45 Porco.
00:42:59 Quem é esse cara?
00:43:02 Você também estaria se a sua filha precisasse
00:43:06 Duas pessoas eram compatíveis,
00:43:09 Agora o entendo.
00:43:11 Sabe que ele pensou em se suicidar
00:43:15 Mas isso é absurdo.
00:43:16 Dar a vida por alguém que ama
00:43:22 Chama-se Kalman,
00:43:24 um dos meus melhores alunos.
00:43:26 Rápido nas conclusões,
00:43:29 Desenhava testes de inteligência.
00:43:32 Eu o iniciei nas séries lógicas.
00:43:34 Era meticuloso, obsessivo.
00:43:36 Repassava os exames
00:43:38 um por um. E descobri
00:43:39 um ponto muito curioso:
00:43:41 Havia exames perfeitos
00:43:44 Mas havia um terceiro grupo.
00:43:46 Exames absurdos,
00:43:48 ilógicos, como tivessem
00:43:52 Kalman entrevistou
00:43:53 esta terceira categoria.
00:43:55 As respostas
00:43:58 eram na verdade
00:44:00 e válida para continuar
00:44:02 mas com uma justificação
00:44:05 A inteligência destes alunos
00:44:07 passava da solução convencional
00:44:10 e chegava muito mais longe.
00:44:14 Foi então quando tive
00:44:18 A paradoxo do Wittgenstein
00:44:21 Kalman encontrou na prática
00:44:23 o que Wittgenstein descobriu
00:44:25 A série 2, 4, 8
00:44:26 pode continuar-se
00:44:28 com o 16, mas também
00:44:30 ou com o 7004.
00:44:33 Sempre é possível
00:44:35 uma justificação que permita
00:44:40 Só depende de que complicada
00:44:42 Viu de repente, que nem sequer podia
00:44:46 Toda a sua vida se perdia numa
00:44:50 O pensamento normal
00:44:53 gravados no nosso cérebro,
00:44:55 que nos impedem de sair
00:44:57 saltar como os poucos escolhidos
00:45:01 Kalman decidiu tomar
00:45:04 Começou a tentar provar
00:45:05 em doentes mentais,
00:45:08 Havia uma semelhança assombrosa
00:45:10 entre esses símbolos
00:45:12 e os resultados dos testes
00:45:13 dos superdotados.
00:45:15 Encontrava-se
00:45:17 sem sulcos,
00:45:19 mas ele não podia entender.
00:45:21 era o seu próprio cérebro.
00:45:23 Via tudo de fora.
00:45:26 esses símbolos devia vê-los
00:45:28 Só havia uma maneira de obtê-lo:
00:45:33 A idéia parece absurda,
00:45:35 mas não a pessoa a quem diz
00:45:39 Os seus ossos apodreciam
00:45:40 como madeira com caruncho.
00:45:42 O que lhe restava era ver
00:45:44 como lhe cortavam os membros
00:45:47 Estava eufórico,
00:45:51 descobrir algo incrível
00:45:55 Vi que tinha se tornado
00:45:59 Queria lobotomizar
00:46:00 O seu único problema era
00:46:02 de que o dano cerebral
00:46:05 Devia perfurar o crânio
00:46:07 ao cerebro com uma espécie
00:46:09 de pequeno arpão.
00:46:11 Me pediu ajuda e eu recusei,
00:46:13 embora lhe prometera que tentaria
00:46:16 do outro lado.
00:46:18 Utilizou uma pistola de pregos.
00:46:23 E o que é que escreve?
00:46:25 Os signos são cada vez
00:46:28 Em todos estes anos, nunca desenhou
00:46:32 Então, o que são?
00:46:33 São quatro letras
00:46:38 O nome de uma mulher.
00:46:53 Onde esteve ontem à noite?
00:46:55 Beth, o que faz aqui?
00:46:56 Estive à sua espera.
00:46:59 desculpe, tinha saído e...
00:47:00 Pensei que sentia
00:47:05 Algo mais que pena,
00:47:07 mas me enganei.
00:47:09 Claro que sinto alguma coisa
00:47:11 Quero te ajudar, mas...
00:47:12 "Somos amigos, quer me ajudar"...
00:47:15 É pior que dizer
00:47:18 - Beth, por favor.
00:47:22 Quanto mais amável
00:47:24 mais humilhada me sinto.
00:47:26 Beth, não pretendo
00:47:28 Então me trate como uma mulher.
00:47:33 - Não é o melhor momento...
00:47:39 O que está acontecendo?
00:47:41 Tem vergonha
00:47:43 Não se preocupem, sou a sua mãe.
00:47:47 Cale-se!
00:47:50 Beth, espera!
00:48:01 Já pegou o assassino?
00:48:27 Lorna? Sou eu, Martin.
