Zizek
|
00:00:22 |
Teria eu... |
00:00:24 |
uma atitude espontânea frente |
00:00:27 |
É algo muito obscuro. |
00:00:28 |
A primeira tese |
00:00:32 |
uma espécie de |
00:00:34 |
Aqui não há nada, |
00:00:36 |
Quero dizer literalmente, |
00:00:39 |
como... finalmente... |
00:00:43 |
aqui só há alguns fragmentos, |
00:00:44 |
algumas coisas que desaparacem. |
00:00:46 |
Se olhas ao universo, |
00:00:47 |
é um grande vazio. |
00:00:49 |
Mas então, |
00:00:50 |
Aqui, sinto um tipo |
00:00:55 |
com a física quântica. |
00:00:56 |
onde a idéia é |
00:00:59 |
que o universo é um vazio, |
00:01:01 |
mas uma espécie de vazio |
00:01:03 |
e então as coisas particulares |
00:01:07 |
quando o equilíbrio do |
00:01:10 |
gosto muito desta idéia |
00:01:12 |
segundo a qual a realidade |
00:01:15 |
As coisas estão fora. |
00:01:17 |
Isto significa algo |
00:01:19 |
que, o que chamamos |
00:01:22 |
é uma espécie de desequilíbrio cósmico, |
00:01:25 |
que as coisas existem por erro. |
00:01:27 |
E estou preparado para |
00:01:30 |
e afirmar que o único modo |
00:01:33 |
é assumir este erro |
00:01:37 |
Temos um nome para isto. |
00:01:40 |
Não é o amor precisamente uma |
00:01:43 |
Sempre tive uma certa |
00:01:46 |
de amo o mundo, |
00:01:48 |
Não posso gostar do mundo. |
00:01:50 |
Não sei como... |
00:01:51 |
Basicamente, estou entre o |
00:01:54 |
e o isto me é indiferente |
00:01:56 |
Mas o conjunto da realidade, |
00:01:59 |
É estúpido, está fora. |
00:02:02 |
Amor é, para mim, um ato |
00:02:05 |
Amor não é os amo a todos. |
00:02:07 |
Amor significa, seleciono algo |
00:02:10 |
e é, de novo, |
00:02:13 |
Ainda quando isto seja |
00:02:16 |
um indivíduo frágil... |
00:02:19 |
Digo te amo mais que |
00:02:22 |
Neste preciso sentido formal, |
00:03:14 |
Dizem-me que gostam de jogar xadrez. |
00:03:34 |
Pensem acerca da estranha situação |
00:03:36 |
Há 30, 40 anos, discutíamos |
00:03:39 |
sobre como devia ser o futuro: |
00:03:41 |
Comunista, fascista, |
00:03:43 |
Hoje, ninguém mais debate |
00:03:45 |
Todos aceitamos silenciosamente que o |
00:03:56 |
Por outro lado, |
00:03:58 |
com as catástrofes cósmicas. |
00:03:59 |
A vida inteira na Terra desaparecerá |
00:04:02 |
por causa de algum vírus, |
00:04:03 |
ou por causa de um asteróide que |
00:04:06 |
Então, o paradoxo é que |
00:04:08 |
é muito mais fácil imaginar |
00:04:13 |
que uma mudança radical muito mais |
00:04:16 |
o que isto significa é que |
00:04:21 |
mas, em que sentido? |
00:04:26 |
Há dois significados falsos de utopia. |
00:04:33 |
Uma é a velha noção de imaginar |
00:04:37 |
a qual, todos sabemos, |
00:04:39 |
A outra é a utopia capitalista. |
00:04:42 |
No sentido de novos desejos perversos |
00:04:45 |
aos que, não só podes ter acesso |
00:04:47 |
senão inclusive, estás obrigado a realizar. |
00:04:49 |
A verdadeira utopia surge quando |
00:04:55 |
quando não há um caminho que nos guie |
00:04:57 |
quando não há coordenadas possíveis |
00:04:59 |
que nos tirem da pura |
00:05:02 |
temos que inventar um novo |
00:05:04 |
A utopia é uma espécie de livre |
00:05:08 |
A utopia é uma questão da mais |
00:05:11 |
quando somos forçados a imaginá-la |
00:05:15 |
e é isto que precisamos hoje. |
00:05:33 |
Espero não ter me alongado demais. |
00:05:35 |
Lhes agradeço pela paciência. |
00:05:50 |
Posso fazer outro breve comentário? |
00:05:56 |
Sabem por que aplaudo? |
00:05:59 |
Se olharam os velhos documentários |
00:06:02 |
terão notado uma grande diferença |
00:06:04 |
entre o líder fascista e o líder |
00:06:07 |
O líder fascista, quando recebe |
00:06:10 |
só os aceita. |
00:06:15 |
O líder stalinista aplaude a si mesmo. |
00:06:21 |
A mensagem é: |
00:06:23 |
Sou só a ferramenta. Todos estamos |
00:06:26 |
Esta foi a minha postura. |
00:06:38 |
...Slavoj Zizek, um filósofo lacaniano-marxista |
00:06:41 |
escreveu livros com temáticas |
00:06:43 |
Lênin, a ópera, e os ataques terroristas |
00:06:45 |
O objetivo da obra de Zizek é |
00:06:48 |
do capitalismo com os informes |
00:06:51 |
desmascarar a forma em que |
00:06:53 |
sobre a imaginação pública. |
00:06:55 |
Slavoj Zizek é um... |
00:06:57 |
acadêmico rock-star. |
00:07:00 |
vamos aqui? |
00:07:06 |
A pior coisa é jogar o jogo |
00:07:10 |
que agrada a alguns intelectuais. |
00:07:13 |
Projetas uma certa personalidade |
00:07:15 |
pensamento frio, ou o que seja... |
00:07:16 |
mas então assinalas, |
00:07:19 |
"Tu sabes, mas não obstante, |
00:07:21 |
Me agradam os pequenos |
00:07:23 |
Sou humano como tu. |
00:07:24 |
Eu não sou humano. |
00:07:28 |
Não é que eu tenha a máscara de |
00:07:31 |
e abaixo dela, sou uma |
00:07:33 |
que gosta de pastel de chocolate, |
00:07:36 |
o que me faz humano. |
00:07:38 |
Prefiro pensar-me |
00:07:42 |
para não ofender aos demais, |
00:07:45 |
pretende... jogar a que é humano. |
00:08:03 |
Vens? |
00:08:04 |
O escondi, é claro. |
00:08:08 |
Significa Bem-vindo ao bem-estar, |
00:08:12 |
Uma boa figura, honesto. |
00:08:13 |
Eu coloquei tudo aqui... |
00:08:16 |
Por tudo, quero dizer... |
00:08:18 |
Inclusive parece que aqui é... |
00:08:20 |
Não é uma louca combinação? |
00:08:22 |
Tens isto, |
00:08:24 |
a roupa está aqui. |
00:08:25 |
Mas não há somente roupa. |
00:08:28 |
Também tem... |
00:08:30 |
cobertas, merdas para a... |
00:08:34 |
Não, não. |
00:08:36 |
Aqui.Não é bonito perto da |
00:08:41 |
Aqui estão as roupas de baixo. |
00:08:42 |
Este é todo o meu material. |
00:08:44 |
e basicamente, este é todo o meu |
00:08:47 |
Periódicos, revistas. |
00:08:49 |
Estes são meus livros |
00:08:52 |
Duas cópias de cada um. |
00:08:53 |
Aqui isto está estritamente |
00:08:56 |
Parecem maus. |
00:08:58 |
Penso que estão aqui, |
00:09:00 |
porque isto é em sua maior |
00:09:04 |
- Oh, isto é... |
00:09:06 |
Sou narcisista. |
00:09:09 |
- Guardas... |
00:09:11 |
Isto deve ir em outra parte. |
00:09:14 |
Sinto muito. Eu só... |
00:09:16 |
assim que isto está aqui. |
00:09:18 |
OK, se necessitas |
00:09:21 |
Ah, sim, há algo disto aqui. |
00:09:24 |
Vejamos o que há aqui. |
00:09:25 |
porque são coisas de formato |
00:09:27 |
Estes são alguns dos primeiros |
00:09:31 |
Ah, isto é dos tempos de dissidência. |
00:09:34 |
Sim, em meados dos 80 comecei |
00:09:37 |
Por dois anos, algumas pessoas |
00:09:40 |
que eu era o mais influente. |
00:09:41 |
Mas então, de novo a política, |
00:09:45 |
e eu também era combativo, |
00:09:48 |
Este era eu. |
00:09:49 |
Esta foi minha fama. |
00:09:52 |
Trabalhei como louco |
00:09:53 |
porque estava escrevendo em inglês |
00:09:56 |
Nunca quis colocar em perigo, |
00:10:01 |
Esta é a razão pela qual eu nunca |
00:10:02 |
em qualquer tipo de carreira política, |
00:10:05 |
pois simplesmente não tinha tempo. |
00:10:07 |
Em 1990, Slavoj Zizek foi candidato a |
00:10:09 |
presidência da república da Eslovênia |
00:10:10 |
nas primeiras eleições democráticas |
00:10:16 |
Penso que devemos fazê-los sentir |
00:10:19 |
Fazê-los pagar pelos direitos |
00:10:22 |
Temos suficiente material |
00:10:26 |
daqueles de seus partidários |
00:10:29 |
Já tivemos suficientes vampiros |
00:10:33 |
fazendo-nos pagar pelos direitos |
00:10:36 |
E hoje necessitamos acabar com |
00:10:38 |
Peguemos uma estaca de madeira |
00:10:42 |
Matemos e destruamos a toda |
00:10:44 |
O Partido Democrático Liberal. |
00:10:51 |
Dois dias antes da eleição, |
00:10:55 |
havia uma grande mesa redonda |
00:10:57 |
20 deles, não sei para |
00:10:59 |
Eu repetiria aqui |
00:11:02 |
A propriedade privada é o pior |
00:11:04 |
O problema é, como nos mostra |
00:11:06 |
que não há nenhum outro melhor. |
00:11:07 |
Um bom sujeito, ingênuo, direitista, |
00:11:12 |
cometeu um erro fatal, |
00:11:14 |
que todos recordamos. |
00:11:17 |
inclusive não foi um erro, |
00:11:18 |