00:48:31 Kalman? O que aconteceu?
00:48:33 Foi assassinado.
00:48:36 Não, um momento...
00:48:50 Desculpa, Sherlock,
00:48:52 Tem certeza?
00:48:53 Sim, o tenho aqui
00:48:55 Se não é ele, então, quem?
00:48:59 Teria parecido morte natural
00:49:04 É uma injeção intravenosa
00:49:06 e ele não recebia
00:49:09 - Que veneno lhe injetaram?
00:49:13 Sabe a que horas ele morreu?
00:49:14 Exatamente como diz o bilhete.
00:49:18 Onde o encontraram?
00:49:19 No pavilhão,
00:49:22 Toda esta gente
00:49:25 Já se esperava.
00:49:29 Morrem pelo menos dois por dia
00:49:32 Conhece os meus movimentos,
00:49:36 Se quisesse me atingir,
00:49:39 Ou possivelmente.
00:49:40 Não sabia qual dos dois
00:49:42 Um doente terminal
00:49:44 quase morrendo.
00:49:45 Um assassino que só
00:49:48 Outro crime imperceptível.
00:49:51 Poderiam me explicar do que
00:49:56 O segundo signo dá a pista
00:50:00 Podem ser representações
00:50:02 ou semânticas ou sintáticas,
00:50:05 Pode traduzir isso?
00:50:08 Os signos podem representar
00:50:12 ou não representar nada, ser abstratos,
00:50:16 O segundo símbolo, ao ser tão
00:50:20 Poderia ser um jogo de simetrias,
00:50:24 Sopa,
00:50:26 peixe,
00:50:29 sobremesa.
00:50:31 Martin, mostra algum respeito
00:50:33 para com o inspetor. Todas as possibilidades
00:50:37 Vou lhes propor
00:50:39 Qual é
00:50:41 o quarto símbolo
00:50:43 desta outra série?
00:50:50 Não faço idéia.
00:50:52 Também faltou à
00:50:54 Só terá que olhar bem.
00:50:56 A solução é muito simples.
00:51:00 - Que não sabe como sair...
00:51:03 Acredito que os símbolos se relacionam
00:51:07 que com a gastronomia.
00:51:08 Pensa que se trata
00:51:11 É possível, alguém que quer
00:51:15 ou que não é matemático
00:51:18 Um aluno?
00:51:19 É pouco provável.
00:51:20 Podia tirar
00:51:21 a segunda companhia, Martin?
00:51:23 - Não, a muito tempo que não dou aulas.
00:51:26 qual será o terceiro símbolo?
00:51:30 Não.
00:51:32 Ainda ficam
00:51:34 Está nos testando
00:51:38 Vamos a ver se eu entendo.
00:51:41 Vamos esperar
00:51:44 porque não sabemos decifrar
00:51:49 Uma situação complicada, não é?
00:51:52 - Me dá essas?
00:51:56 Boa noite.
00:52:17 - Seldom!
00:52:20 Por que está me seguindo?
00:52:21 Não estou seguindo ninguém,
00:52:24 Então o que faz aqui?
00:52:26 Vou a esse restaurante,
00:52:29 Eu também vou ali.
00:52:31 Isso é absurdo.
00:52:35 Desculpa.
00:52:36 Devia ter te dito
00:52:38 Sou eu quem está chateado
00:52:43 Inútil?
00:52:44 Não distingüe uma brincadeira embora
00:52:48 Me ligou para o hospital
00:52:50 e preferi comentar
00:52:53 Esquece, não me incomoda. Só espero
00:52:57 De qualquer maneira,
00:52:59 Dois pirralhos lutando
00:53:01 - Você é a bola?
00:53:03 uns castigos.
00:53:05 Por favor.
00:53:07 Falei com o médico legista.
00:53:09 E?
00:53:10 Nada.
00:53:12 Nem rastro de substâncias tóxicas.
00:53:15 O que lhe injetaram
00:53:17 Ar possivelmente?
00:53:18 Não.
00:53:19 Deixe-a falar, por favor.
00:53:21 Tem razão, não é provável.
00:53:23 Se tivesse injetado ar,
00:53:27 Mas há outra possibilidade.
00:53:30 de um cogumelo venenoso,
00:53:33 Não há reativos
00:53:36 É como um segredo
00:53:38 Como descobriu?
00:53:40 Lorna está acostumada a
00:53:44 Tem a casa cheia de histórias
00:53:48 Sim, sei.
00:53:50 Me surpreende que não tenha
00:53:56 Sabe que não pode contar o que você
00:53:59 Faz bem em não te contar nada.
00:54:03 Eu?
00:54:04 Não finja que está surpreendida. Ambos os mortos
00:54:08 Você podia ir até ao quarto
00:54:10 essa substância que só você
00:54:14 É ridículo.