A saber, como de costume, |
00:11:20 |
Eu falo muito, demasiado, |
00:11:23 |
e então este sujeito buscava |
00:11:26 |
e se voltou frente a mim... |
00:11:27 |
tudo ao vivo, em um grande debate, |
00:11:30 |
Apesar de que me simpatiza muito |
00:11:37 |
pois certamente ele tem o QI mais alto |
00:11:42 |
Estou seguro disto. |
00:11:43 |
Mas ele falou demasiado hoje, |
00:11:46 |
a metade do tempo da mesa |
00:11:49 |
"Escutem, todos sabemos |
00:11:51 |
que teu Q.i. é duas vezes maior |
00:11:56 |
não obstante, posso pedir-te que |
00:11:59 |
Mas todos recordamos que, |
00:12:01 |
vistes? |
00:12:02 |
Inclusive eles admitem |
00:12:05 |
Lembro-me que, depois |
00:12:07 |
quando se apagram as luzes, |
00:12:10 |
todos os demais candidatos gritavam |
00:12:13 |
coisas como: és idiota? |
00:12:15 |
Porque então subi |
00:12:17 |
e quase ganhei a eleição. |
00:12:20 |
A mais clara definição de ideologia |
00:12:22 |
é provavelmente a famosa |
00:12:25 |
Eles não sabem o que fazem, |
00:12:41 |
O nível fundamental da |
00:12:44 |
não é uma ilusão que mascara a |
00:12:46 |
mas uma fantasia (inconsciente) |
00:12:49 |
que estrutura nossa própria |
00:12:51 |
Quando fui pela primeira vez |
00:12:53 |
fiquei chocado com seus banheiros. |
00:12:55 |
"IDEOLOGIA" |
00:12:57 |
Romanticismo a partir de agora. |
00:12:59 |
Esta foi a idéia da assim chamada |
00:13:03 |
economia anglosaxã, |
00:13:07 |
metafísica, poesia e |
00:13:09 |
como o elemento essencial... |
00:13:12 |
a postura essencial |
00:13:15 |
Desculpe-me. É isto. |
00:13:17 |
Política francesa revolucionária: |
00:13:20 |
a merda deve desaparecer o mais |
00:13:22 |
Anglosaxã/americano: |
00:13:26 |
Metafísica e poesia alemã: |
00:13:28 |
Inspeccionas, |
00:13:30 |
Então, não é algo |
00:13:32 |
que em um fenômeno vulgar |
00:13:36 |
encontres certas diferenças |
00:13:40 |
das quais não consegues dar conta |
00:13:43 |
senão que tens que evocar |
00:13:45 |
Isto significa, afirmo, |
00:13:48 |
em uma conferência sobre a era |
00:13:51 |
Então vais ao banheiro, |
00:13:53 |
Estás sobre tua merda, |
00:13:55 |
ou a estás colocando sobre |
00:14:10 |
Quem crê o quê hoje? |
00:14:12 |
Penso que esta é uma pergunta |
00:14:14 |
muito mais complexa do que |
00:14:18 |
O primeiro mito a ser abandonado, |
00:14:22 |
é a idéia de que vivemos em uma |
00:14:25 |
onde ninguém mais crê nos |
00:14:28 |
e que em outros tempos, |
00:14:32 |
houve gente que acreditou de verdade, |
00:14:34 |
confiando em alguma classe |
00:14:37 |
e assim sucessivamente. |
00:14:38 |
Penso que hoje acreditamos mais |
00:14:42 |
e, como Fuller o desenvolve de uma |
00:14:45 |
a última forma de crença, para ele, |
00:14:48 |
Por quê? De novo, |
00:14:50 |
à pergunta de Marx, não? |
00:14:52 |
Vejamos como funciona o |
00:14:55 |
em sua versão padrão, |
00:14:58 |
Não podes encontrar nenhum |
00:15:02 |
sem "A," |
00:15:04 |
e "B", em tudo há uma |
00:15:09 |
Como... |
00:15:10 |
Tomemos um exemplo irônico, |
00:15:13 |
Se perguntarmos a alguém como |
00:15:15 |
Que é isto? |
00:15:17 |
Ela não deveria dizer, |
00:15:21 |
Ela deveria dizer |
00:15:23 |
"Se aceitamos a noção metafísica |
00:15:28 |
de que a linguagem está claramente |
00:15:31 |
e tendo em conta isto, |
00:15:34 |
então nós não... |
00:15:35 |
como ela gosta de colocar em termos |
00:15:37 |
"de acordo ao alcance da |
00:15:39 |
nas condições de nossos jogos de |
00:15:41 |
se pode dizer que é |
00:15:48 |
Então, devemos sempre distanciarmos. |
00:15:51 |
e isto se aplica inclusive ao amor, |
00:15:52 |
quase não se ousa mais dizer |
00:15:56 |
E sim: como um poeta o haveria dito, |
00:15:58 |
te amo, ou qualquer outro tipo de |
00:16:00 |
Mas, qual é o problema aqui? |
00:16:02 |
O problema é que... |
00:16:04 |
por quê este medo? |
00:16:06 |
Porque, afirmo, |
00:16:08 |
quando os antigos diziam |
00:16:12 |
eles queriam dar a entender |
00:16:14 |
Toda esta distância estava |
00:16:16 |
Assim é que nós hoje |
00:16:20 |
de que, si dissermos |
00:16:23 |
isto possa significar demasiado. |
00:16:24 |
cremos nisto. |
00:16:27 |
Em uma velha piada da extinta |
00:16:31 |
um operário alemão consegue um |
00:16:33 |
consciente de que todo o correio é |
00:16:37 |
Estabeleçamos um código: |
00:16:40 |
se recebem uma carta minha... |
00:16:42 |
escrita com tinta azul, |
00:16:44 |
e se está escrito com tinta |
00:16:47 |
Depois de um mês, seus amigos |
00:16:49 |
Tudo aqui é maravilhoso, as lojas |
00:16:53 |
abundante, os apartamentos são |
00:16:57 |
mostram filmes do ocidente |
00:17:01 |
A única coisa que não se pode |
00:17:11 |
Se começa estando de acordo em que |
00:17:16 |
então se acrescenta que a única coisa da qual |
00:17:20 |
nos sentimos livres porque nos falta o |
00:17:34 |
Sabes o que é que aprendi na universidade? |
00:17:36 |
- Quê? |
00:17:38 |
- Porquê russo? |
00:17:39 |
Há algo repugnante no que |
00:17:41 |
porque todos meus amigos... |
00:17:43 |
adotaram o francês ou o Alemão como |
00:17:46 |
OK, minha idéia foi, tu sabes, |
00:17:48 |
eram as línguas das |
00:17:50 |
Não era bom ir ao seguro? |
00:17:52 |
Quem fosse que ganhasse, |
00:17:55 |
Havia três níveis de |
00:17:57 |
A primeira, em teoria... |
00:17:59 |
Quero dizer, se te dedicas a teoria |
00:18:02 |
O primeiro nível era, |
00:18:05 |
Este era o primeiro |
00:18:07 |
O segundo nível era, |
00:18:09 |
"Te permitirão publicar livros?" |
00:18:11 |
O terceiro nível era, |
00:18:13 |
"Te permitirão conseguir algum trabalho |
00:18:16 |
E o quarto nível era, |
00:18:18 |
Serei detido ou |
00:18:20 |
E eu estava entre a segunda e |
00:18:22 |
Meu Deus! estava desempregado. |
00:18:23 |
Estava humilhado. |
00:18:24 |
Tinha 27 anos, e meus pais |
00:18:29 |
Então, por dois anos, |
00:18:30 |
Aceitei um trabalho humilhante |
00:18:33 |
Eles sabiam que não |
00:18:35 |
e que eu provavelmente |
00:18:37 |
Assim que tiveram medo |
00:18:41 |
e tive êxito lá. |
00:18:42 |
Isto seria uma pena para... |
00:18:44 |
outra vítima, a quem não se |
00:18:46 |
fazer uma carreira na Eslovênia. |
00:18:47 |
Assim que eles me querem |
00:18:50 |
mas aqui na Eslovênia |
00:18:51 |
Foi de certo modo um movimento |
00:18:54 |
mas eles não souberam o que |
00:18:56 |
fizeram mais fácil para mim |
00:19:04 |
Me dá 7. Esta bem. |
00:19:05 |
Oh, perdão. |
00:19:08 |
OK. obrigado. |
00:19:13 |
- Isto é |
00:19:14 |
- Oh, Meu Deus! |
00:19:16 |
Pensei que isto seria |
00:19:18 |
com Perón e... |
00:19:19 |
não Perón, mas Borges e tudo isto. |
00:19:22 |
Oh, sim. Isto é super-moderno. |
00:19:23 |
Oh, Meu Deus, não me agradou |
00:19:27 |
É só um idiota vindo. Odeio isto, |
00:19:30 |
- Realmente odeio isto. |
00:19:32 |
- Odeio quando... |
00:19:34 |
penso que o idiota... |
00:19:38 |
me reconhece, e odeio isto, |
00:19:40 |
porque então me fitam fixamente. |
00:19:42 |
Eles olham para ti? |
00:19:43 |
- Oh, Meu Deus! |
00:19:46 |
- Para quem coloco? |
00:19:53 |
- Obrigado. |
00:19:56 |
Esperavas isto, |
00:19:59 |
Não, mas é isto o que eu |
00:20:01 |
Não consigo dizer-te o quanto |
00:20:04 |
Não te agrada nem |
00:20:06 |
Não, não, não. |
00:20:07 |
Penso que esta gente é fácil. |
00:20:08 |
Isto é horrível. |
00:20:11 |
Vês todos estes virem até aqui? |
00:20:15 |
Isto é horrível. |
00:20:16 |
Quem é aquela mulher histérica? |
00:20:17 |
Ela é uma fã, Slavoj |
00:20:19 |
Sim, mas o que ela está |
00:20:21 |
Deveria estar lá e esperar na fila, |
00:20:23 |
não incomodando-me aqui. |
00:20:27 |
Jacques Lacan (1905-1981) foi |
00:20:30 |
seu 'retorno a Freud' transformou |
00:20:32 |
os seminários de Lacan ocuparam |
00:20:35 |
intelectual francesa desde |
00:20:37 |
O corpo de sua obra conectou a |
00:20:39 |
com outras disciplinas como a |
00:20:40 |
Em 1974, o governo francês |