00:54:16 Dentro das vastas paisagens de
00:54:21 este terreno é dos mais
00:54:25 Deixe esse tema, Arthur.
00:54:30 Digamos.
00:54:32 Que a nossa relação
00:54:36 e quando tudo acabou,
00:54:38 ela não a tomou
00:54:40 Se não se calar, o mato.
00:54:42 Vê?
00:54:45 Tem ou não tem um motivo?
00:54:48 É insuportável.
00:54:50 Diverte-se brincando
00:54:58 Entende agora?
00:55:00 Qualquer formula
00:55:02 porque sempre podemos encontrar
00:55:06 O coração em cima da linha,
00:55:12 Agora, qual é o quarto?
00:55:19 Muito bem, jovem.
00:55:24 Um, dois, três, quatro.
00:55:28 - Isso era fácil.
00:55:30 é imensamente
00:55:34 diga-me qual é o
00:55:36 Círculo, peixe...
00:55:39 Qual é o terceiro?
00:55:42 Desculpe, não posso
00:55:44 Por que não?
00:55:47 Plenamente. Mas se lhe disser,
00:55:51 E pode ser que a sua idéia
00:55:53 que a minha.
00:55:54 Não, é outra coisa.
00:55:58 Para eles, alguma coisa
00:56:00 Tem razão.
00:56:03 Há uma boa razão.
00:56:05 Tenho medo.
00:56:06 Medo?
00:56:07 Todo este assunto me aterroriza.
00:56:10 Jogamos com símbolos e adivinhações,
00:56:14 entende?
00:56:17 Se nos enganarmos
00:56:21 Mas na vida
00:56:23 não se pode voltar atrás.
00:56:25 Qualquer decisão, por pequena que seja,
00:56:30 Ao menos, isso a
00:56:35 Você ainda é jovem.
00:56:38 Eu já paguei caro
00:56:55 Guarda isto.
00:56:58 O que é?
00:56:59 O terceiro símbolo
00:57:01 Tem duas opções: abri-lo
00:57:04 ou procurar você a solução
00:57:34 Obrigado,
00:57:36 terminamos.
00:57:41 Estou contente por te ver.
00:57:43 Foi espetacular.
00:57:44 Devia vê-los com o fogo.
00:57:46 - E tudo.
00:57:47 Não, ensaiamos para o concerto
00:57:50 Guy Fawkes?
00:57:51 Lembra, o 6 de novembro?
00:57:53 Desculpe, mas não me lembro.
00:57:56 Será o meu último concerto.
00:57:57 Sigo o seu conselho, vou sair.
00:57:59 Esta maravilhosa cidade
00:58:01 É sombria.
00:58:03 Quero ir para um lugar
00:58:05 a Espanha.
00:58:08 Beth, quero pedir desculpas
00:58:12 A culpa foi minha.
00:58:13 Precisava de carinho,
00:58:17 Encontrava-se num momento difícil,
00:58:20 É muito bonito.
00:58:23 Estarei lá.
00:58:33 Martin!
00:58:35 Há mais uma coisa que
00:58:38 Falei com o Petersen.
00:58:41 Por quê?
00:58:43 Começou a me fazer
00:58:46 Sobre mim?
00:58:48 Queria saber
00:58:51 E o que lhe disse?
00:58:53 A verdade, que te obcecava
00:58:56 Lhe disse o quê?
00:58:57 Pensei que não era importante.
00:59:02 Está falando de quê?
00:59:04 Também me perguntou...
00:59:07 Se... havia alguma relação
00:59:10 - E disse...
00:59:12 O que aconteceu?
00:59:14 Exato, foi isso que eu disse,
00:59:17 Está bem. Mas teria sido melhor
00:59:20 Eu sei,
00:59:22 e depois de ter dito
00:59:25 estava zangada contigo
00:59:28 Que mais lhe disse, Beth?
00:59:29 Disse que...
00:59:32 Tinha a sensação de que
00:59:36 Que preferia estar
00:59:38 Foda-se!
00:59:39 Desculpe.
00:59:43 Não vão levar a sério
00:59:46 Levam tudo a sério, Beth.
00:59:49 Não acredito que isto
00:59:52 É absurdo que a polícia possa pensar
00:59:57 Existe o crime perfeito?
01:00:00 Durante anos, os escritores
01:00:03 E os assassinos também. Alguns inclusive
01:00:07 Como o caso de Howard Green,
01:00:10 Green era um humilde alfaiate.
01:00:13 Bem considerado socialmente.
01:00:14 Escreveu um jornal que a polícia
01:00:17 Nesse jornal,
01:00:19 analisava com todos
01:00:21 14 maneiras de assassinar
01:00:22 a sua mulher, por quem tinha
01:00:26 e secreto. Alguns
01:00:27 dos métodos eram ridículos,
01:00:29 outros, brutais, um ou dois,
01:00:32 realmente brilhantes.