00:20:42 |
com Lacan entitulado |
00:20:57 |
Sempre digo a verdade |
00:21:06 |
Não a verdade inteira, |
00:21:10 |
porque dizê-la toda... |
00:21:15 |
não somos capazes. |
00:21:17 |
É materialmente impossível. |
00:21:22 |
Não há palavras suficientes. |
00:21:27 |
e precisamente por esta impossibilidade |
00:21:33 |
é que a verdade toca o real |
00:21:39 |
Foi feito como um |
00:21:41 |
acreditando apresentar a teoria |
00:21:44 |
a um público mais amplo. |
00:21:46 |
Creio que para o segundo canal |
00:21:48 |
da tv francesa estatal. |
00:21:51 |
não só... analistas. |
00:21:59 |
I. O INCONSCIENTE. |
00:22:01 |
O inconsciente, |
00:22:03 |
Eu concordo... |
00:22:08 |
O que aprecio |
00:22:10 |
é sua inversão... |
00:22:14 |
entre a imagem pública e a privada. |
00:22:16 |
é a sua total recusa... |
00:22:19 |
a desaparição da terna pessoa humana. |
00:22:23 |
Isto é para mim a idéia da ideologia. |
00:22:28 |
A idéia central da ideologia para mim |
00:22:30 |
não são as idéias que te determinam... |
00:22:33 |
tu és um cristão, |
00:22:36 |
hoje liberal, não sei. |
00:22:37 |
Mas esta idéia é precisamente |
00:22:39 |
que estas proposições ideológicas |
00:22:44 |
Não podemos ser reduzidos a nossa |
00:22:48 |
Há sempre atrás uma pessoa |
00:22:51 |
Penso que isto é ideologia em sua |
00:22:53 |
O mais horrível ato anto-ideológico é |
00:22:56 |
e verdadeiramente horrível, |
00:22:57 |
é a completa identidade com a |
00:23:02 |
O último ato é o que pensamos ser |
00:23:07 |
Este é o verdadero ato |
00:23:08 |
e usualmente, nossa verdade |
00:23:11 |
no que estamos realmente comprometidos |
00:23:16 |
é em nossos atos |
00:23:17 |
é muito mais importante o pressuposto |
00:23:20 |
Então de novo, meu ponto |
00:23:22 |
Me agrada a filosofia |
00:23:26 |
não como um tipo de... |
00:23:28 |
olhe a maneira que ele se move |
00:23:32 |
Acho isto ridículo. |
00:23:34 |
Ele enfatiza |
00:23:35 |
"Não se póde dizer toda a verdade. |
00:23:40 |
É impossível materialmente." |
00:23:44 |
Esta ênfase ridícula. |
00:23:46 |
Acho que está fingindo, |
00:23:49 |
como se dissesse algo |
00:23:51 |
Não o faz. |
00:23:57 |
Penso em Lacan de uma maneira muito |
00:24:00 |
o que me interessam são suas |
00:24:02 |
A lógica subjacente, não seu estilo. |
00:24:05 |
Seu estilo é uma total falsidade, |
00:24:08 |
Tento esquecer-me disto, reprimi-lo. |
00:24:11 |
Talvez funcione como uma estratégia. |
00:24:13 |
Até certo ponto, por que não? |
00:24:14 |
Primeiro, tens que seduzir as pessoas |
00:24:16 |
Com declarações obscuras, |
00:24:17 |
mas odeio este tipo de aproximação. |
00:24:19 |
Sou uma pessoa comprometida com |
00:24:20 |
Creio nas soluções claras. |
00:24:23 |
E estou com Lacan porque, de novo, |
00:24:26 |
não é este Lacan que está simplesmente |
00:24:28 |
no sentido de que nada há atrás desta |
00:24:32 |
O núcleo de todo o meu |
00:24:34 |
é que posso traduzir Lacan |
00:24:40 |
bem, já chega disto. |
00:24:51 |
Agora, ao vivo dos estúdios |
00:24:55 |
Nitebeat, com Barry Nolan. |
00:24:58 |
Jacques Lacan foi um psicanalista |
00:25:01 |
que fez Freud soar como se fosse |
00:25:04 |
A teoria de Lacan, |
00:25:06 |
é tão complicada, que faz que minhas... |
00:25:08 |
feridas nos dentes doam só de pensar |
00:25:10 |
Slavoj Zizek é um filósofo |
00:25:13 |
da Universidade de |
00:25:16 |
Não sei se pronunciei corretamente... |
00:25:19 |
que escreveu um livro chamado |
00:25:23 |
O livro olha a cristandade moderna |
00:25:26 |
do ponto de vista da psicanálise |
00:25:29 |
ou ao menos esta é a idéia que tenho |
00:25:32 |
Bem-vindo, Sr. Zizek. |
00:25:33 |
Díga-me a maneira correta. |
00:25:36 |
Slavoj Zizek, mas de novo, |
00:25:40 |
Fico paranóico se escuto a |
00:25:43 |
Este é o livro mais complicado que |
00:25:45 |
Estranho, pois o objetivo do livro |
00:25:47 |
é absolutamente o contrário, |
00:25:49 |
Fazer com que Lacan seja compreendido |
00:25:52 |
que inclusive sua avó possa |
00:25:55 |
Digamos que tens um bom pai antiquado |
00:25:58 |
No domingo pela tarde |
00:26:01 |
o velho pai totalitário antiquado... |
00:26:04 |
te diria, Escute, não sei se te sentes |
00:26:07 |
como se fosses uma pequena criança, |
00:26:11 |
- Mas tens que ir" |
00:26:13 |
"Tens que ir até a tua avó |
00:26:15 |
- Muito bem. |
00:26:17 |
Nada está quebrado. |
00:26:19 |
Mas digamos que tens |
00:26:21 |
o assim chamado pai tolerante pós-moderno. |
00:26:23 |
O que ele te dirá é o seguinte: |
00:26:25 |
"Sabes o quanto tua avó te ama, |
00:26:29 |
mas mesmo assim, só a deves visitar |
00:26:32 |
se realmente o desejar." |
00:26:33 |
Agora, nenhuma criança é idiota... |
00:26:36 |
sabem que esta aparente livre escolha |
00:26:39 |
contém secretamente uma ordem muito |
00:26:44 |
"Não só tens que ir visitar a tua avó, |
00:26:46 |
mas deves também gostar disto." |
00:26:47 |
começo a gostar deste livro agora. |
00:26:50 |
Este é um exemplo |
00:26:52 |
de como a aparente tolerância, |
00:26:56 |
pode ocultar uma ordem muito mais forte. |
00:27:00 |
Então devemos regressar ao ponto anterior |
00:27:01 |
no qual o pai que simplesmente diz |
00:27:04 |
Absolutamente. |
00:27:06 |
Tomas café da manhã no McDonalds? |
00:27:09 |
Isto não é tão ridículo. |
00:27:10 |
Olhe o que podes conseguir. |
00:27:16 |
é o que vem na caixinha feliz. |
00:27:18 |
Sim, mas isto realmente te deixa feliz? |
00:27:20 |
Sim, mas isto é para as crianças. |
00:27:21 |
Vou deixar-lhe feliz ali. |
00:27:23 |
Ele finge estar contente ali |
00:27:26 |
Mas este é o inferno, o jogo funciona. |
00:27:28 |
Isto significa, novamente, |
00:27:30 |
O amo, mas minha perspectiva é o tempo, |
00:27:34 |
Vamos ali para passar uma hora. |
00:27:37 |
Não, isto é uma pura estratégia desesperada |
00:27:41 |
- Correto. |
00:27:43 |
sem conseguir, muito nervoso, sem... |
00:27:45 |
e isto é fácil, porque ele come |
00:27:47 |
e permanece acordado 20 minutos depois |
00:27:49 |
- Mas o que há com os nervos nisto? |
00:27:52 |
concordo, isto irá. |
00:27:57 |
Está perplexo, como podes ver. |
00:28:10 |
Agora está narcisistamente |
00:28:17 |
Simplesmente é guardar a calma, |
00:28:21 |
assim que está comendo, é isto, |
00:28:23 |
Ou ao menos negociado. |
00:28:25 |
ontem, estava construindo |
00:28:28 |
Não estava satisfeito com eles, |
00:28:30 |
mas então me deu o papel |
00:28:31 |
de colecionar um certo tipo destes |
00:28:35 |
comecei a disparar nos animais, |
00:28:37 |
então, adoro isto, |
00:28:40 |
Isto eu comprei. |
00:28:42 |
Não lembro onde, mas é bonito. |
00:28:44 |
Podes abrir, vês? |
00:28:46 |
e coloquei os soldados ali |
00:28:47 |
para que ele então me ataque dali. |
00:28:50 |
Ele destruiu este castelo que |
00:28:54 |
Isto doi o original. |
00:28:56 |
Mas a destruição é muito precisa. |
00:28:59 |
É inacreditável como pensa, |
00:29:01 |
Mas é um sujeito sábio. |
00:29:04 |
Ele observa. |
00:29:05 |
Aquí, ele é muito profano. |
00:29:08 |
Ele quer ter uma mulher como a chefe, |
00:29:13 |
Então ele diz, mas ela está sozinha. |
00:29:15 |
Por que não colocamos duas garotas? |
00:29:17 |
Há duas garotas conversando. |
00:29:19 |
Vês, lésbicas, progressista, |
00:29:23 |
Duas lésbicas, e... |
00:29:26 |
mas gosto disto. |
00:29:28 |
Não é bonito? |
00:29:30 |
Comprei na Grécia. |
00:29:31 |
Uma espécie de romano antigo. |
00:29:44 |
Acima, mostramos tudo? |
00:30:01 |
Muito bem, filosofia. |
00:30:05 |
Posso escrevê-lo em |
00:30:06 |
duas linhas, não? |
00:30:17 |
Filosofia não é |
00:30:20 |
A obrigação da filosofia não é |
00:30:23 |
mas redefinir os problemas. |
00:30:25 |
mostrar que o que experimentamos como |
00:30:28 |
é um falso problema. |
00:30:29 |
Se o que experimentamos como um problema |
00:30:32 |
é um verdadeiro problema |
00:30:33 |
Então a filosofia não é necessária. |
00:30:35 |
Por exemplo, |
00:30:37 |
se houvesse aqui, agora, |
00:30:39 |
vindo do espaço, |
00:30:41 |
assim não há qualquer forma mediada, |
00:30:44 |
e nos ameaçaria a todos nós. |
00:30:46 |
Não necessitamos da filosofia aqui. |
00:30:49 |
necessitamos simplesmente de uma boa |
00:30:55 |
uma solução para deter o vírus. |
00:30:57 |
e não filosofia, |
00:30:59 |
pois a ameaça é real, direta. |
00:31:02 |
Não podes jogar com truques |
00:31:04 |
e dizer, Não, isto não é o... |
00:31:06 |
Sabes o que quero dizer. |
00:31:07 |
Simplesmente é a nossa vida... |
00:31:09 |
ou, para colocá-lo em uma maneita |
00:31:11 |
simplesmente um cenário |
00:31:14 |
Uma espécie de Armagedon ou qualquer |
00:31:16 |
Não, "Impacto Profundo." |
00:31:18 |
Um grande cometa ameaça destruir a Terra. |
00:31:20 |
Não precisas de filosofia aqui. |
00:31:22 |
Necessitas, não sei |
00:31:23 |
sendo um pouco ingênuo, talvez |
00:31:25 |
explodir grandes bombas |
00:31:28 |
Penso que talvez seja demasiado utópico |
00:31:30 |
Mas sabes o que significa. |
00:31:32 |
Quero dizer que a ameaça está ali, |
00:31:33 |
E em uma situação assim não precisamos |
00:31:36 |
Não penso nos filósofos dando respostas, |
00:31:40 |
mas penso que a grandeza da filosofia |
00:31:42 |
não no sentido comum |
00:31:44 |
de que os filósofos só |
00:31:47 |
O que é a filosofia? |
00:31:48 |
Filosofia não é o que |
00:31:51 |
alguns exercícios loucos sobre a |
00:31:54 |
e então podes adotar a atitude cética: |
00:31:56 |
Nós, o pensamento científico, |
00:31:58 |
estamos tratando com o real, com os |
00:32:01 |
os filósofos só se perguntam sobre |
00:32:05 |
brincam com a verdade absoluta, |
00:32:07 |
que todos sabemos que é inacessível. |
00:32:08 |
Não, penso que a filosofia é uma disciplina |
00:32:11 |
A filosofia responde a diferentes |
00:32:13 |
a verdadeira filosofia. |
00:32:14 |
Como um filósofo se aproxima |
00:32:17 |
Não é "Somos livres ou não?" |
00:32:19 |
"Existe Deus ou não?" |
00:32:21 |
São perguntas simples, |
00:32:23 |
chamadas perguntas hermeneuticas: |
00:32:26 |
O que significa ser livre? |
00:32:28 |
Então, isto é basicamente o que faz |
00:32:31 |
Apenas uma pergunta, quando usamos |
00:32:37 |
quando fazemos certos atos, |
00:32:39 |
Qual o horizonte implícito para |
00:32:43 |
Não é perguntar-se sobre |
00:32:46 |
"Há verdade?" |
00:32:48 |
Não. A pergunta é, |
00:32:49 |
"O que significa dizer que |
00:32:52 |
Como podes ver, isto é uma coisa |
00:32:55 |
Os filósofos não são homens loucos |
00:32:57 |
que buscam alguma verdade eterna. |
00:33:02 |
No mercado atual, encontramos uma |
00:33:04 |
série de produtos desprovidos de... |
00:33:06 |
sua propriedade maligna: |
00:33:08 |
"rica e cremosa" |
00:33:12 |
CERVEJA SEM ÁLCOL |
00:33:16 |
CAFÉ DESCAFEINADO |
00:33:20 |
SEXO VIRTUAL. |
00:33:24 |
GUERRA SEM BAIXAS. |
00:33:31 |
nos encontramos aqui com o que, |
00:33:33 |
é precisamente a inversão de Lacan |
00:33:37 |
do famoso modelo de Dostoyevsky, |
00:33:39 |
Se Deus não existe, tudo está |
00:33:42 |
Se Deus não existe, tudo está |
00:33:46 |
Como? Por um lado temos, |
00:33:49 |
de novo, a autorização |
00:33:51 |
de ter uma vida cheia de |
00:33:54 |
mas precisamente no imperativo |
00:33:56 |
deves incluir o evitar os |
00:33:58 |
Então, ao final, tudo está |
00:34:01 |
Não podes comer gordura, |
00:34:03 |
nada podes fazer precisamente |
00:34:05 |
Então, o hedonismo de hoje combina |
00:34:10 |
Não é mais que a velha noção |
00:34:12 |
da medida correta entre o |
00:34:15 |
Gostas de sexo? bem, mas não |
00:34:18 |
A medida apropriada. |
00:34:19 |
Não, é algo muito mais paradóxico. |
00:34:22 |
é uma espécie de imediata coincidência |
00:34:24 |
de dois extremos, |
00:34:25 |
como... se a ação e a reação |
00:34:31 |
O mesmo que causa o dano |
00:34:33 |
já deve ser o contra-agente, |
00:34:37 |
o remédio. |
00:34:38 |
O último exemplo disto, |
00:34:39 |
encontrei recentemente na |
00:34:41 |
Não sei se podem comprar aqui |
00:34:44 |
o chocolate laxante. |
00:34:46 |
que diz, como propaganda, |
00:34:49 |
"Tens prisão do ventre? |
00:34:51 |
coma mais deste chocolate." |
00:34:54 |
A coisa já é seu contra-agente. |
00:34:57 |
e a prova negativa |
00:34:59 |
da calamidade disto, penso, |
00:35:01 |
é o fato de que hoje, |
00:35:03 |
o verdadeiro consumo não |
00:35:06 |
em todas as suas principais |
00:35:07 |
as drogas, o sexo livre e o cigarro... |
00:35:10 |
emergem como o principal |
00:35:13 |
Como explicamos este obsceno |
00:35:16 |
no qual a ausência de Lei universaliza |
00:35:24 |
Existe uma única explicação possível: |
00:35:27 |
que experenciamos como transgressão |
00:35:30 |
quando gozamos, nunca o |
00:35:32 |
seguimos um certo mandato. |
00:35:40 |
O nome psicanalítico para |
00:35:43 |
deste mandato obsceno é: |
00:35:45 |
"GOZA!", é SUPEREU |
00:35:59 |
A noção tradicional da psicanálise |
00:36:02 |
é que, devido a alguns |
00:36:05 |
internalizados, a identidade |
00:36:08 |
com as proibições paternas ou |
00:36:10 |
não podes gozar livremente, |
00:36:14 |
o prazer não te é acessível. |
00:36:17 |
Só te é acessível em formas |
00:36:20 |
que te fazem sentir culpa. |
00:36:22 |
Então, a idéia é que, |
00:36:23 |
a psicanálise te permite |
00:36:25 |
suspender, vencer estas |
00:36:28 |
para que possas aceder ao gozo. |
00:36:31 |
O problema hoje |
00:36:33 |
É que o mandato da ideologia |
00:36:37 |
é a de gozar de diferentes modos. |
00:36:39 |
Podes fazer sexo e gozá-lo, |
00:36:41 |
consumir e gozar da mercadoria, |
00:36:44 |
gozar espiritualmente, realizando a |
00:36:47 |
E penso que o problema hoje |
00:36:49 |
não é como se liberar das |
00:36:52 |
para ser capaz de gozar |
00:36:55 |
O problema é como libertar-se do |
00:36:59 |
Organizações |
00:37:01 |
como o Instituto de Psicanálise |
00:37:03 |
ajudaram a ganhar uma |
00:37:05 |
para teorias consideradas |
00:37:07 |
quando apareceram, há uns |
00:37:09 |
com o Dr. Sigmund Freud |
00:37:13 |
A relação entre as |
00:37:16 |
e as perturbações na vida |
00:37:18 |
foram claramente traçadas |
00:37:20 |
como o Dr. Rene Spitz de |
00:37:22 |
As experiências traumáticas |
00:37:25 |
podem preparar os padrões |
00:37:27 |
com os quais se produzirão |
00:37:32 |
Coisas assim conduzem ao mesmo |
00:37:37 |
que sentia quando criança |
00:37:39 |
quando semelhantes conflitos |
00:37:43 |
privando-o de atuar |
00:37:46 |
diz-se que ele tem uma |
00:37:49 |
Vejamos como se desenvolve |
00:37:57 |
Meu medo eterno |
00:37:59 |
é que, se, por um breve momento, |
00:38:00 |
deixo de falar, |
00:38:02 |
sabes, o conjunto da aparência |
00:38:05 |
se desintegraria. |
00:38:06 |
A gente pensaria que não há |
00:38:08 |
nem nada ali. |
00:38:10 |
Este é meu medo, |
00:38:11 |
como se não fosse nada |
00:38:15 |
para qualquer, |
00:38:16 |
e assim, fui hiperativo |
00:38:19 |
só para fascinar as pessoas |
00:38:23 |
para que assim, eles saibam |
00:38:33 |
Quando? |
00:38:35 |
- Prossegue. |
00:38:38 |
Uma das grandes críticas à |
00:38:41 |
é que ela é somente uma teoria |
00:38:45 |
dos distúrbios patológicos |
00:38:48 |
e que a aplicação da psicoanálise |
00:38:50 |
a outros fenômenos culturais |
00:38:54 |
é teoricamente ilegítimo. |
00:38:59 |
A pergunta é, de que |
00:39:03 |
se relaciona com o campo social, |
00:39:06 |
não só no sentido de outras pessoas, |
00:39:07 |
senão no sentido do social anônimo |
00:39:11 |
para existir como pessoa. |
00:39:14 |
és, coloquemos entre aspas, |
00:39:17 |
um indivíduo normal |
00:39:19 |
só podendo relacionar-te com |
00:39:27 |
O que se interpreta e o que não? |
00:39:29 |
Tudo pode ser interpretado. |
00:39:31 |
Isto é, |
00:39:33 |
quando Freud diz, no |