01:00:33 Mas o que ele não entendeu
01:00:37 não era a investigação
01:00:40 a não ser os problemas
01:00:44 Qualquer álibi contém um elemento
01:00:47 é possível descobrir.
01:00:49 A sua conclusão foi
01:00:52 não é aquele que fica sem resolver,
01:00:57 Com um falso culpado.
01:01:00 E matou alguém?
01:01:02 Não, ele foi morto.
01:01:05 Uma noite, a esposa
01:01:08 e acabou por matá-lo
01:01:12 O jurado, horrorizado
01:01:15 opina que o homicídio foi
01:01:17 em própria defesa
01:01:20 Julia Green, é declarada inocente.
01:01:26 Não entendo,
01:01:28 Descobriu-se depois que a letra
01:01:32 E quem os escreveu?
01:01:34 O amante da sua mulher,
01:01:38 O assassino tem 30, 36 anos.
01:01:41 Nasceu numa família de classe média,
01:01:44 de uma grande cidade.
01:01:45 Possui traços de
01:01:49 Provavelmente,
01:01:50 algum defeito físico.
01:01:53 Imagina-se que o seu talento
01:01:55 triunfa e que consegue destruir
01:01:59 E chega a sua
01:02:01 Sair aonde vivia
01:02:05 Aqui acontece o imprevisto:
01:02:09 Por alguma razão,
01:02:12 do lugar que considera ser dele
01:02:16 E se vê obrigado a voltar
01:02:21 Está bem. Parece como se esta mulher
01:02:24 É absurdo, não tem nenhuma base.
01:02:27 Mas não falamos de um psicopata,
01:02:29 não há elementos de crueldade.
01:02:32 De fato, poderíamos dizer
01:02:35 Exatamente. A psicóloga
01:02:39 O assassino procura
01:02:40 vingança e admiração.
01:02:42 Os crimes são uma espécie
01:02:45 Há bastante
01:02:48 com um muito mais intenso
01:02:50 ao seu mundo. Quer que você
01:02:54 Trata de lhe agradar como se fosse
01:02:58 A psicóloga pensa
01:02:59 que o assassino é um homossexual
01:03:05 É um bom corte,
01:03:07 Não sei que diabos...
01:03:10 Ao menos não derramou café fervendo
01:03:14 Sou um perito nisso,
01:03:17 Se quiserem, continuamos
01:03:20 Sim, acho uma boa idéia.
01:03:24 Não está exagerando um pouco?
01:03:25 A polícia considera
01:03:28 Qualquer pista
01:03:30 Fala como o Seldom.
01:03:32 É que ele tem razão.
01:03:35 Sim, como eu.
01:03:36 Sim, como você, como
01:03:41 Não deixe que o Seldom entre
01:03:44 Se deixar, não há maneira
01:03:47 Foi o que aconteceu contigo, não foi?
01:03:51 Isso não tem graça.
01:03:54 Desculpa.
01:03:56 É como se o Seldom estivesse
01:03:58 Não fez nada que eu não tenha feito
01:04:02 Quer que te diga que prefiro
01:04:06 Não, não minta pra mim, apenas diga
01:04:12 Vai à merda.
01:04:13 Sabes o que me revolta?
01:04:15 Saber no jantar que não era o único
01:04:21 Isso foi há muito tempo.
01:04:23 Quando tinha 13 anos, não?
01:04:25 e vai correndo como um cachorrinho
01:04:30 Sim, eu sou assim,
01:04:32 exatamente igual a você.
01:04:35 Penso que será melhor
01:04:37 E até isto terminar,
01:04:39 não quero saber nada de você,
01:04:44 É um merda,
01:04:47 Somos medíocres.
01:04:48 E aos medíocres
01:04:51 embebedar-se e esquecer.
01:04:54 Deixe-me em paz.
01:05:03 Pelos medíocres do mundo!
01:05:06 Pela vulgaridade e a estupidez!
01:05:10 Cambridge volta a nos dar
01:05:14 O quê?
01:05:16 Estão olhando pra onde?
01:05:19 É verdade, não?
01:05:21 Deixem as matemáticas
01:05:24 Acalme-se.
01:05:25 - Vamos.
01:05:27 o Chapeleiro Louco sairá
01:05:30 - E vai ao cu a vocês todos!
01:05:37 - Estava falando de quê?
01:05:40 Se deixasse de ferrar tudo
01:05:47 Henry Wilkins?
01:05:49 O assassino do Kennedy,
01:05:52 Resolveu a última
01:05:55 Pelo menos, é o que
01:05:57 Fará a demonstração
01:05:59 Na conferência de Teoria
01:06:01 Resolveu o problema matemático
01:06:06 E sabe quem deveria estar lá
01:06:09 Eu, Yuri Ivanovitch Podorov!