00:39:36 |
civilização é descontentamento, |
00:39:38 |
ou, mais literalmente, |
00:39:41 |
ele quer dizer que, não só a maioria |
00:39:45 |
nos socializamos com normalidade. |
00:39:47 |
Alguns idiotas não o fazem, |
00:39:49 |
Oh, eles tem que ser normalizados. |
00:39:51 |
A cultura como tal, |
00:39:52 |
para estabelecerse a si mesma como |
00:39:56 |
o que aparece como normal |
00:40:00 |
envolve em si uma série inteira |
00:40:02 |
de cortes patológicos, |
00:40:05 |
Isto é, de novo, uma espécie de |
00:40:09 |
mal-estar: |
00:40:11 |
Nós estamos fora do tom, |
00:40:13 |
na cultura enquanto tal, |
00:40:15 |
que significa, de novo, |
00:40:16 |
que não há nenhuma cultura normal. |
00:40:20 |
a cultura como tal deve |
00:40:25 |
Este é o paradoxo que define |
00:40:29 |
não é um excedente que simplesmente |
00:40:32 |
gozo normal, fundamental, porque o |
00:40:36 |
neste excesso, porque é |
00:40:41 |
Se extraimos o excesso, |
00:40:45 |
Assim como o capitalismo, que só |
00:40:48 |
incessantemente sobre suas próprias |
00:40:52 |
se permanecesse estacionado, |
00:40:55 |
Aqui há, então, uma homologia, com |
00:40:59 |
que coloca em movimento o processo |
00:41:02 |
e o mais-gozar, como objeto |
00:40:20 |
A cultura enquanto tal deve ser |
00:41:12 |
Quando a gente me pergunta |
00:41:14 |
porque junto Lacan e Marx, |
00:41:16 |
minha primeira resposta é, |
00:41:19 |
Penso, por exemplo, |
00:41:22 |
da noção psicanalítica |
00:41:25 |
é que podemos realmente compreender |
00:41:29 |
com sua noção de fetichismo da |
00:41:31 |
É precisamente o uso das |
00:41:35 |
como, de novo, fantasia... |
00:41:37 |
fantasia no sentido estrito |
00:41:40 |
ou o excesso, o plus-de-jouir, |
00:41:44 |
e assim sucessivamente. |
00:41:45 |
O real, |
00:41:47 |
que podemos entender hoje como |
00:41:51 |
como a nova forma fundamentalista |
00:41:55 |
como o modo de nossas assim |
00:41:58 |
funcionam. |
00:42:00 |
De novo, aqui, a noção |
00:42:02 |
sobretudo pela maneira |
00:42:04 |
em que foi conceitualizada |
00:42:07 |
A noção psicanalítica do |
00:42:09 |
como um imperativo ao gozo, |
00:42:13 |
não como propriamente uma |
00:42:15 |
é que nos é de grande ajuda. |
00:42:17 |
Então, de novo, |
00:42:20 |
em sua teoria, |
00:42:23 |
em sua configuração tradicional, |
00:42:26 |
foi apropriado para explicar |
00:42:31 |
que confiava em algum tipo de |
00:42:36 |
o controle sexual, repressão e demais, |
00:42:39 |
então Lacan é perfeito para |
00:42:42 |
os paradoxos do permissivo |
00:42:47 |
Agora!, Esta soda é |
00:42:53 |
Mais que uma bebida, |
00:43:04 |
Mais do que queres, |
00:43:10 |
Toma o nada mesmo. |
00:43:16 |
Esta soda é NADA! |
00:43:20 |
Este exemplo torna palpável |
00:43:24 |
a mais-valis marxista |
00:43:27 |
o pequeno objeto a como mais-gozar |
00:43:32 |
o paradoxo do super-eu. |
00:43:37 |
mais do que tens |
00:43:39 |
mais do que queres |
00:43:40 |
mais do que bebes |
00:43:41 |
mais do que tua sede |
00:43:43 |
mais que obedecer ao super-eu |
00:43:44 |
mais culpa |
00:43:54 |
Onde será a última refeição... |
00:43:56 |
o café da manhã... |
00:43:58 |
Lá embaixo. |
00:44:00 |
Não, não, quero dizer, uma, |
00:44:02 |
talvez devessemos descer. |
00:44:03 |
ou, sabes, qualquer... |
00:44:05 |
No lugar onde tinham café, |
00:44:07 |
tinham bons menús, os viste? |
00:44:09 |
como, coisas boas, um simples bistec, |
00:44:12 |
- Não são maus. |
00:44:15 |
como? |
00:44:16 |
Degenerados. |
00:44:18 |
Se convertirão em primatas. |
00:44:19 |
Há uma mesa livre aqui. |
00:44:21 |
Se queres ser absolutamente |
00:44:24 |
água com gás |
00:44:25 |
- água com gás? |
00:44:27 |
Porquê não devo pedir? |
00:44:28 |
Poderia colocá-lo aqui? |
00:44:30 |
Não, quero dizer, |
00:44:31 |
- Queres mostrá-lo? |
00:44:33 |
Porquê queres... |
00:44:34 |
Porquê dizes que foi um |
00:44:37 |
vir muita gente? |
00:44:39 |
Não, no sentido simples |
00:44:40 |
de que tenho uma terrível sensação |
00:44:43 |
que esperavam algo que não posso |
00:44:46 |
e me pergunto o que, |
00:44:47 |
Muitos esquerdistas esperam |
00:44:50 |
que ensinarei o que fazer. |
00:44:53 |
Merda, que eu sei? |
00:44:54 |
Algumas pessoas esperam... |
00:44:56 |
Sentes que isso é o |
00:44:58 |
- Especificamente? |
00:45:00 |
-No simples insight do sentido comum: |
00:45:02 |
Espera um minuto. |
00:45:04 |
penso que é talvez um exagero... |
00:45:06 |
qualquer coisa, mil pessoas, |
00:45:09 |
o mesmo interesse em Lacan, |
00:45:13 |
- Podes responder uma simples pergunta? |
00:45:16 |
Se tivesses uma filha, |
00:45:17 |
permitirias que este sujeito |
00:45:21 |
Para ser honesto, |
00:45:26 |
Odeio aparecer no periódico. |
00:45:27 |
Em alguns documentários, |
00:45:29 |
É realmente uma forma de ser |
00:45:31 |
o aparecer, entendes? |
00:45:32 |
Crês que esperavam... |
00:45:35 |
somente um conselho político? |
00:45:37 |
Não, o problema é que eu sempre |
00:45:40 |
- Sinto que é uma imitação. |
00:45:43 |
Não no sentido de que sou falso, |
00:45:45 |
acerca do que digo, |
00:45:46 |
senão que meu coração |
00:45:49 |
O livro que realmente gozei |
00:45:51 |
foi um sobre Hegel... |
00:45:54 |
- "O sujeito espinhoso |
00:45:56 |
E esta parte da mensagem não terminei. |
00:45:58 |
Podes vê-lo imediatamente... |
00:46:01 |
Por exemplo, em meus últimos livros, |
00:46:03 |
há um que realmente amo, |
00:46:06 |
que é muito modesto, é nada. |
00:46:09 |
Mas, é por isso que o amo. |
00:46:12 |
Não, ainda não pedimos nada. |
00:46:14 |
Te direi... |
00:46:15 |
Beberás isto? |
00:46:18 |
Primeiro tens que ver |
00:46:19 |
Temos calaniras, |
00:46:23 |
ensalada César. |
00:46:34 |
Isto é algo que assusta muitas |
00:46:36 |
e as fazem ir embora. |
00:46:38 |
Dizem: Por quê tem isto aqui? |
00:46:39 |
Então, quando as pessoas abrem |
00:46:41 |
Sim, isto é uma pequena esperança |
00:46:45 |
Isto é o único divertido. |
00:46:46 |
Funcionou alguma vez? |
00:46:47 |
- Sim. |
00:46:48 |
De fato, sim. |
00:46:50 |
Algumas pessoas realmente |
00:46:52 |
Minha grande preocupação |
00:46:55 |
senão que o aceitem. |
00:46:57 |
Quando pareço ser sarcástico, |
00:47:00 |
o ponto é não tomá-lo tão a |
00:47:02 |
Que não seja tomado tão |
00:47:04 |
é a própria forma do sarcasmo. |
00:47:05 |
e é a forma mesma da piada |
00:47:08 |
que é o disfarce do efeito de |
00:47:09 |
Mas as pessoas permanecem com |
00:47:11 |
de que ele cometeu grandes crimes. |
00:47:14 |
Não |
00:47:15 |
Claro que não é tão simples como |
00:47:17 |
que eu seja simplesmente um |
00:47:19 |
que estou louco, ou algo assim. |
00:47:22 |
Mas... |
00:47:24 |
obviamente, aqui há algo mais, |
00:47:29 |
que não é uma simples piada. |
00:47:31 |
Quando digo que a única oportunidade é |
00:47:33 |
que a esquerda se aproprie do |
00:47:36 |
isto não é só uma piada barata. |
00:47:37 |
O ponto é evitar a armadilha |
00:47:41 |
da oposição padrão do liberalismo: |
00:47:43 |
Liberdade versus Totalitarismo, ou |
00:47:44 |
disciplina e então |
00:47:46 |
se reabilitas as noções de disciplina, |
00:47:49 |
ordem coletiva, subordinação, |
00:47:52 |
Não penso que isto seja inerentemente |
00:48:06 |
é comum meus amigos me dizerem, |
00:48:07 |
"Mas, por quê provocas as pessoas |
00:48:10 |
Por quê não dizes as coisas |
00:48:12 |
por quê, é claro, estás contra o |
00:48:16 |
Lhes digo, sim isto é bom |
00:48:18 |
como um teórico abstrato... " |
00:48:21 |
inclusive não teórico... |
00:48:22 |
intelectual, qualquer coisa. |
00:48:23 |
Mas não é assim como eu |
00:48:25 |
Por exemplo, no que concerne ao |
00:48:28 |
provavelmente escrevi mais sobre |
00:48:32 |
sobre seus aspectos mais |
00:48:34 |
que muitos que me vinculam com |
00:48:37 |
E esta é a minha aposta aqui, |
00:48:39 |
que, me desculpem, mas o único |
00:48:42 |
Se dizes, é claro, estou contra o |
00:48:45 |
Aqui só há algumas atitudes |
00:48:48 |
que tradicionalmente estão vinculadas |
00:48:50 |
mas o fascismo as apropriou, |
00:48:52 |
Penso que isto não funciona, |
00:48:54 |
que não tem o efeito político |
00:48:57 |
Habilita o consenso liberal, |
00:49:02 |
Deves dizer este excesso. |
00:49:47 |
Uma hora é suficiente, |
00:50:18 |
Estes são, é claro, novas, |
00:50:21 |
roubei deles hoje. |
00:50:23 |
Me lavavam o cabelo, |
00:50:25 |
e então eu estava em uma situação |
00:50:27 |
e a cabelereira o notou, |
00:50:29 |
e me disse, Por quê não pedes que te |
00:50:33 |
eu disfrutei, mas me sentia tão |
00:50:35 |
como se pagasse por uma masturbação. |
00:50:37 |
- a masturbação é tão obscena. |
00:50:42 |
Mas foi relaxante. |
00:50:43 |
- Sério? |
00:50:48 |
Meu Deus, que fazes? |
00:50:49 |
Me lembras o socialismo, |
00:50:51 |
carregando tua garrafa de água |
00:51:28 |
verdade? |
00:51:29 |
Sim, pois nos esperam. |
00:51:30 |
vês? |
00:51:32 |
compreendo. |
00:51:33 |
Mas nos estão esperando, vês? |
00:51:35 |
sim, eles não podem começar |
00:51:38 |
Nos estavam esperando. |
00:51:42 |
Começaremos o mais rápido possível. |
00:51:44 |
Entremos. |
00:51:51 |
a maioria dos acadêmicos |
00:51:53 |
estão obsessionados com |
00:51:54 |
"A esquerda necessita novas |
00:51:56 |
Não é isto basicamente um |
00:51:58 |
"Queremos uma revolução radical," |
00:52:00 |
mas ao mesmo tempo, |
00:52:01 |
"queremos conservar |
00:52:05 |
e seguir tranquilos? |
00:52:06 |
Como Robespierre disse alguma vez, |
00:52:09 |
"Queremos uma revolução sem |
00:52:13 |
Isto é, notemo-lo, |
00:52:15 |
a diferença fundamental entre |
00:52:16 |
a pluralidade padrão de lutas |
00:52:19 |
com os progressistas liberais... |
00:52:20 |
Que significa isto? |
00:52:21 |
Não é, de certo modo, falso? |
00:52:23 |
inclusive esperam uma fórmula |
00:52:27 |
no sentido de precisamos de um |
00:52:30 |
que nos diga o que fazer, |
00:52:32 |
e então o capitalismo terminará, |
00:52:34 |
e teremos o socialismo, e assim |
00:52:35 |
Sou demasiado estúpido, não |
00:52:37 |
- Disculpe-me. |
00:52:40 |
Obrigado, muito obrigado. |
00:52:41 |
De novo, tenho que aceitar isto, |
00:52:44 |
de novo, o descentramento |
00:52:48 |
que é: represento algo, |
00:52:50 |
mas realmente não domino o que |
00:52:54 |
As pessoas visualisam coisas em mim. |
00:52:55 |
Tem muitas espectativas. |
00:52:57 |
Talvez tenham expectativas políticas |
00:53:00 |
que provejam uma fórmula, |
00:53:01 |
A grande resposta que todos |
00:53:04 |
dos intelectuais de esquerda... |
00:53:05 |
Quê devemos fazer?... |
00:53:06 |
ou algum tipo de caminho espiritual |
00:53:09 |
até de ajuda psicológica, |
00:53:11 |
ou divertimento teórico |
00:53:13 |
no sentido de muitas piadas sujas |
00:53:16 |
e honestamente eu aceito isto. |
00:53:19 |
Penso que minha reação a isto |
00:53:21 |
não deve ser tanto todos estão |
00:53:24 |
não entendem meu grande ponto," |
00:53:26 |
mas meu dever é, basicamente |
00:53:29 |
tentar ocupar a posição do analista, |
00:53:33 |
que é basicamente jogar, |
00:53:36 |
a modo de transferência, com estas |
00:53:38 |
e miná-las, frustrá-las, |
00:53:40 |
coloquemos em termos claros |
00:53:42 |
a pergunta não é |
00:53:45 |
senão, legitimamos estas espectativas? |
00:53:48 |
Quê é o que esta espectativa |
00:53:53 |
Isto, usualmente é um ato |
00:53:57 |
teve que ser Nixon, e não os |
00:53:59 |
quem tinha que pactuar com |
00:54:00 |
Este paradoxo ocorreu também na |
00:54:03 |
Foi De Gaulle e não os socialistas, |
00:54:05 |
- saiu da Argélia. |
00:54:07 |
Argélia, sim. |
00:54:12 |
Realmente és um intelectual |
00:54:14 |
assim que tinha que tocar-te. |
00:54:16 |
Desculpe-me. |
00:54:17 |
Sou o editor de Progress |
00:54:19 |
- de? |
00:54:20 |
revista de idéias socialistas. |
00:54:23 |
- Lhe trouxe uma cópia. |
00:54:25 |
- Realmente fiquei impressionado. |
00:54:29 |
Necessita tomar uma ducha. |
00:54:33 |
Estava ali. |
00:54:42 |
Quem sabe aqui? |
00:54:45 |
Sinto muito. |
00:54:48 |
Muito bem, sabes o tipo que fez |
00:54:51 |
um chinês? |
00:54:53 |
Indeterminação dupla, não, está |
00:54:58 |
"Being There", parece má, não? |
00:55:02 |
"Being There", de Peter Sellers. |
00:55:04 |
Deve ser... |
00:55:05 |
Hal Ashby |
00:55:07 |
Não, isto é muito inteligente para mim. |
00:55:09 |
Sabes que o macaco não conseguirá |
00:55:12 |
não o conseguirei aqui. |
00:55:15 |
Ah, "Being There", dos Estados Unidos |
00:55:21 |
É um filme maravilhoso, |
00:55:22 |
e aparece, meu caráter anal. |
00:55:24 |
O preço está bom, então |
00:55:28 |
Quê mais preciso? |
00:55:29 |
"Fountainhead" é o melhor filme |
00:55:33 |
Então o melhor filme alemão |
00:55:36 |
deve ser "Opfergang." |
00:55:39 |
É o caminho do sacrifício, claro, |
00:55:43 |
de 44 por Veit Harlan, |
00:55:46 |
Então temos a Ayn Rand, |
00:55:48 |
e então, infelizmente, |
00:55:51 |
"Ivan o Terrível" |
00:55:54 |
Eu diria que estes três |
00:55:55 |
são os melhores filmes de todos |
00:55:57 |
Ah, isto é o que quero, |
00:56:01 |
Assim que temos estes dois. |
00:56:04 |
Será estes, penso. |
00:56:06 |
Como, os comprarás para mim? |
00:56:08 |
Não, esperas um minuto. |
00:56:10 |
pobre garota americana, |
00:56:11 |
Quem paga isto? |
00:56:13 |
- Sim, sim. |
00:56:15 |
- Bom, será um prazer. |
00:56:17 |
Não, permite ser o eterno |
00:56:20 |
Suspeitei isto de antemão, não? |
00:56:23 |
Se não fizesses esta oferta, |
00:56:26 |
teria esperado o último minuto e |
00:56:29 |
Já tenho demasiadas coisas |
00:56:30 |
Este é realmente um |
00:56:33 |
Cala-te, ou queres que pegue |
00:56:36 |
Estou tão triste de que eu... |
00:56:38 |
Quê é isto? |
00:56:40 |
Meu Deus, amaria ter esta, |
00:56:43 |
- Permita-me comprar esta... |
00:56:46 |
Onde? Qual? |
00:56:47 |
Desculpe-me, posso comprar também esta? |
00:57:06 |
Oh, desculpe-me. Merda. |
00:57:10 |
Em que estás trabalhando agora, |
00:57:12 |
Qual é teu novo livro? |
00:57:13 |
É grande... basicamente, |
00:57:17 |
uma coisa muito, muito grande. |
00:57:19 |
E estás avançado nele? |
00:57:21 |
Muito, perto do fim. |
00:57:23 |
Será mega. |
00:57:24 |
Uma parte é filosofia, teologia, |
00:57:27 |
outra parte cognitivismo... estou |
00:57:31 |
e uma parte obscenidades, política |
00:57:35 |
- Como se chamará? |
00:57:37 |
Talvez A visão em paralaxe, |
00:57:39 |
mas devo verificar na amazon.com, |
00:57:40 |
se não existem mais 20 livros |
00:57:42 |
chamados a visão em paralaxe, |
00:57:47 |
Quê significa isto de |
00:57:48 |
É muito simples. |
00:57:50 |
Vem com um fechamento possível |
00:57:53 |
Sabes que... |
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Quando confundes um movimento |
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o vês no objeto, |
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parece como se o próprio objeto |
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mas na realidade, é só a tua perspectiva |
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Como a paralaxe lunar, a paralaxe estelar, |
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A idéia é que a mudança em tua |
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como percebes um movimento |
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Mas, é claro, então acrescento |
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que no objeto, de alguma maneira, |
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porque o objeto-sujeito |
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Então, o que me interessa é |
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como te moves desde uma |
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Não há nenhuma maneira de |