01:06:13 Tem essa demonstração?
01:06:15 Não, é óbvio que não!
01:06:17 Mas teria se Seldom
01:06:20 Então era isso...
01:06:22 Eu fui quem deduziu
01:06:25 não se podia solucionar
01:06:27 A cada forma modular corresponde a
01:06:32 - Está bêbedo.
01:06:34 Mas há 8 anos não estava.
01:06:37 Fui ver o Seldom,
01:06:39 lhe pedi para ingressar no grupo de teoria
01:06:43 Mas sabe o que ele
01:06:46 "É absurdo."
01:06:48 É absurdo!
01:06:51 Pois bem, por esse absurdo,
01:06:55 Henry Wilkins.
01:06:57 Vai entrar pra história.
01:06:59 Pelo visto está
01:07:01 trabalhando sobre o Bormat
01:07:03 - Há sete anos.
01:07:06 Como, por quê?
01:07:08 Porque me roubaram!
01:07:11 Mas te digo: Não sabem fazê-lo.
01:07:15 Mas ainda não se provou.
01:07:18 Não me diga o contrário.
01:07:20 Está com eles, verdade?
01:07:22 Estão todos contra mim!
01:07:25 Não vai ler a minha mente!
01:07:27 Estou sendo roubado! Socorro!
01:07:29 Querem me matar!
01:07:31 Se não se calar,
01:07:36 Calma...
01:07:39 Bastardos!
01:07:41 Caralho dos ingleses
01:07:44 Se puderem, te fodem,
01:07:46 colocam no fundo.
01:08:23 Bem-vindo à festa.
01:08:26 Parece que não lhe disseram
01:08:35 Guy Fawkes era muito
01:08:38 Tentou arrebentar com o Parlamento com
01:08:42 Desde então, cada 6 de novembro,
01:08:46 queima-se a sua imagem,
01:08:49 embora não saberia dizer
01:08:52 se irei comemorar o seu fracasso
01:08:57 Falando de conspiradores,
01:08:59 não olhe agora, seja discreto.
01:09:01 Sentado, duas filas atrás de mim,
01:09:03 um homem negro, alto.
01:09:09 Sim.
01:09:11 Me segue há 3 dias,
01:09:13 Petersen está aqui?
01:09:15 À nossa direita.
01:09:20 Quero lhe contar uma coisa.
01:09:41 O viu?
01:09:42 - A quem?
01:09:45 Tinha uma coisa sob a capa.
01:10:11 Seguimos um suspeito
01:10:13 Quero todos os agentes
01:10:19 Podorov!
01:10:26 Está subindo no telhado!
01:10:28 O que faz aqui?
01:11:07 Eu só quero...
01:11:09 Cale-se, e fique no chão!
01:11:10 Que diabos é isto?
01:11:13 Martin, é um traidor.
01:11:17 "Bastardos".
01:11:18 Não é mais
01:11:20 que um palhaço.
01:11:21 Scott, o que faz aqui?
01:11:24 Estou nisso.
01:12:04 Deixem-me passar, sou médico.
01:12:08 Está bem?
01:12:13 Está morto.
01:12:21 A causa da morte
01:12:23 Como puderam asfixiá-lo
01:12:25 Segundo o médico, foi
01:12:29 Acabo de falar com a Beth,
01:12:33 O operaram há uns anos
01:12:36 O mais certo era ter morrido
01:12:40 Se obstruir a respiração
01:12:44 Não há provas de que foi
01:12:46 Sim há.
01:12:54 O terceiro símbolo é
01:12:56 Onde encontrou isto?
01:12:57 No suporte do livro do maestro.
01:13:00 O assassino recortou
01:13:03 do programa.
01:13:04 O círculo, o peixe
01:13:07 e o triângulo.
01:13:11 Por Deus, já chega.
01:13:15 ou terei que o considerar
01:13:16 cúmplice, porque está claro
01:13:21 Só tenho uma idéia aproximada
01:13:24 E qual é, por Deus?
01:13:27 Possivelmente não seja
01:13:30 o melhor momento.
01:13:32 Não posso acreditar.
01:13:33 Está bem, eu saio daqui.
01:13:36 - Não se importa?
01:13:38 - Um passeio me fará bem.
01:13:47 Bastardos.
01:13:50 ...Em Cambridge preparam-se
01:13:55 Se certos rumores forem verdades,
01:13:58 a famosa teoria de Bormat
01:14:03 Centenas de matemáticos
01:14:06 reunem-se hoje em Cambridge
01:14:09 que o professor Wilkins
01:14:11 efetuará no Congresso de Teoria
01:14:14 Os matemáticos levaram séculos
01:14:18 até o dia de hoje.
01:14:24 Desculpe por ontem, Martin,
01:14:28 Sim, pensar por mim mesmo.
01:14:31 Até agora não fui
01:14:34 Amanhã o circular publicará
01:14:38 Nele explico tudo o que sei.
01:14:40 Tudo?
01:14:42 A polícia pensa
01:14:44 E dar a solução dos 4 símbolos
01:14:47 O que lhe interessa
01:14:49 é que eu reconheça
01:14:52 Acha que vai funcionar?
01:14:54 Não me ocorre
01:14:56 Assim tenho 12 horas para demonstrar
01:15:01 Não é um idiota,
01:15:04 Você sabe, só tem
01:15:06 Depois de tudo,
01:15:17 - Sei o que está pensando.
01:15:20 Poderia ser o maior erro
01:15:22 Não acredito.
01:15:23 - Está mentindo.
01:15:26 Estou mentindo.
01:15:27 Mas se te distrair o suficiente,
01:15:30 e seja tarde mais.
01:17:12 No início são duros de roer,
01:17:16 O esparguete,
01:17:19 Não, o esparguete
01:17:20 E as histórias de mistério.
01:17:22 Fazem sentido.
01:17:24 Há sempre uma coisa para descobrir
01:17:27 Na vida,
01:17:29 Não quero falar de explicações
01:17:34 Fora deste quarto
01:17:37 Só você, eu
01:17:41 e o esparguete.
01:17:45 Sei o que significou para você
01:17:48 mereceu a pena.
01:17:50 Isto é só o começo.
01:17:54 Olha o que fez.
01:17:56 Louca por você.
01:18:10 - Que saboroso.
01:18:13 Este momento é perfeito.
01:18:16 Único.
01:18:17 "O coração impávido
01:18:20 Como?
01:18:24 É de Parménides,
01:18:27 Dizia que a realidade era
01:18:30 e que a única coisa que existe
01:18:32 é um Deus único e imutável.
01:18:36 Voltou a fazer.
01:18:37 O quê?
01:18:38 Falar como os da sua seita.
01:18:40 - Não posso evitar.
01:18:44 Agora entendo.
01:18:45 Porque é que as mulheres se enrolam
01:18:49 Isso é o que ele disse.
01:18:50 Sim? Sabia que as mulheres
01:18:53 Não, os da seita.
01:18:56 "Agora faz parte da seita"...
01:18:59 - O quê?
01:19:01 Não, não. É muito simples.
01:19:03 O que aconteceu?
01:19:04 Tenho que descobrir antes
01:19:06 O quê?
01:19:08 É o Seldom.
01:19:11 Sim, não consigo
01:19:13 - Beth tinha razão.
01:19:15 Está apaixonado por esse louco!
01:19:17 - esse velho que eu!
01:19:19 Só desta vez? Assim que acabar
01:19:23 Pra onde?
01:19:25 Onde não haja livros
01:19:37 - Merda!
01:19:40 É muito alto
01:19:43 E agora?
01:19:44 A livraria!
01:19:52 - Está fechado!
01:19:59 Ao menos me diga
01:20:02 Aqui está.
01:20:04 A seita dos pitagóricos...
01:20:06 Os pais da matemática.
01:20:10 Funcionavam como uma seita religiosa.
01:20:12 eram sagrados,
01:20:15 Não, não está aqui.
01:20:19 Voltem mais tarde,
01:20:21 Não queremos
01:20:23 - Então será melhor irem embora.
01:20:28 No nosso catálogo está
01:20:32 Quer calar-se?
01:20:35 Terei que chamar a segurança.
01:20:37 Isso, chame a segurança,
01:20:43 Tem que estar em algum destes,
01:20:46 um gráfico, qualquer coisa.
01:20:54 Algo assim?
01:20:56 Isto é. Perfeito.
01:20:58 Um,
01:20:59 o princípio de tudo.
01:21:02 O peixe.
01:21:03 Parece a Vesica Peixes,
01:21:07 É simplesmente o 2, a intercessão
01:21:10 a dualidade, a guerra
01:21:13 O três, a tríade.
01:21:14 Síntese de opostos,
01:21:18 E o quarto símbolo?
01:21:20 A tetraktys, o quaternário.
01:21:22 Um mais dois, mais três,
01:21:26 A Totalidade, o Demiurgo.
01:21:27 Era o seu número divino.
01:21:32 Um, dois, três e quatro.
01:21:35 é assim tão simples.
01:21:37 Como é que eu não vi?
01:21:40 Todos os enigma são fáceis
01:21:43 Procura o quê?
01:21:45 Tanto quanto sei dessa gente
01:21:49 muito especial da medicina.
01:21:52 Se a inteligência era
01:21:55 atrasados mentais
01:21:58 Utilizavam-nos como cobaias
01:22:00 para as suas
01:22:04 Inclusive tentaram
01:22:31 Merda.