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e então desenvolvo isto |
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na filosofia, a ciência cognitiva. |
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Na ciência cognitiva, a paralaxe |
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qualquer fenômeno, ou tua experiência |
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o abres com um bisturí, |
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e vês o estúpido que há, |
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mas realmente não podes dar |
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e realmente não podes... |
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ainda quando possas |
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realmente não podes aceitar |
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que vês seja isto que pensas. |
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Então, se destilamos toda tua |
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quais seriam estes? |
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Três de meus melhores livros |
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são desafortunadamente quatro, |
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"O sublime objeto da ideologia, |
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"O espinhoso sujeito", |
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É o trabalho mais sério |
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com pequenas peças aqui e ali. |
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Mas isto é o que eu faria... |
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Talvez sou cada vez mais |
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É demasiado liberal. |
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Alí defendo a democracia. |
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pensava que havia uma coisa |
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que era mau. |
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e pensava que devíamos ir |
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Meu Deus, que falo ali? |
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Conheces a piada dos irmão Marx... |
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jamais seria membro de um clube |
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se não fosse eu mesmo, |
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Tenho um ritual muito complicado |
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É psicologicamente impossível |
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assim tenho que enganar a mim mesmo, |
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e o faço com uma estratégia |
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que, pelo menos comigo, funciona. |
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Ponho idéias, |
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mas normalmente as coloco de uma |
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como uma linha de pensamento já |
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Assim, até certo ponto, |
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digo a mim mesmo, Ainda não estou |
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só estou colocando as minhas idéias. |
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Então, até que em certo ponto, |
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eu me digo, já está tudo ali, |
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Agora só necessito editá-lo. |
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Então uma idéia se divide em duas. |
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Ponho notas, edito. |
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O escrever desaparece. |
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Desculpe-me, fale mais alto, |
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por favor. |
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como explicas teu êxito, |
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sobretudo nos Estados Unidos, |
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que pensas como uma sociedade |
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Boa pergunta, mas não no sentido |
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que agora direi: sou tão modesto, |
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Não, é um fenômeno muito mais |
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Sejamos francos. |
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A um certo nível superficial, |
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porém eu e meus amigos, |
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não sei se podes, talvez possas |
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imaginar que não somos nada |
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E esta é a razão pela qual estou |
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quantos, quem quer que sejam |
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os inimigos |
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nos pintam, aos lacanianos |
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como um tipo de gente com um |
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Está muito na moda pintar-nos |
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como um tipo de gente com um |
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Por exemplo, ontem, em uma |
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falava uma versão improvisada |
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em Columbia, Nova York, |
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uma amável garota no final me |
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Seu problema era, por que eu era |
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... a má leitura que você está |
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penso que é idêntica em toda a sua obra. |
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na forma de uma certa classe de crença |
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que há de distanciamento com tua obra. |
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O tema do dogmatismo lacaniano, operando |
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Perfeito. |
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Uma pergunta perfeita. |
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Te desafio |
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com uma simples pergunta empírica, |
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na melhor tradição anglosaxã. |
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Aparte o breve conflito |
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entre Gayatri Spivak e Derrida, |
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podes nomearme a um derrideano |
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que haja feito uma pequena crítica |
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Rudolph Gasche? |
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Nomeie sequer um, mas o nomeie. |
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Por que nós somos dogmáticos? |
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Diga algum momento |
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onde Sam Weber faça um comentário |
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Mostre-me um lugar onde |
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Diga-me onde Rudolph Gasche |
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Então porque nós, porque eu |
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sou atacado como um dogmático de Lacan |
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Por que pensam que repudio |
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Eu sou lacaniano. |
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Estão golpeando uma porta aberta. |
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Não tenho porque prover-los de |
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"Por que ele é um lacaniano. |
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Tenho meu carteira de lacaniano. |
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Algo está seguindo aqui, |
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e eu apenas quis chamar a |
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sobre o popular, |
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e penso dar-lhes agora a |
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Penso que o admito. |
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Há um aspecto de palhaço em mim, |
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como eles p colocam no |
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o irmão de Marx, ou qualquer coisa. |
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Tudo isto, e talvez flerto com isto. |
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Mas estou cansando-me com isto, |
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porque noto que |
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quando alguém dá informação |
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um tipo de impulso terrível, |
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para fazer-me parecer com um |
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e a verdadeira pergunta deve ser, |
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de onde vêm este impulso? |
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Por quê é necessário retratar-me |
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como alguém pode prosperar só |
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e inclusive vender publicações. |
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Sabem como o livro de Lênin... |
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foi recebido pela editora Verso? |
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Por quê? |
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Primeiro, eles sempre, na Verso, |
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Oh, tu estás simplesmente fazendo |
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então eu lhes disse, Está bem, agora |
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Sua reprovação foi, |
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Ninguém comprará o livro. |
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então, é muito mais do que pode |
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aqui. |
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é realmente um fenômeno complexo. |
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Estou tentado a dizer que fazer-me |
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é uma resistência contra |
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E penso que é meu dever, |
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para fazer uma espécie de |
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de mim mesmo como comediante |
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Espero que possamos entrar aqui. |
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Já não sei como funciona agora. |
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É isto. |
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Aqui deves facer |
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como em "Vertigo." |
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Eu o vi duas, três |
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pois quando estava ainda |
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tomavas o elevador |
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e frequentemente vinha aqui. |
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alguns policiais cercando a zona, |
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e um objeto aqui, coberto. |
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queres ver |
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Se sobes a câmara |
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até lá. |
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Desde lá é muito prático jogar-se, não? |
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Sobres e saltas para baixo, |
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e é uma forma bonita, um suicídio |
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Isto não é um espetáculo |
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sobre a rua, atrapalhando as |
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vens para cá, e logo saltas. |
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Claro, minha idéia foi organizar |
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Se queres matar a ti mesmo. |
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Nos previnamos de |
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$5.00, nenhuma criança deve estar |
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Inclusive tenho a idéia de que, |
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nesta sociedade da biopolítica, |
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onde te perguntam... |
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para casar-se: |
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Se tens AIDS, se és mentalmente |
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Obviamente, não funciona, |
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porque se funcionasse, |
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Nunca me permitiriam casar-me |
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Mas se deveria fazer o mesmo |
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quando alguém quer matar-se, |
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Isto era o que pensava. |
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e penso que algumas pessoas... |
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alguns médicos... |
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ou equipes, comitês de assessores |
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devem dizer se um caso é um verdadeiro |
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ou só uma pequena crise, |
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Se te vais jogar por tua |
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e há uma esperança razoável |
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de que seja uma depressão momentânea, |
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então, em duas ou três semanas |
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Assim que pode ser uma crise médica. |
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pode ser este tipo de crise |
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ou um suicidio metafísico |
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como um marxista, |
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se alguém me diz que |
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isto é propaganda de classe |
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Nunca pensei que me divertiria tanto |
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- Obrigado. |