01:22:47 - Está bem?
01:22:49 Só me faltava isso.
01:22:52 - Muito obrigado.
01:22:53 Vamos!
01:22:58 Voltem aqui!
01:23:00 Vocês! Onde vão?
01:23:04 Sei quem é o assassino.
01:23:05 Está bem, John.
01:23:09 Estraguei tudo no concerto,
01:23:11 Desta vez pode matar mais gente,
01:23:14 Acalme-se.
01:23:15 Desta vez se pôsem contato
01:23:19 - A tetraktys.
01:23:21 A mensagem marca um lugar concreto,
01:23:24 - Uma estrada?
01:23:27 É a estrada para Cambridge.
01:23:29 Há um cruzamento no alto.
01:23:31 Petersen está a caminho. Tentará
01:23:40 Já localizou o ônibus?
01:23:42 Está a 6km da sua posição.
01:23:43 Encontrarão
01:23:48 A todas as unidades,
01:23:49 o assassino pode estar
01:23:52 Não podem nos detectar até
01:24:18 Onde estão? Não os vejo.
01:24:21 Estão à sua frente.
01:24:22 Temo-lo.
01:24:24 Agora!
01:24:51 Desligue o motor, e ponha
01:24:56 Chegamos a tempo.
01:24:58 Pararam o ônibus.
01:24:59 Seldom e os outros
01:25:01 Seldom? Pararam
01:25:29 Sim?
01:25:30 Seldom, tem que falar
01:25:33 Do que está falando?
01:25:34 É o pai da menina!
01:25:35 Qual menina?
01:25:44 Martin?
01:25:46 Martin, me ouve?
01:25:47 A menina do hospital,
01:25:50 Quer matá-los
01:26:08 Senhor?
01:26:09 Desculpe, senhor.
01:26:12 Tem que parar esse ônibus!
01:26:17 Um dos professores insiste em falar
01:26:38 Mas que diabos?
01:26:54 Você! Você sabia?
01:26:57 Sabia de tudo isto?
01:27:00 Você e as suas malditas
01:27:12 Eu não sei nada.
01:27:20 Nada.
01:28:09 Cinco das vítimas
01:28:13 - Cinco órgãos, uma boa oportunidade.
01:28:18 Por isso pediu as ambulâncias.
01:28:20 Certo.
01:28:22 O depósito estava na reserva.
01:28:26 embora desta vez não foi
01:28:29 Por quê tudo isto?
01:28:32 A sua idéia não era morrer
01:28:34 Queria saltar a tempo
01:28:37 Como sabe?
01:28:39 Quando se estampou, o ônibus
01:28:43 E as outras mortes?
01:28:45 Se tivesse só matado crianças.
01:28:47 Ia parecer culpado. Ao nos fazer
01:28:51 ninguém suspeitaria. Mas calculou mal
01:28:56 Então, não queria matar
01:28:59 - Queria um álibi.
01:29:02 Pena não termos descoberto
01:29:06 é muito para lógica.
01:29:53 Você só foi
01:29:56 Não deve sentir-se culpado.
01:30:07 Não sabe o que está dizendo.
01:30:31 Não precisa subir em um avião.
01:30:34 O quê?
01:30:35 Digo que não precisa pegar um avião.
01:30:39 Estava pensando.
01:30:40 Ah, sim?
01:30:45 Está bem. A partir deste momento,
01:30:47 somos só dois turistas.
01:30:49 No aeroporto com a mochila
01:30:54 O que colocou aqui dentro?
01:30:55 O imprescindível.
01:30:58 uma cozinha para fazer espaguete
01:31:02 - E nenhuma das suas histórias negras.
01:31:04 Nada de histórias, nada de símbolos,
01:31:07 Tínhamos um acordo,
01:31:09 Pensa que poderá
01:31:11 Sim.
01:31:13 Só você e eu.
01:31:19 Vamos.
01:31:29 Obrigado.
01:31:38 O seu bilhete de embarque,
01:31:40 Eu sabia!
01:31:44 Esse desgraçado me enganou!
01:31:46 Não sabia qual era
01:31:57 Meu deus!
01:31:58 Leva as fotos contigo?
01:32:01 O que é isso?
01:32:04 "Kreis".
01:32:08 O que é isso?
01:32:19 Ela passou 3 anos decifrando
01:32:22 Não pode fazer isso aqui.
01:32:23 Claro!
01:32:24 "Kreis" significa "círculo"
01:32:27 Ele inventou tudo na altura.
01:33:06 Conhecia este lugar?
01:33:09 Não tive a oportunidade.
01:33:12 Tinha sido uma lástima deixar
01:33:17 Esta é a maior
01:33:19 coleção de falsificações
01:33:21 Nem o próprio Miguel Anjo
01:33:23 poderia diferenciar
01:33:26 Acreditam que a coluna de Trajano
01:33:31 mas temos certeza
01:33:35 cópia de gesso.
01:33:38 Sinto-me bem aqui.
01:33:40 Ninguém tenta me enganar.
01:33:43 De fato, em todo o planeta não há um
01:33:49 Aqui há uma verdade absoluta:
01:33:53 é tudo falso.
01:33:57 Fora destas paredes,
01:33:59 ninguém está seguro de nada.
01:34:03 Arriscou muito
01:34:10 Era importante. Tinha que te convencer
01:34:13 quando nesse momento
01:34:17 Sabia que podia confiar
01:34:19 O seu orgulho ia impedir de abrir esse papel
01:34:23 Mas como eu digo,
01:34:27 Não havia nenhum assassino
01:34:30 Foi um invenção,
01:34:33 Mas não do motorista
01:34:35 Foi você.
01:34:37 Inventou a série de assassinatos
01:34:41 A morte de Mrs. Eagleton.
01:34:43 Como a polícia suspeitou
01:34:51 Beth odiava a sua vida.
01:34:53 suportando essa mulher e a matou.
01:34:57 pedindo ajuda.
01:34:59 Não era capaz
01:35:02 O seu pai morreu por minha culpa
01:35:05 naquele acidente, há 30 anos.
01:35:08 Não podia voltar a
01:35:09 Quando nos encontramos
01:35:11 Queria destruir as provas
01:35:17 Teve que improvisar um plano
01:35:22 Leu a palavra "círculo" em alemão
01:35:26 Uma série
01:35:28 Mas precisava de uma segunda morte para
01:35:32 E sem saber, o ajudei.
01:35:36 Lhe dava a idéia
01:35:39 Um crime imperceptível.
01:35:41 Um assassino que só mata
01:35:42 a quem está perto da morte.
01:35:44 Só tinha que cravar
01:35:47 Então enviou
01:35:51 Ainda não sabia onde tudo isto
01:35:53 As possibilidades
01:35:56 Tinha que esperar que surgisse
01:35:59 Poderiam passar semanas, meses.
01:36:01 Não havia pressa.
01:36:02 Devia ter um plano diferente
01:36:05 mas aquele músico foi
01:36:09 - A solução para todos os seus problemas.
01:36:12 Muita gente,
01:36:14 Não minta.
01:36:15 Não podia desperdiçar
01:36:18 Além disso, estava o triângulo.
01:36:22 Era tão belo...
01:36:25 estivessem do seu lado.
01:36:26 Era perfeito, e o mais importante:
01:36:31 Até que apareceu esse louco.
01:36:34 Qualquer ato pode ter
01:36:37 Era o que mais temia.
01:36:40 Quem ia pensar que esse infeliz
01:36:43 Procurava uma solução
01:36:46 Enquanto levava a cada dia para colégio
01:36:49 com pulmões perfeitos,
01:36:52 Por que mereciam viver
01:36:54 Os matemáticos não são os únicos
01:36:58 Você facilitou a solução
01:37:01 Ele também queria
01:37:04 Só tinha que fazer
01:37:17 Assim...
01:37:20 Pensa que sou o assassino.
01:37:23 Não.
01:37:24 Você não matou ninguém.
01:37:26 Mas é culpado de ter provocado
01:37:30 É culpado de arrogância,
01:37:32 por nos utilizar
01:37:36 Quem diabos pensa que é?
01:37:41 Espero que o meu fracasso tenha servido
01:37:47 Sim, uma coisa.
01:37:49 Um pouco mas muito doloroso.
01:37:52 Que os números
01:37:54 A verdade não é matemática,
01:37:57 é absurda, confusa, casual,
01:38:00 desordenada e profundamente
01:38:03 Me alegra que por fim
01:38:08 Só te escapou uma coisa.
01:38:14 O verdadeiro culpado.
01:38:17 A origem desta
01:38:20 Quem?
01:38:22 Você, Martin.
01:38:24 Não me faça rir.
01:38:25 Se não acredita em mim,
01:38:29 Estava apaixonada por você,
01:38:31 ou não sabia?
01:38:34 Recordava exatamente
01:38:38 "Devia tentar".
01:38:40 "Devia tentar" soava uma e outra
01:38:46 "Devia ser livre, como eu".
01:38:51 Isso é o que ela entendeu
01:38:54 e foi isso que fez.
01:38:57 Acabar com o que
01:39:03 A sua própria mãe.
01:39:06 A borboleta.
01:39:09 Quando toco as suas asas e causa um furacão
01:39:16 Lhe parece familiar?
01:39:20 É você essa borboleta, Martin?
01:40:23 TRADUÇÃO- Augsto
01:40:24 Versão Brasileira: